sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A vitória dos indignados - a visão elitista de Nietzsche


Meu irmão, tinha dito certa vez, que apos ler um artigo de Nietzsche, tinha convicção que ele era um anarquista. Embora seja possível fazer uma analogia entre o pensamento de Bakunin (anarquista russo do século XIX) e de Nietzsche no que diz respeito a visão que ambos tinham da religião cristã, o ideário politico de ambos entra declaradamente contraditório.

Primeiro por que Nietzsche era declaradamente elitista e para ele os anarquistas e socialistas estavam no mesmo patamar dos cristãos enquanto defensores dos fracos e oprimidos. O socialista representava a casta da indignação e a indignação é indecente, pois, segundo Nietzsche levou o fraco a se vingar do forte e por fim a subjugar o forte, corromper o forte. O cristianismo pode ser interpretado como a vitória dos fracos sobre os fortes. E de que forma os fracos triunfaram sobre os fortes? Os fracos o corromperam com a imposição de sua moral...Eis o por que Nietzsche julga - com razão - a moral como uma grande corrupção milenar da humanidade.

O aforisma 57 do Anti-cristo (aforisma pelo qual eu me foquei bastante para escrever este post) exemplifica a visão elitista de Nietzsche: "O que é que eu odeio mais entre a escoria dos nossos dias? A escória socialista, os apóstolos do chandala que minam o instinto, o prazer, o contentamento do operário que leva uma vida humilde - que tornam o operário invejoso e lhe ensinam a vingança". Em outras palavras, Nietzsche acusa os intelectuais socialistas de corromperam os operários que antes viviam com respeito as convenções sociais impostas pela aristocracia. Temos é claro que entender o momento histórico de Nietzsche e Bakunin: a Europa era dominada pelos burgueses e ainda as condições de trabalho nas industrias eram horrendas. Nietzsche então tem a ousadia de me dizer que o operário, que ganhava porra nenhuma e ainda trabalhava pra caralho não podia se revoltar contra a instituição que o escravizava, e como justificativa para aceitar o seu trabalho escravista Nietzsche não poderia recorrer a divindade, dizendo que o operário deveria obedecer seus superiores por que seus superiores - desde dos dirigentes do estado aos dirigentes das fabricas - eram inspirados pela força divina para comandar os operários...Então o que justificaria a subordinação operária ao patrão, se Nietzsche considerava até os valores liberais como sendo sintomas de fraqueza? Para Nietzsche é preciso que o operário obedeça o seu superior, que o operário tenha respeito pelas convenções sociais estabelecidas pela aristocracia. Mas pera ai...Não foi a moral que justificou o poder da aristocracia sobre os operários? Nietzsche não é imoral? É possível conciliar sua visão elitista com seu ideário imoralista? Eu duvido muito.


Para surpresa de muitos (inclusive de meu amigo, Dave, o matemático) é possível encontrar semelhanças entre Nietzsche e Bakunin enquanto a critica que os dois faziam sobre o cristianismo. Uma vez que eu tinha citado um artigo de Nietzsche a Dave ele tinha achado que era de autoria de Bakunin. 

Os dois concordam que o cristianismo pode prosperar graças ao Império Romano que tinha acabado com os rituais nacionais e regionais na Europa. "Sobre a ruína de centenas de ritos nacionais é que o cristianismo pode prosperar como religião universal e internacional" declarou Bakunin em Deus e o Estado. 

No aforisma 37 do anti-cristo, Nietzsche declara: "O cristianismo absorveu em si dogmas e ritos de todos os cultos subterrâneos do Império Romano, o absurdo de todas as especies de doenças mentais"

As semelhanças entre ambos acaba aqui. Ambos compartilhavam uma ideologia anticlerical e imoral, todavia, o ideário politico destes personagens, volto a repetir, era dispare. Enquanto Nietzsche via no Império Russo um exemplo de sociedade, Bakunin já denunciava o autoritarismo Marxista e já tinha previsto o que aconteceria com a Revolução Russa e outras revoluções socialistas que ocorreriam há quase meio seculo depois de sua morte. Para ele não fazia sentindo fazer uma revolução para instalar um novo estado, pois este estado, mesmo sendo governado por operários, se converteria num despotismo, numa ditadura opressora, pois os operários de outrora seriam os déspotas do amanhã. E isso realmente aconteceu, meus caros. A história nos mostrou que Bakunin tinha razão sobre o que seriam as experiencias revolucionárias inspiradas pelas idéias marxistas. Eu falarei mais sobre Bakunin em outro post, me limitei aqui a fazer a minha analise de um dos aforismas do anticristo que mais me intrigara. Aliás, aconselho a qual quer um a ler o Anti-cristo de Nietzsche e o Deus e o Estado de Bakunin. Outro livro de Nietzsche que é obrigatório ler é o Crepusculo dos Ídolos, o livro que pode servir como uma sintese, um resumo de toda a filosofia de Nietzsche exposta em seus livros anteriores. Foi lendo este livro com mais atenção que eu achei a resposta para uma das minhas perguntas que mais me intrigavam em Nietzsche: "A moral é a negação da vida, mas por que ela é a negação da vida?". A resposta você verá em outro post...
Até lá, eu só tenho a dizer o seguinte: "Sim, eu li crepúsculo...Crepúsculo dos Ídolos!". Como seria uma juventude que se apega-se a um livro de filosofia ao invés de se identificar cada vez mais com romances cada vez piores? Com essa super-valorização dos valores românticos e moralistas, eu creio que é necessário a transmutação de todos os valores, assim como propunha Nietzsche.  

4 comentários:

  1. Não foi a moral que justificou o poder da aristocracia sobre os operários? Nietzsche não é imoral? É possível conciliar sua visão elitista com seu ideário imoralista? Eu duvido muito.

    Pois olha cara, tem que ver bem as considerções de ambos, Nietzsche parte toda sua filosofia considerando o Homem para desenbocar nas suas condições de existencia no mundo(que são criticas na verdade), já Bakunin faz o caminho oposto, vai das condições para o Homem. Então é obvio que de primeira analise comclua-se que um contradiz o outro neste ponto, nem é preciso recorer ao perio histórico para ver isto. Mas quanto a visão de Niesztch, não há impossibilidade de conciliação, pois a visão dele muitas vezes cai num modelo de homem definido por Niesztch, que quando aplicado as condições sociais revela como produto o elitismo. Isso por que muitas vezes ele considera o "forte" como aquele que levara as decisões a um nivel muto longe daquele que julgamos nós, os bostas. Em outras palavras, Nietczh diz que os recursos do homem "ideal" devem ser satisfeitos, ja bakunim diz que a sociedade ideal deve aflorar em individuos livres e com isso atingindo a condição plena do homem. Mas isso não significa que a analise de um seje verdadeira e outro falsa: filosofia é uma merda, pq se quisesemos saber isso teriamos que resusitar ambos, ou partir de uma analise bem mais profunda de todos os textos de cada autor.

    Voce quer quantas bananas?
    Duas? tres?
    O amarelo é o mais fraco dos alimentos.

    Dave, matematico, aprendiz de pescador.

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  2. Jesus cristo, já não bastava bakunin e agora Niesztch, outro filosofo que cindena JESUS CRISTO PORRA! Todos eles estão errados, por que só jesus salva, só o senhor detem o poder supremo das verdades. esses dois ai podem falar o quanto quiser, mas só jesus sabera seus destinos. Por que jesus é pai, deus é a mãe, e voces uns filhos da puta!
    Um dia espero que voces vejão o quão grande é o nosso sonhor jesus cristo, ele não quer seu dinheiro, ele não quer seu tempo, ele só quer seu amor. E como todo aquele que ama, voce precisa ir na igreja rezar, pagar dizimo seu porra, pq senão jesus vai entender que voce odeia ele, e então te mandará pro inferno! Por que amor é a coisa mais importante desse mundo, e não depende de dinheiro como eu exliquei acima. MAS SE VCS NÃO PAGA DIZIMO LA NA MINHA IGREJA C'S TÃO FUDIDO! Eu não falo isso pq eu odeio vcs, mas falo isso por que AMO vcs, e por isso peço vossa generosa contribuição de 99,9999% do seu salario.

    Pastor Cabeção, teologo, pedófilo, evangélico humilde, dono de apto beira-mar em Copacabana.

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  3. Porra, mas pastor, num odeio jesuiz não...Nois sempre bebi uma branquinha no final de semana...

    Eu vi vc abusando das quiança do vizinho, mas eu sei q aquilo era so uma mirage feita pelo demonio pra me enganá...Vó queimar os livro de nietzsche começá a ler a bibria!

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