sábado, 8 de outubro de 2011

Minha evolução na musica


Para um leigo, que nunca ouviu metal na vida, aconselho o seguinte: em vez de dar relevância ao preconceito que você tem do estilo, faça um esforço para meditar, se foque na instrumental e não no vocal que você julga horrendo e sem talento - a maior reclamação e objeção ao estilo é justamente o vocal gutural...O metal torna você capaz de julgar uma musica de forma mais critica e analitica, pois foca no que a musica verdadeiramente é: uma expressão subjetiva do mundo e não uma mercadoria, um rosto bonito...Despreza-se a ditadura do belo e tudo que está relacionada a ela - a paixão que é exaltada até as ultimas consequências como único tema lirico recorrente em todas as suas musicas (a exemplo do sertanejo universitário ou outros tipos de musica mais baixos).

Minha evolução musical começou aos 12 anos quando eu tinha começado a formar um gosto musical particular. Nesta época foi marcante o papel do Vol.4 do Black Sabbath, o primeiro album de Heavy Metal que ouvi - eu ainda  o admiro muito, principalmente por ser, ao meu ver, o começo das experimentações do Black Sabbath, quando seu som começa a ficar mais psicodélico e se aproximar mais do hard rock - a exemplo do Sabotage e do Technical Ecstasy, que diferente dos primeiros 3 álbuns, eram mais experimentais e psicodélicos. 

Dos 13 aos 14 anos foi uma fase protagonizada por 3 bandas: System of a Donw, Ratos de Porão e Black Sabbath. Foi nesse periodo que conheci o Paranoid - o album que tinha as musicas que eu queria ouvir, como Iron Man e Eletric Funeral...Eletric funeral era uma das musicas que mais ouvia naquele tempo...Ela tinha um valor imensurável, um valor muito singular, valor este que não tem tanta intensidade hoje. A banda mais pessada que ouvira até ali era Ratos de Porão e Sepultura. Tinha ouvido Sepultura num cd pirata de um conhecido meu. Era uma espécime de coletânea, faixas tanto da era Derek Green como dos irmãos Cavalera...Descobri dois anos depois que só tinha me identificado com as faixas da era do Max, o que possibilitou bastante minha adaptação ao thrash e death metal. Paralelamente, enquanto ouvia Ratos, Black Sabbath, Sepultura, lembro também de ter escutado rock pop, e já que isso não contribui para a minha "evolução" musical, não entrarei em mais detalhes, considerando também que naquela epoca eu não rotulava gêneros e nem se esforçava em dividi-los ou identifica-los. Na verdade, era leigo na história das bandas, das várias subdivisões que existia dentro do rock...Era apenas um ingenuo ouvinte e consumidor de musica.

Então chegou o conturbado ano de 2008...Quinze anos...O primeiro semestre de 2008 foi muito confuso. Ouvia de tudo, de Rock clássico a MPB. O que mais ouvi neste primeiro bimestre foi Raul Seixas, Pink Floyd e Gilberto Gil. Uma época em que eu aspirava a liberdade, a desejava - ao mesmo que me se sentia humilhado sem necessidade, mas é claro, era humilhado por causas que irei relatar mais tarde. Waters, Dave Gilmour, Raul Seixas eram meus ídolos. Tinha começado a ler os livros que tinha em casa sobre história e politica...Reli livros que tinha lido inapropriadamente naquela época - minha leitura era bem mais superficial do que é hoje. Começei a andar muito pela minha cidade pois eu tinha o desejo de conhecer o que estava em volta de mim, conhecer as ruas que nunca dantes tinha explorado, as idéias que nunca dantes tinha passado pela minha cabeça.

Então veio o segundo semestre. Ele foi vital para definir meu direcionamento musical e meu pensamento.
Foi uma era em que rompi com o meu moralismo e o respeito que tinha com os professores. Minha opressão se devia a esse respeito irracional e acrítico. Perdi quase todos os anos de escola em submissão a moral do professor, em submissão a vontade de ser um aluno exemplar para os professores quando eles não mereciam nem o meu respeito. Como eles me domesticaram...Eis a função de qual quer moral: a domesticação. A moral tem o poder de domesticar é só você estar conformado a ela. 
Neste segundo semestre que eu rompi com os professores. Minha participação na sala de aula reduziu consideravelmente, pois eu não iria agir mais para ser um bom aluno, mas agiria apenas por espontaneidade. Eis o meu objetivo daquela época - o que não consegui alcançar a plenitude deste objetivo ao terminar o ensino médio no ano passado...O problema foi também que eu não estava apto a admitir que era da natureza humana fazer declarações e concepções generalizantes - algo que irei explorar em outro post - e estando a par disso, podia ter lidado muito melhor com a repressão que sofri naqueles tempos por parte de meus colegas. Era fraco e mediocre, e aquele foi o tempo que despertei de meu coma, de meu conformismo. 

Conheci então, meu único amigo que tenho hoje, Dave Marcondes, o matemático. Ele me mostrou o Deicide e lembro bem a primeira musica que ouvi do Deicide: Homage for Satan! Ao mesmo tempo que rompia com a moral do professor, eu também buscava uma musica diferente daquela que ja tinha ouvido, uma musica mais pesada do que tudo que já tinha visto até então...Procurei por bandas de punk, achando que se assemelha-se ao som do Ratos de Porão, mas descobri o quão medíocre e vil era o punk em geral - só mais tarde descobri que na verdade o Ratos de Porão fazia uma fusão de Metal com punk. Deicide era tudo o que eu procurava naquele mometo...Era tudo que eu necessitava. Ai que eu definitivamente me aprofundei no mundo do metal. Abandonei de tudo de mediocre que ouvia em outrora - Pitty, titãs, MPB - e me interessei pelo Death metal e o black metal. Pena que, o que era para me libertar na verdade me aprisionou - me tornei escravo da moral do trOO, me influenciei pelo extremismo do Black metal. 

No período entre 2009 e 2011 eu me tornei bem mais eclético e me livrei dos dogmas do metal extremo. Tudo isso começou numa bela manhã no primeiro bimestre de 2009 que eu tinha sido acordado pelo Led Zeppelin. Aquele som que eu já não ouvia há um ano praticamente...Tinha desprezado tudo que tinha ouvido até ali, só ouvia black metal e death metal pois eu achava que não podia escutar outra coisa - o dogma me "impedia" de ouvir outra coisa, mas no fundo era o que mais desejava, pois, já estava fadigado pela monotonia e a tosqueira que eram peculiares ao estilo.  Mas quando começei a ouvir aquilo pela primeira vez dentro de 10 meses, como me surpreendi, como fui tolo de ter condenado aquilo...Era muito melhor que Black metal. Aos poucos eu ia redescobrindo o hard rock e descobrindo o blues e jazz. O período se caracterizou pela minha aproximação do Thrash metal. O estilo que mais ouvi por quase dois anos inteiros.

Por ultimo, esta nova fase, que rompi com o thrash metal e me foquei muito mais no folk e death metal, sem falar é claro, do tradicional rock clássico. Meu gosto ficou mais exigente, tanto q o thrash metal perdeu seu valor, pois, algumas obras do estilo focavam apenas na velocidade em vez da virtuosidade. A exemplo de Obssessed by cruelty do Sodom...É a mesma merda o album inteiro, creio q são os mesmos acordes só q algumas pequenas mudanças de uma faixa para outra. Os melhores trabalhos do genero são os mais ousados, como o Rust In peace, que não há musicas que são aquele thrash metal puro e tosco, mas há até fusões eficazes com o hard rock (há exemplo da faixa Lucretia). 
Aprecio muito Death - Chuck Schuldiner conseguiu reduzir o tempo de uma grande sinfonia em apenas 6 minutos na musica Symbolic. Um feito extraordinário para dizer o minimo...É uma musica bem criativa, cheia de riffs que mostram o talento de Schuldiner como musico e compositor. Em outras palavras, gosto do que é virtuoso e ousado. Uma musica que tem algo novo a me mostrar. Eis onde cheguei em minha evolução...Ela deve estar apenas começando!

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