terça-feira, 31 de julho de 2012

Propostas para uma discusão - religião

Lembro que as discusões que eu tinha com crentes eram no minimo onerosas - as lembranças dessas nefastas discusões permanecem latentes em minha mente até hoje. 
As poucas discusões que eu tive nos ultimos tempos não foram tão onerosas, na verdade, eu estou começando a gostar disso. Infelizmente, como possuo uma vida social restrita a poucas pessoas, não tive a oportunidade de discutir sobre religião com a frequencia que eu desejava, assim, me deu tempo de elaborar várias questões que eu pretendo colocar em minhas discusões futuras.
A experiencia de simular, em minha mente, uma conversa entre eu e um crente hipotético, também me foi um tanto quanto interessante.
Eis aqui conceitos e temas que eu busco propor numa discusão sobre religião. Não espere um "Manual como humilhar crentes", pois este não é o meu objetivo. O meu objetivo é criar condições para uma discusão que tenha o prazer em discutir sem que o arrependimento e lembraças amargas retornem a meu subsconsciente ao longo dos anos; memorias como "por que eu não falei isso para ele? Divia ter dito aquilo e não aquilo"...Enfim, coisas que fazem eu ter o desejo de ter uma maquina do tempo.


1º Conceito: Deus, uma criação humana.
Vc está naquela conversa informal entre conhecidos (não digo amigos por que eles são raros), e de repente, o assunto se volta aos olhos para religião. Então escuto as primeiras objeções a minha pessoa (são meus conhecidos, eles lembram de minha ingenua declaração quando eu tinha 16 anos: "eu sou ateu"), e eu, os surpreendo dizendo: "Bom, mas quem disse que eu não acredito em Deus? Ele existe, pois ele é uma criação humana". Assim, exponho minha primeira condição para o debate: "Minha unica condição para este debate é a reflexão deste argumento. Se não estiverem dispostos a meditar sobre ele, não prosseguirei com a discusão e as objeções futuras serão ignoradas: Zeus, Wilacocha, Odin foram deuses que eram reflexos dos povos que o criaram e imaginaram. Como pensar em Afrodite sem pensar, ao mesmo tempo, nos gregos? Enfim, por que com Jeová é diferente? Por que o Deus cristão é especial? O que o torna uma excessão?"
A unica vez que fiz essa pergunta foi a um contato. Fim de ano, ele me tinha me desejado uma boa aventurança aos braços de seu Deus. Eu começei, propositalmente, com a discusão...Ao fazer esta pergunta, ele me deu uma resposta no minimo insatisfatória. Não lembro muito bem o que ele respondeu, mas acho que foi algo como isto: "Por que ele é a palavra, foi mostrado ao homem, ele é o senhor, a verdade foi revelada...". Então respondi: "Good...Vc não respondeu a minha pergunta..."
Quando o crente se recusou a meditar sobre o argumento e responder minha pergunta a nossa discusão não foi muito longe.

2ºConceito: Metaforas
Uma pergunta que ainda não fiz a um crente: "Por que não interpretamos as passagens biblicas metaforicamente?". Ele talvez diga: "Está na Biblia, ela é a verdade". Tal afirmação revela uma estranha e irracional confiança a um livro que ele julga conter verdade absoluta e incorruptivel, quando, na verdade, foi extremamente modificado e mal interpretado por mãos humanas. Modificado mais por interesses humanos do que divinos, diga-se de passagem. Mudaram um trecho ali ou aqui para, ora justificar o comportamento do clero, ora para condenar um povo ou uma nação. Claro, não é só um materialista que está afirmando isso, mas os proprios teologos, com destaque Bart Ehrman, que depois de anos estudando o livro, percebeu contradições latentes nas passagens da biblia, como também, que o critério que os seus atores se propuseram a si mesmos foi de escrever o Novo Testamento em conformidade com o Antigo, mas não em conformidade com os fatos históricos.
Todavia, um teista anticlerical me faria a seguinte objeção: "Mas isso foi o trabalho dos homens que não souberam interpretar a palavra de Jesus. Jesus nunca seria a favor da Igreja e de tudo que fizeram na idade média"...Muito bem, até uns tempos para cá essa me parecia uma objeção bem razoavel, todavia, hoje eu proponho a seguinte resposta a esta objeção anti-clerical em prol do genio de Jesus: "Jesus foi uma metafora para tornar verosímil a nova religião que surgia. Sem ele o cristianismo não teria razão de ser. Os cristãos primitivos pricisavam de um martir, de um salvador para persuadirem as pessoas que ansiavam converter. Os que escreveram a biblia não estavam numa posição imparcial de simples escribas com o objetivo de redigir o que aconteceu. Esses cristãos primitivos já almejavam a potencia, como dizia Nietzsche, como também, o rompimento com a cultura a qual se originram. Usaram Jesus como pretexto e principal meio para este fim. Ou seja, os que criaram Jesus foram os padres do amanhã. Não haveria igrejas, templos, sacerdotes sem esta eloquente metafora de um salvador crucificado".

3º Conceito: Conceitos filosoficos
Uma proposta interessante, que eu irei aplicar nas futuras discusões, será deixar a pessoa a qual eu estou discutindo a par de alguns temas filosoficos relacionados (no caso de estar discutindo com uma pessoa simples e comum, que provavelmente, ignora ou pouco entende de filosofia).
Eu poderia fazer um "resumão":
"É muito interessante colocar aqui que os ideias cristãos já eram defendidos por Platão há pelomenos uns 400 anos antes do surgimento do cristianismo.  Ele que concebeu a idéia que deviamos renegar este mundo em prol de outro, um mundo supra-sensivel que ele chamou de mundo das ideias, aonde, ela é regida pelo bem, sendo o bem a causa-em-si. Em muito a filosofia platonica se assemelha com o ideal cristão, e por isso, os cristãos não tiveram dificuldade de cristianiza-lo. Platão, criou também o que chamamos de idealismo, concepção filosofica que diz que a idéia precede a existencia, ou seja, antes de você existir neste mundo, você era um ser imaterial, como as idéias. Depois de sua morte neste mundo você voltará a ter uma substancia imaterial. Seu corpo perecerá, mas seu espirito não. O idealismo prevaleceu por mais de 2 mil anos, até que, no século 18 surge uma nova escola filosofica: o empirismo. O empirismo se o opõe ao idealismo dizendo que não há ideias inatas, e quando nascemos, nossa mente é um livro em branco que será preenchido ao longo do tempo. O materialismo diz que a metafisica, o mundo supra-sensível e seu ambito, nada mais são do que uma miragem do mundo material. Como um espelho que reflete as coisas que vemos e as tranformam em fenomenos sobrenaturais e metafisicos, isto é, distorce as coisas que tocam os nossos sentidos e estão no terreno de nossas experiencias.
E é claro, não deixaria também de fazer algum comentário sobre conceitos estabelecidos por Nietzsche, conceitos que eu ja falei com atenção neste post: O mundo aos pés do padre
O existencialismo, diz que se existem principios a priori, se existe Deus, se existe mundo supra-terreno,  isso não interfere em nossa existencia. O mundo continua a existir mesmo com a existencia ou inexistencia dessas coisas...



4ºConceito: Beleza e podridão
Não é raro encontrar pessoas que dizem ser descrentes devido a fatores como: "Quando meu pai morreu, eu deixei de crer em Deus", ou até "Como pode existir Deus com tanta gente morrendo de fome?". E também não é raro teistas afirmarem que a beleza no mundo é uma prova mais do que convincente que Deus existe. Eu não creio que, ora a beleza, ora a podridão, sejam qualidades que corroborem com a existencia ou inexistencia de Deus. O argumento que defendem é este: "Há muita beleza no mundo, logo, Deus existe" e "Há muita violencia, guerras no mundo; logo, Deus não existe".
As premissas estabelecem as conclusões "Deus existe" e  "Deus não existe"?
Ao que concerne ao primeiro argumento, o teísta irá reconhecer que há guerras no mundo, mas elas só são provocadas por distorções que os homens fazem das palavras de Deus. Eu, diria que há muitos fatores materiais que levam paises a entrar em guerra, como também, por motivos pretensamente religiosos. Ao que concerne ao segundo grupo, se chega a inexistencia de Deus por causa da miséria, da fome, das guerras, e o argumento ainda reserva uma premissa oculta que diz: "Se Deus existir, ele é indiferente aos problemas na África, na Ásia e na America do Sul, em outras palavras, ele é indiferente ao nosso tormento, nosso sofrimento, e diz que nós devemos obedece-lo cegamente".
Em ambos os argumentos, estamos estabelecendo que qualidades instrisecas ao nosso mundo definem se Deus existe ou não. E aliás, qualidades como estas definem a existencia de alguma coisa? Arvores existem por que são belas? Arvores deixaram de existir por que são feias e comem a gente? Arvores existem pois tem uma missão, um fim? Eu não vejo nenhum meio lógico para estabelecer essas conclusões com estas premissas. Isso me lembra um episodio um tanto curioso, em que eu estava conversando com um pescador ancião, um nativo de minha cidade. Ele disse para mim que eu iria começar a acreditar em Deus depois de perder algum ente querido. Bom, então o argumento dele se reduz a isso: "Seu pai vai morrer, logo, você acreditará em Deus". Depois que meu pai morrer ele poderá dizer algo assim: "Se serve de consolo, Deus te ama".
Deus, neste caso, tem um carater de um mero consolo. Mas é claro, não poderia desprezar este consolo, pois ele é capaz de fazer muitas pessoas superarem crises existenciais e uma vida problematica cheia de vicios. Mas, no final, quem superou esses problemas foram elas mesmas, não foi Deus que as guiou neste caminho mas a "idéia de Deus", a idéia que deveriam ser, de alguma maneira, subservientes a um ser imaterial, que na verdade, não passa de um conceito criado por homens.

5ºConceito: Dogmatismo
As pessoas sempre viram as ideias religiosas como coisas benfazejas, mas eu, ao contrário, sempre vi como virtudes dogmáticas, que não admitem discusão e um livre intercambio de ideias. A ótica religiosa reduziu tudo a demoniaco ou divino. Tudo que é desconhecido é imediatamente batizado pelos véus obscuros do preconceito religioso. Sempre ouvi as pessoas elaborando frases no minimo contraditórias: "Eu respeito a sua crença, mas VOCÊ TEM QUE ACREDITAR EM JESUSSSSSS SEU FILHO DA PUTA, ARGHHHHHH!"
Lembro, que um conhecido meu tinha dito: "Voce vai para o inferno e vai sofrer...", me é peculiar como há hordas de individuos que ainda se persuadem com esta ideia de Deus punitivo e medieval. O que eu respondo para um sujeito desses? Apenas responderia: "É bom saber que você deseja um bom porvir para mim, mesmo que ele seje metafisico. Muito obrigado e tenha uma boa noite". 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O problema da musica - o mundo desconhecido

Eu já escrevi um artigo com tema similar antes no "Pequeno Ensaio sobre a Musica", todavia, o artigo que compartilho com vocês hoje é de carater mais pessoal e inspirado pela leitura de Adorno, filosofo alemão da Escola de Frankfurt que meditava sobre a musica e seus problemas.


A musica, para muitos, é uma mercadoria, e como tal, vive num mundo onde o novo pode se tornar obsoleto com extrema velocidade, e mais tarde, se tornar sensação novamente para depois se tornar obsoleto e assim por diante. É um ciclo e a Industria Cultural sobrevive por causa deste ciclo. É certo que ela produziu "generos" e "estilos" extremamente questionaveis para um ouvido atento, todavia, por que são tão populares? Oras, como já dito, a musica é uma mercadoria, então, as pessoas não estão focadas em ouvir musica, e sim, consumi-la. Se você ainda não está convencido que a musica que escutas foi reduzida ao patamar de mercadoria, é bom notar que as musicas fabricadas hoje em dia seguem padrões de fabricação, bem como "critérios de qualidade" estipulados pela Industria Musical. O processo de produção tem que ser rapido e facil, para facilitar a venda e ainda atingir um publico vasto já acostumado a ouvir e se entreter com os produtos que a Industria Musical fabrica. As "novas sensações" que esta fomenta, como já dito, não passam de um reciclagem do que já foi feito, ou uma mutação de um estilo musical já existente, como o sertanejo que foi distorcido e violentado; e esta distorção foi chamada por símios ocientais de "Sertanejo universitário".

Mas não se desesperem meus caros, a "musica como mercadoria" é só uma infima e insignificante fração de um universo muito maior. Não é por que essa infima fração é a mais conhecida que significa que a musica se resume a isto. Não, meus caros...E o que existe além desta infima fração? Muitos morrerão sem fazer essa pergunta e sem ao menos ousar ultrapassar os limites estabelecidos pela Industria Musical, pois esta garante segurança e abrigo ante um mundo escuro e desconhecido que conhecemos como musica. Limitados a condição de vis consumidores, as pessoas não buscarão a contemplação, mas reduzirão as musicas a sapatos, a camisas, e a objetos.

Mas comigo foi diferente...

Mesmo vivendo num ambiente afastado do Mercado imposto pela Industria Musical, no sentindo de não consumir o que ela fabricava, eu estava limitado ao que os meus pais ouviam: MPB, Rock Classico e Rock Nacional.
Antes de conhecer o metal, já tinha curiosidade em conhecer algo mais pessado e apaixonante que Pink Floyd e Ratos de Porão. O metal me parecia um mundo supra-sensivel que não se podia conhecer e muito menos se pensar sobre ele.
O descobrimento do metal foi um choque, um fenomeno que me manteve perplexo por 6 meses. Tive que superar os dogmas do metal extremo para prosseguir em minha jornada, consciente que havia ainda muitas coisas para descobrir neste vasto universo e que tais dogmas seriam um verdadeiro obstaculo em minha jornada. Me aprofundei cada fez mais naquele mundo desconhecido, e então decobri musicas que eram pessoas, musicas que eram mundos inteiros...A impressão era que o compositor tinha criado um mundo novo do zero, como se as montanhas fossem melodias e as mudanças adruptas de tempo representassem as mais severas tempestades. Em outras palavras, a musica tinha se tornado um instrumento de contemplação e admiração do mundo ao meu redor...É ela a minha unica companheira quando ando pelas sebes, entre as arvores e entre os rios. Não me passa na minha cabeça que, um pagodeiro ao andar pelas sebes diga: "Porra, aqui seria um bom lugar para ouvir sorriso maroto"...Quer dizer, a proposta de tal grupo musical está muito longe da contemplação de um universo de arvores, rios, montanhas...O folk metal, no caso, foi feito inspirado na contemplação deste universo. A musica dentro do ambito estabelecido pelo mercado da Industria Musical se inspira num estilo de vida banal, que não inspira maiores coisas alem de conservar o falso romantismo e o tenaz impulso de consumir.

Ao digitar este vil artigo, deves estar pensando que eu sou um homem que sempre buscou transpor limites dentro do universo musical, não? Aliás, é esta a virtude que propus. Mas não estaria, eu, preso numa limitação que eu proprio estabeleci, e sob a qual, não tenho consciencia dela? Seria eu um homem fechado e pouco eclético como dizem? Bom, deixo essas perguntas no ar a titulo de redigir um final que pareça épico e poético, já que nós, escritores incopetentes e vagabundos, somos especialistas na arte de ludibriar o leitor com finais eloquentes e que propõem algumas questões pretensamente filosoficas.

Até breve e tenham um bom inverno!

sábado, 7 de julho de 2012

Comunicado medicore

Fiz uma lista dos objetivos e metas para esse mês, pois, percebi que o mês de junho foi um mês perdido em que passei o tempo me entretendo com futilidades e li bem pouco, então meu intento é que este mês seja diferente: aliás, é o mês que eu completo 19 anos, então ele deve ser especial, não?

*Postar no minimo 4 postagens que ainda estão nos racunhos até o final deste mês.
*Ler no minimo 4 artigos que eu não li ainda e terminar uns dois que não terminei.
*Ver os albuns que ficaram no computador (Prazo 20 dias)
*Se habituar com a nova rotina de leitura: 2 livros por dia no mesmo periodo ou em periodos diferentes.
*Ver quais midias pornograficas (fotos, videos) que eu vou manter no computador (Prazo 20 dias)

Ao que concerne ao primeiro item da lista, eu me lembro do momento que eu tinha terminado com um post sobre a musica At dawn they sleep, do Slayer...O post tinha ficado do caraio, eu estava orgulhoso de mim mesmo, então, quando fui clicar em PUBLICAR, eu não vi o post sendo publicado e ainda não o vi nos rascunhos...Em outras palavras, ele desapareceu, sumiu...O blogger, em vez de PUBLICAR AQUELA PORRA, deletou tudo o que eu escrevi sem mais e nem menos...Um bug filha da puta não? Isso me deixou feliz pra caraio...

Sobre o terceiro item: embora tendo muitos livros para ler e muito tempo de sobra, o mês passado eu cai numa preguiça intelectual fodida. Inerente a esta exigencia que fiz a mim mesmo, pretendo terminar ainda nesse mês 4 livros: Genealogia da Moral (Nietzsche), Cidades Medievais (Henri Pirrene) e A logica dos verdadeiros argumentos (Alec Fisher), e Discurso do Metodo do nosso querido Descartes.

Sobre o ultimo item: percebendo que já tinha um material pornográfico muito vasto, decidi parar de frequentar sites eroticos até definir o que fica no computador. Na verdade, é bom parar de acessar esses sites por que eu tava acessando-os todos os dias e isso se torna uma coisa bem alienante, se é que vocês me entendem...O saudavel de pornografia é feito num ritimo bem lento, visando a contemplação desta arte..Porem, isto estava se tornando um vicio, então decidi parar por um tempo...

Half life 2



Dos jogos que eu joguei até o momento, o Half Life 2 é o melhor, não só pela jogabilidade e pelos graficos, mas também pelo contexto e pela história do jogo. A principio, o contexto do jogo é intrigante e complexo: o jogador é inserido num realidade anomala e estranho até para o personagem que ele controla...Somos inseridos numa Europa Oriental que ainda presencia materialmente os vestigios do dominio soviético e vive num totalitarismo, não empreendido por um governo comunista, mas por uma nação alienigena que tem um ditador fantoche na terra. O que é peculiar é que há uma variedade enorme de filmes, histórias, romances de ficção cientifica que se focam na invasão alienigena em si, já a historia do jogo não é sobre uma invasão alienigena, mas sim, a humanidade vivendo sobre o jugo de uma raça alienigena. A exploração deste conceito novo é que me chamou atenção.
A seguir, irei expor conceitos que tirei do jogo:

O governo ditadorial de Wallace Breen

Breen é o equivalente ao que foi Petain na França ocupada: um lider fantoche e colaboracionista, subjugado pela vontade e inteções das forças de ocupação. O governo de Breen é uma especie de facismo e possui todas as qualidades de um governo totalitário: repressão e censura férrea, supressão de qual quer demonstração de rebelião, alem da constante perseguição e tortura promovida contra os civis. No começo do jogo, podemos ver frequentemente pessoas sendo pressas, interrogadas, e até mortas pelos Metrocops. A unica diferença do governo totalitário de Breen com os outros que o antecederam no mundo é que ele é extremamente impopular. Eu não sei se ele tem alguma razão de existir sem o apoio popular...Os grandes totalitarismos eram governos extremamente populares, as pessoas idolatravam seus lideres despotas e facistas já que eles tinham colocado em suas mentes uma promessa de um grande futuro: a Europa dominada pelos Alemães e pelos Italianos, seus senhores por direito. Já na ditadura de Breen não há nenhum cidadão que simpatize com seu governo e ele só tem o apoio de suas forças coercitivas. Tendo só o apoio das forças coercitivas, ele contradiz o principio estabelecido por Gramsci que diz que um ditador, por mais que detenha o poder sobre os meios de repressão, não conseguirá, contudo, estabelecer uma hegemonia politica e cultural duradoura pois, ele poderia se valer de seu controle sobre as massas, visando colocar as pessoas contra os rebeldes. E, de fato, é isso que os ditadores fazem: dizem que os rebeldes são assissinos terroristas e a população inevitavelmente se volta contra aqueles que querem "liberta-los". É claro, Breen se vale dessa estratégia quando ele fala por televisores espalhados por toda a cidade, mensagens como: "Foi confirmado a aparição de um insureto. Seu personagem é sinonimo dos desejos mais obscuros do instinto, da ignorancia e da decadencia. Ele é um dos piores excessos do incidente em Black Mesa. Devo lembrá-los dos perigos do pensamento mágico". O que é peculiar é que essas mensagens não ocassionam os efeitos esperados: os cidadãos não são persuadidos pelas mensagens de Breen, o que indica que ele fracassou em estabelecer sua hegemonia cultural e sua aceitação entre os cidadãos.

A oposição aos instintos

Como pregado por Wallace Breen, o verdadeiro inimigo da humanidade não são os invasores extraterrestres, e sim, os instintos. Os combines tem, como suposto objetivo, auxiliar a humanidade a se unir ao resto do universo controlado por eles (ao que Breen chama de "Universal Union"), e para que isso seja possivel, é necessário suprimir os instintos, em especial, a reprodução, pois ela é particular dos seres primitivos e fracos. Este ideal se assemelha muito ao ideal ascetico, aquele que é tão difundido nas religiões, que estabelece a existencia de um outro mundo, como também, a negação deste e de tudo que lhe é inerente (paixões, desejos, volições, instintos...). A unica diferença é que o fim em si, estabelecido pela religião cristã, por exemplo, é o "Reino de Deus", e o fim de Breen é essa pretensa "união universal". Para piorar, Breen diz que sua doutrina é cientifica, quando mais se parece com uma doutrina religiosa e extremista que anseia suprimir a raça humana.


Os papeis se invertem

Com o fim do campo de supresão e o recente fechamento dos portais para o universo combine, agora a resistencia já possui uma vantagem: sua população tende agora a crescer e terá que eliminar o exército combine remanescente que ja não tem aonde ir e nem como receber mais reforços de seu mundo já que perderam contato com ele; mesmo assim, o exército combine continua superior no que se refere ao poder bélico, alem de um vasto contingente ainda remanescente. As forças transhumanas se encontram numa situação analoga do exército alemão, nos ultimos anos da Segunda Guerra Mundial: continuam a ser um exército forte, bem preparado, e que continuam lutando, e mesmo sofrendo amargas derrotas, eles também sabem impor contra-ataques e repressálias significativas. Mas é claro, ao contrário da situação em 1943, que tanto o exército Alemão quanto o exércio Vermelho estavam equiparados, a situação no jogo é diferente, pois, os exércitos combine, mesmo pela derrota que sofreram no final do episodio 2 (com o fechamento dos portais) continuam a ser uma força muito mais poderosa do que de seus oponentes: o exército da resistencia humana. É uma batalha entre um exército e um grupo de guerrilheiros, entre transhumanos e humanos. Como será o desfecho dessa batalha? E me pergunto, será que os combines também não estão ocupados tentando suprimir outras revoltas em outros planetas que eles controlam?