sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A vitória dos indignados - a visão elitista de Nietzsche


Meu irmão, tinha dito certa vez, que apos ler um artigo de Nietzsche, tinha convicção que ele era um anarquista. Embora seja possível fazer uma analogia entre o pensamento de Bakunin (anarquista russo do século XIX) e de Nietzsche no que diz respeito a visão que ambos tinham da religião cristã, o ideário politico de ambos entra declaradamente contraditório.

Primeiro por que Nietzsche era declaradamente elitista e para ele os anarquistas e socialistas estavam no mesmo patamar dos cristãos enquanto defensores dos fracos e oprimidos. O socialista representava a casta da indignação e a indignação é indecente, pois, segundo Nietzsche levou o fraco a se vingar do forte e por fim a subjugar o forte, corromper o forte. O cristianismo pode ser interpretado como a vitória dos fracos sobre os fortes. E de que forma os fracos triunfaram sobre os fortes? Os fracos o corromperam com a imposição de sua moral...Eis o por que Nietzsche julga - com razão - a moral como uma grande corrupção milenar da humanidade.

O aforisma 57 do Anti-cristo (aforisma pelo qual eu me foquei bastante para escrever este post) exemplifica a visão elitista de Nietzsche: "O que é que eu odeio mais entre a escoria dos nossos dias? A escória socialista, os apóstolos do chandala que minam o instinto, o prazer, o contentamento do operário que leva uma vida humilde - que tornam o operário invejoso e lhe ensinam a vingança". Em outras palavras, Nietzsche acusa os intelectuais socialistas de corromperam os operários que antes viviam com respeito as convenções sociais impostas pela aristocracia. Temos é claro que entender o momento histórico de Nietzsche e Bakunin: a Europa era dominada pelos burgueses e ainda as condições de trabalho nas industrias eram horrendas. Nietzsche então tem a ousadia de me dizer que o operário, que ganhava porra nenhuma e ainda trabalhava pra caralho não podia se revoltar contra a instituição que o escravizava, e como justificativa para aceitar o seu trabalho escravista Nietzsche não poderia recorrer a divindade, dizendo que o operário deveria obedecer seus superiores por que seus superiores - desde dos dirigentes do estado aos dirigentes das fabricas - eram inspirados pela força divina para comandar os operários...Então o que justificaria a subordinação operária ao patrão, se Nietzsche considerava até os valores liberais como sendo sintomas de fraqueza? Para Nietzsche é preciso que o operário obedeça o seu superior, que o operário tenha respeito pelas convenções sociais estabelecidas pela aristocracia. Mas pera ai...Não foi a moral que justificou o poder da aristocracia sobre os operários? Nietzsche não é imoral? É possível conciliar sua visão elitista com seu ideário imoralista? Eu duvido muito.


Para surpresa de muitos (inclusive de meu amigo, Dave, o matemático) é possível encontrar semelhanças entre Nietzsche e Bakunin enquanto a critica que os dois faziam sobre o cristianismo. Uma vez que eu tinha citado um artigo de Nietzsche a Dave ele tinha achado que era de autoria de Bakunin. 

Os dois concordam que o cristianismo pode prosperar graças ao Império Romano que tinha acabado com os rituais nacionais e regionais na Europa. "Sobre a ruína de centenas de ritos nacionais é que o cristianismo pode prosperar como religião universal e internacional" declarou Bakunin em Deus e o Estado. 

No aforisma 37 do anti-cristo, Nietzsche declara: "O cristianismo absorveu em si dogmas e ritos de todos os cultos subterrâneos do Império Romano, o absurdo de todas as especies de doenças mentais"

As semelhanças entre ambos acaba aqui. Ambos compartilhavam uma ideologia anticlerical e imoral, todavia, o ideário politico destes personagens, volto a repetir, era dispare. Enquanto Nietzsche via no Império Russo um exemplo de sociedade, Bakunin já denunciava o autoritarismo Marxista e já tinha previsto o que aconteceria com a Revolução Russa e outras revoluções socialistas que ocorreriam há quase meio seculo depois de sua morte. Para ele não fazia sentindo fazer uma revolução para instalar um novo estado, pois este estado, mesmo sendo governado por operários, se converteria num despotismo, numa ditadura opressora, pois os operários de outrora seriam os déspotas do amanhã. E isso realmente aconteceu, meus caros. A história nos mostrou que Bakunin tinha razão sobre o que seriam as experiencias revolucionárias inspiradas pelas idéias marxistas. Eu falarei mais sobre Bakunin em outro post, me limitei aqui a fazer a minha analise de um dos aforismas do anticristo que mais me intrigara. Aliás, aconselho a qual quer um a ler o Anti-cristo de Nietzsche e o Deus e o Estado de Bakunin. Outro livro de Nietzsche que é obrigatório ler é o Crepusculo dos Ídolos, o livro que pode servir como uma sintese, um resumo de toda a filosofia de Nietzsche exposta em seus livros anteriores. Foi lendo este livro com mais atenção que eu achei a resposta para uma das minhas perguntas que mais me intrigavam em Nietzsche: "A moral é a negação da vida, mas por que ela é a negação da vida?". A resposta você verá em outro post...
Até lá, eu só tenho a dizer o seguinte: "Sim, eu li crepúsculo...Crepúsculo dos Ídolos!". Como seria uma juventude que se apega-se a um livro de filosofia ao invés de se identificar cada vez mais com romances cada vez piores? Com essa super-valorização dos valores românticos e moralistas, eu creio que é necessário a transmutação de todos os valores, assim como propunha Nietzsche.  

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quarta surreal - Wooden Pints e How many more Times

Wooden Pints - Korpiklaani (boa alternativa para beber e cortar lenha)

Como bom lenhador que sou, não poderia deixar de colocar essa musica na quarta surreal! A musica é quase um ritual, uma mantra que deve ser cantado bêbado, bebendo e cortando lenha para o inverno! Até a letra é terapêutica, faz bem para o espirito. Tente cantá-la cortando lenha e verá como a musica irá tornar o seu trabalho em uma experiencia no minimo interessante (eu já cortei lenha cantando essa musica).

"There man, undeground, Who never see the sun, but they realy now how to party!
Little man from undeground, Who never see the sun, but they realy now how to party!"

É isso quase a musica inteira, alem do refrão que repete muitas e muitas vezes. Musica para lenhadores e camponeses bêbados! 

"The rise their wooden pints and they yoik and sing 
And they fight and dance 'till the morning"



How many more times - Led Zeppelin

Estou aqui não só para divulgar a musica dos lenhadores e camponeses boêmios, como também fazer justiça com uma musica que eu julgo ser desvalorizada até pelos fãs do Led Zeppelin: How Many More Times. Se fala muitos sobre os grandes clássicos do primeiro album, como Danzed and Confused, You shook Me, Communication Breakdown mas e o How Many more times, que é a melhor faixa do álbum? Em How Many More Times que está toda a magia do album. Um excelente epilogo, quase como um final épico extraordinário de uma grande obra. Se a Black Mountain Side se destaca por ser uma musica viajante, a How Many More Times também não nos decepciona por sua capacidade de nos envolver e nos identificar com ela. A musica mais longa do álbum, creio eu - a Danzed and Confused tem uns 6 minutos, a You shook me teve ter também uns 6 minutos...Eu já vi alguns videos dessa musica sendo tocada ao vivo, mas é claro, é bem mais facil encontrar performaces ao vivo de outras musicas do Led, como Black Dog, Song Remains the Same, Heartbreaker, Stairway to Heaven do que How Many more times...

Porra, a primeira vez que eu escutei essa musica e vi que tinha tudo haver comigo. Existem musicas que parecem que o seu compositor escreveu já sabendo o que eu ia gostar, e Jimmy Page acertou nesta musica. Quem diria que uma musica escrita há mais de 40 anos atrás poderia fascinar uma criança cachaceira deste novo século? Este poder de uma musica poder te comover, te fascinar, é prova de seu carater atemporal - você poderá ver uma dissertação maior sobre este tema nesta postagem. Uma definição bem superficial dessa musica seria um blues psicodélico...Uma musica que você ouviria inteira sem se queixar. Esta é a realidade das musicas longas feitas na década de 1970. Enquanto que nossas almas são massacradas e mutiladas por 30 minutos de musica eletrônica, cada minuto de uma performance do Led Zeppelin é sagrado e extraordinário - a exemplo da Danzed and Confused, que chegava a ter 27 minutos nas performaces ao vivo. 

A minha pergunta é por que essa musica é tão injustiçada e desvalorizada...A melhor musica do album, god dammit! Vai ter algumas pessoas que vão concordar que um blues épico como este não pode ficar condenado ao ostracismo...Como podemos afundá-lo num abismo escuro e esquecido? Não fui eu que cometi esta profanação, meus caros! Como ultimo vinho da noite, como o ultimo conhaque do porre, o How Many More Times deve ser degustado com glória depois de uma noite inteira ouvindo Korpiklaani.

 

Bonus:

Na quarta surreal passada não teve bônus, mas eu acho que essa merece um bônus gratuito - sim, você tem duas musicas no preço de uma e ainda com um bônus do caralho! 
Uma musica que tive a felicidade de conhecer a pouco tempo: Bring it on Home! Uma introdução de blues bem tradicional e depois um hard rock excelente para preencher o resto da música. Essa performace ao vivo é memorável - como qual quer atuação ao vivo do Led - intensa e surpreendente. 





domingo, 23 de outubro de 2011

Enquanto você está assistindo faustão, veja isso:

Foto educativa para melhorar meu dia...Vi muitas mulheres tão gostosas como essa em Joinville...Prentendo voltar lá em breve. 

Enquanto você assistia faustão, eu estava me fodendo fazendo enem...

O segundo dia de prova foi mais severo. Me decepcionei muito comigo mesmo, esperava ter feito uma redação muito melhor e ainda me faltam alguns conceitos de matemática...Eu acreditava que 5 horas fossem o suficiente para fazer uma prova...Estava enganado. Eu só consigo fazer um bom texto - que não seja de um tema espontâneo - em 3 horas no minimo, mas eu não poderia gastar 3 horas só fazendo uma redação. 

Bebi uma lata de cerveja - com o pouco dinheiro que eu tinha - e voltei para Itapoá carregando trazendo de Joinville toda a minha decepção com meu próprio desempenho (e tbm, cá entre nós, 5 horas direto só resolvendo questões chatas pra cacete é bem exaustivo). 

Mas eu preferia ficar fazendo prova do que ver faustão, isso eu tenho certeza! Bom, mas falar sobre efêmeros eventos em minha vida não são importantes para ninguém, então vamos ao que interessa...


Eu escolhi esta foto para colocar neste tradicional quadro de domingo, pela peculiaridade do quadro. A peituda pareceu para mim como uma jovem shaman - com esses colares e tudo. Sem falar nas tetas que parecem dois grandes olhos - não consigo parar de olhar para isso...Depois de questões que só falavam de indio, indio, e indio, eu lembrei dessa peculiar "curandeira shamanica". 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quarta surreal - Na moey Zemle

O que falar desta gloriosa sinfonia? Nem se trata aqui de uma reles musica, mas de uma sinfonia meus amigos. Uma viagem pela Europa antiga...Uma musica cantada em 5 idiomas diferentes. Pelo que eu saiba, nem as antigas operas foram escritas em tantos idiomas...

Como vocês podem ter percebido com esta postagem eu nem gosto de Arkona direito...Mas enfim, é muito suspeito eu falar sobre essa musica - pois sou um admirador ferrenho desta banda - todavia, veja por si mesmo como essa musica é de um marco na musica oriental e nordica, pois é o registro que ficará marcado na história como a sinfonia do folk metal. Será tão lembrado como as grandes peças e operas no passado. 

Até aqui a união do estilo e das bandas de Pagan Metal me impressionaram muito. Com a forte união somos presenteados com esta grande musica que consegue ganhar um caráter atemporal fortíssimo. 


Entre as bandas que fizeram parte desta grande sinfonia foram: Heidevolk, Menhir, Obtest, Skyforger, e Manegarm. Quando digo que essa musica é uma viagem pela Europa antiga, eu não estava blefando. A musica fala sobre um guerreiro que em busca da felicidade, ele viaja muito afim de encontrá-la. Não vou me ater muito a busca deste guerreiro, mas posso lhe garantir que é muito fácil simpatizar com esta musica por sua proposta que nos comove e que nos torna testemunhos deste singular e humilde peregrino. Você identifica com este guerreiro - eu pelo menos me identifiquei com este personagem. 

Eu posso até sugerir o caminho que o guerreiro fez, baseado no contexto da musica:
Depois de caminhar semanas e enfrentas as severeas tempestades de neve no norte da Finlandia, ele chega ao reino Sueco, aonde encontra terras mais ferteis para ali viver por um tempo. Chegando a um pequeno vilarejo no coração da Suécia, ele logo consegue uma amigo que decidi acompanhá-lo em sua grande peregrinação. O Manegarm trata de descrever a sua tragetoria em território sueco, a viagem que ele e seu pareceiro fizeram de vilarejo em vilarejo até chegar num porto. Chegando neste porto no sul da Suécia, ele e seu novo amigo, embarcam num navio que os leva até a Lituania.  Depois de caminhar por alguns dias ele chega onde hoje é a  Letonia (Skyforger se encarrega de descrever este momento). Ele aos poucos vai abandonando a europa oriental, deixando para trás todos os vilarejos eslavos e nórdicos que conheceu até agora. Ele então chega num vilarejo no coração da Turíngia, Alemanha. Os membros do Menhir recepcionam o humilde guerreiro eslavo com uma bela canção de boas vindas. O guerreiro passa uns dias no vilarejo e então parte novamente para a sua longa peregrinação em busca da felicidade e não poderia ter chegado num lugar melhor: Holanda! Heidevolk o recepciona com maestria, uma das melhores partes da musica. 

Ele então decide sair da holanda e retornar para sua casa. Depois de meses de viagem, ele é inesperadamente recepcionado por todos as pessoas que conheceu pelo caminho. Todos as pessoas simples que conheceu no leste europeu e na Escandinávia. Que outra palavra usar além de "sublime" para definir este momento? Digno epilogo desta grande obra. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Duna jam - uma boa alternativa para os festivais no futuro...

Lugar maravilhoso hipotético...

Sabe aquele lugar maravilhoso que você já visitou alguma vez? Passou por ele e já teve a vontade de passar boa parte de sua vida nele? Bom, eu particularmente, a passar por um lugar peculiar eu pensava: "Seria bom fazer um show aqui". Eu não fui o único a conceber essa ideia. Eu descobri recentemente sobre um festival chamado Dunajam, que alem de ter sempre bandas que resgatam o velho e viajado som dos anos 70, o festival ainda tem outra pecularidade: ele é realizado em locais bem inusitados, como uma praia, um penhasco, o pico de uma montanha, dentro de uma caverna...

Só a ideia de libertar as bandas da prisão das casas de shows e dos bares já é algo a se considerar. Você está ali, em contato direto com a natureza. Como és maravilhoso quando o local se funde com a musica...Ai então é possível ter uma incrível meditação. Longe dos centros urbanos, longe da caótica vida moderna, o festival também propõe um estilo de vida diferente. Um estilo de vida que vai contra a  corrente de um mundo onde tudo é instantâneo e efêmero. 


O esquema do festival também pode servir como uma alternativa para os festivais futuros concebidas por qual quer mente humana daqui pra frente. Ele inova também no conceito de baixo orçamento. O dunajam prova que é possível fazer um festival fodido sem precisar necessariamente gastar uma fortuna. Veja, são só alguns amplificadores, caixas de som e um gerador...Precisa mais do que isso? Só as bandas dispostas a participar do festival é claro!
Os festivais de metal poderiam ser assim...Os festivais de metal estão cada mais sendo realizados em áreas rurais do que urbanas - pelo menos aqui no sul há uma frequência consideravel de festivais realizados em sitios e fazendas - seria interessante para bandas iniciantes, quase sem nenhuma verba, organizarem um festival similar ao Duna jam. Sem palco, próximo a uma floresta, numa praia, numa caverna...Imagine fazer mosh numa praia deserta? Só de pensar nisso já é interessante, imagine se isso se realizar? 
Aqui eu dou uma dica para o novo formato que poderia ser adotado daqui pra frente em diversos festivais. 
Esse festival pode ser considerado até como o retorno aos antigos festivais hippies - é uma coisa bem hippie se apresentar numa praia deserta, ou no alto de uma montanha.  O dunajam também é a oposição do rock in rio, primeiro por seu caráter inovador e depois pelas bandas...Creio que nenhum produtor do Dunajam chamaria algum artista do axé music para q o festival se tornasse um mais popular.

Bom, eu so peço que sigam o conselho que o Dunajam propôs: festivais de baixo custo e ainda realizados em paisagens maravilhosas...Imagine fazer um show naquela pedreira que você mais gosta, na praia que você e seus amigos se reúnem, ou até naquela vale que você algum dia já visitou...


domingo, 16 de outubro de 2011

A história se repete II


Alemanha e Rússia - no epilogo da Guerra dos 7 Anos e da Primeira Guerra Mundial

A Guerra dos 7 anos foi a primeira guerra de caráter mundial...Foi um conflito entre as potencias daquela época e seus principais intervientes foram quase os mesmos em ambos os conflitos - só as alianças que foram diferentes. Inglaterra e Prússia de um lado; França, Áustria e Rússia de outro. 
Os austríacos ansiavam pela Silésia, território no sudoeste da atual Polonia. Era de interesse dos Britanicos entrar no conflito ao lado dos Alemães, pois disputavam com a França e a Espanha o domínio das colonias e o controle dos mares e do comércio. Vamos ver muito na história moderna esses três paises sempre disputando terras e colonias. Foram por muito tempo imperialistas compulsivos. 
Vou me ater a duas personalidades fortes neste conflito: a Czarina Elisabeth e o rei Federico II. 
Elisabeth fez de tudo para extermina-lo...Queria derrotar o império germânico de qual quer forma. Queria literalmente fode-lo. Federico, no final da guerra, estava em apuros...Seu exército já estava enfraquecido, as baixas começavam a pesar sobre os ombros de Federico e a derrota parecia inevitável. Então ocorreu um fato muito inesperado e até chegava a ser inacreditável. Primeiro veio a morte da Czarina que tanto o desprezava. O seu herdeiro e sucessor, Pedro III, ao contrário da Czarina, era admirador de Federico e da Prússia - talvez por que cresceu lá. Pedro não só fez um cessar fogo com a Prussia, como também contribuiu com Federico mandando reforços para expulsar os austriacos da Silésia. Resultado: Federico podia se focar apenas na luta contra os franceses e austríacos, já que, a Russia tinha saido do conflito e ainda estava disposta a contribuir com a Prússia.  Os austriacos sem a ajuda dos russos, perderam a batalha na Silésia e esta por sua vez, continuou território prussiano por longos anos...



O final da primeira guerra mundial ocorreu algo similar: tanto o governo czarista como o governo provisório insistiram em manter a Russia na guerra. Então, em 1917, o recente governo bolchevique tinha assinado o armistício com o império Germânico meses antes de sua derrota. No tratado de Brest Litovski, a Alemanha tinha ficado com as nações balticas, a Polonia e Ucrania. Por um curto periodo de tempo essas nações pertenceram ao Império Alemão, até que com a derrota do mesmo, se tornaram independentes. A polonia ficou independente até a segunda guerra mundial, enquanto boa parte da Ucrania, Belarus e os paises bálticos foram anexados pela União Soviética. Todo o território Ucraniano e Bielorusso so seria anexado pela União Soviética na invasão da Polônia e reanexado novamente depois de sua vitória na Segunda guerra mundial. 



A história se repetiu: Alemanha e a Russia fazendo acordos bem no epilogo de dois conflitos distintos. O primeiro evento foi mais favorável tanto para a Russia quanto para a Alemanha, já o fim da primeira guerra significou miséria e sofrimento para ambos. Ambos paises passaram por uma situação lamentavel depois da primeira guerra. A Russia já estava passando fome há muito tempo antes da primeira guerra e a Alemanha só conheceu a miséria graças as severas punições e restrições impostas pelo tratado de Versalhes.
E como os dois países sairiam deste empasse depois da vergonhosa derrota na Primeira guerra? Fazendo acordos entre eles mesmos, pois só um perdedor compreende o sofrimento e as necessidades de outro perdedor nesse mundo onde a história é contada pelos vencedores. O mundo colocou ambos países num isolamento, num exílio econômico. Só o acordo entre os dois poderia romper com este isolamento e este acordo não só se converteu num interesse de ambos, como também uma necessidade.

Russos e Alemães são dois povos que sempre colaboraram e lutaram entre si. São duas nações que devem se conhecer muito bem, eu creio. 

A história se repete I

Aqui vou divulgar a vocês dois fatos que se repetiram com uma estranha peculiaridade na história. 
Devo considerar que eu descobri a proximidade destes eventos bem recentemente - eis o motivo de me interessar por história: Você nunca sabe quando vai se surpreender, já que ela é uma grande teia de acontecimentos que se relacionam entre si, basta apenas descobrir quais são esses eventos. 

As reformas econômicas de Obama e o prelúdio da revolução francesa.


Obama propôs, afim de pagar a divida exorbitante que os EUA acumularam nesses últimos anos, o aumento dos impostos para os ricos. Os republicanos reagiram a esta proposta como uma afronta, pois para eles é mais conveniente ver o seu próprio pais mergulhando numa crise irreversível do que tirar um centavo de um milionário. Isso não é difícil de entender...Faça os ricos serem uma classe mais privilegiada do que já são e ainda os conceda o direito de isenção tributária. Os que salvaram o pais são os miseráveis e o resto da população. A proposta republicana foi bem eloquente - reduzir as despesas de planos sociais (que ja são quase inexistentes) para pagar a divida. 

Vos digo então que na verdade os republicanos estão repetindo a mesma atitude adotada pelos nobres e clérigos da França pré-revolucionária. 

A frança do final do século XVIII era similar aos Estados Unidos atualmente, só que mais fodida. O ano de 1788 foi um ano de fome para milhões de franceses. A seca daquele ano tinha sido severa, o que fez os preços dos alimentos subirem violentamente. Calonne, o então ministro naquela época, convocou uma reunião entre os nobres e os clérigos, que ficou conhecida como a Assembleia dos Notáveis
Nesta assembleia, Calonne propôs que a aristocracia francesa se abdicasse de seus privilégios tributários e começassem a pagar impostos para salvar a estuprada França do abismo, da falência inevitável.
Qual foi a reação dos nobres e clérigos? É claro que eles foram bem receptivos, para dizer o minimo...Um padre não queria perder um centavo sequer de toda a fortuna que tinha acumulado com a inquisição, embora um religioso, segundo os clérigos, não podia se atrair por bens "mundanos". Os nobres também não queriam abrir mão de seus privilégios. Em outras palavras, como já dito anteriormente embora seja importante frisar, eles tiveram a mesma atitude dos republicanos. O que aconteceu? Um ano depois a bastilha era tomada pelos sans-cullotes!

Enquanto vc está assistindo faustão, veja isso:


Uma boa proposta não? 

O domingo se tornou significado de um dia que deve ser passado assitindo faustão e futebol...Por que não romper com este paradigma?

Alguns chamam isso de pornografia, eu chamo de arte. Essa fotografia daria uma boa escultura, um bom quadro...Perfeito para colocar em qualquer museu do mundo...

É assim que eu julgo o que as pessoas chamam de pornografia...É arte! 


Essa imagem fala por si mesma...Grande imagem! Sinta que há a muita emoção nessa imagem...Ela é muito forte, toma vida própria por sua subjetividade...







quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Arkona (parte 1) - Goi rode Goi



Se alguém neste mundo ainda me questiona sobre a criação deste blog, o motivo que levei a empreender esta tenaz e repugnante desventura, eu diria que seria essa: divulgar o que não é divulgado, ou o que é quase esquecido e pouco comentado.

Arkona é uma destas bandas que sua divulgação e reconhecimento não coincidem com sua grandiosidade, sua gloria...Enquanto muitas hordas de metaleiros perdem o seu tempo comentando e falando sobre o novo album mediocre do Metallica, o show do Iron Maiden e sobre aquela profanação que o Morbid Angel chamou de album; esse tempo perdido podia ser muito melhor aproveitado se passassem horas discutindo e dissertando sobre essa grande banda russa e seus propósitos.

A peculiaridade já começa com o vocal feminino e gutural de Mesha Ahirpova. "Ah, uma imitação da Angela Gossow..." você deve estar pensando...Mas eu não ousaria reduzir o vocal de Mesha como um vil cover da Angela Gossow...Não senhores, o vocal dela é original e ousado...Pois ela não faz só gutural...Se não fosse o bastante, ela ainda ousa falar por seus antepassados através de seu belo vocal lirico - não aquele vocal lirico  tipo Tarja Turunen por exemplo - mas aquele vocal feminino que resgata as antigas cantigas que os russos faziam em nome de Kupala e Perun. É mais do que musica...É um resgate cultural da Rússia pré-cristã, meus caros amigos!





O Voimasta ja Kunniasta do Moonsorrow, o Vargstenen do Manegarm e o Goi, Rode, Goi estão os 3 melhores albuns do Pagan Metal, e também, um dos melhores álbuns do metal. Tem algo que eu não sinto nas bandas de death, thrash ou heavy...Um sentimento muito forte emana destas bandas, destes albuns...Vou me limitar a analise e resenha do Goi, Rode, Goi, caros amigos.

O Goi, Rode, Goi já começa extraordinário...Um coral no meio de uma ilha rochosa e deserta invocando Rode, o Deus dos mares e do universo. Algo lindo e sublime - como muitas outras musicas do Arkona. Há musica tem várias partes...Inclusive um riff bem grove metal (que encaixou muito bem na musica). A parte folk da musica também não decepciona nem um pouco. Arrisco dizer que é uma musica bem viajante.



Tropolo Nevedannoi não decepciona aos que simpatizam com o metal extremo. Nevidal começa sublime com uma flauta soando bem aos nossos ouvidos. Mas então, chega o grande marco do album. A sinfonia do folk metal: Na moey Zemle - na minha terra. Épico seria apenas um eufemismo para definir essa grande musica. Uma verdadeira viagem pela antiga europa - uma musica cantada em pelo menos 5 idiomas diferentes: Sueco, Lituano, Letão, Alemão e Holandês (alem do russo é claro). Uma imensa participação de muitos músicos de toda a Europa (Menhir, Heidevolk, Manegarm, Obtest, Skyforger)...Essa grande mobilização para fazer uma musica já mostra a forte união e cooperação que existe entre as bandas de pagan metal. Isso entra em contraste com o caso das bandas de outros estilos que mantem uma rivalidade entre uma e outra, mas é claro, isso não impossibilita que elas se unam para fazer algo parecido com que o Arkona fez - imagine um "Na moey Zemle" do thrash metal...Megadeth, Exodus, Slayer, Kreator, Sodom fazendo uma musica de 15 minutos? Seria fantástico, não acha?
Depois de se emocionar com o Na moey Zemle - acredite, é difícil ficar indiferente aquela musica,  ela tem um poder muito grande, elas nos envolve com sua história de um guerreiro que procura a felecidade viajando pelo mundo e a descobre no final de sua jornada quando retorna para casa - é hora de dançar e beber em homenagem ao deus da primavera. Yarilo é acima de tudo uma musica alegre, perfeita para festejar.


Liki Bessmertykhy Bogov é outra musica triste...Excelente atuação de Mesha nos vocais. A musica falará por si mesmo...
O ultimo grande destaque do album é a musica Arkona. Destaque para o excelente trabalho de gaita de fole executado por Vladmir, musico convidado também no antecessor Ot Serdtsa K Nebu - fez um belo trabalho na musica Gutsulka. 


Uma obra sublime, que ficará na história como um dos melhores álbuns já feitos. Até aqui, o melhor álbum feito por uma banda russa, que mostrou sua forte determinação e empenho para compor o album, sem falar da cooperação e mobilização que teve com mais de 50 músicos. Um trabalho muito bem feito e com um cuidado e perseverança que exaltam ainda mais este trabalho singular.

Falarei sobre o Vo slavu Velkim em outro post. Por ora vou disponibilizar o donwload dessa porra e ainda o myspace do Arkona. 


Obs.: Se o link estiver fodido, me avise. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quarta surreal - Free bird e Hangar 18

A quarta surreal será um espaço onde divulgarei musicas simbólicas ou extraordinárias. Se não tiverem esses dois atributos, que sejam ao menos admiradas pelo único tolo que mantem este blog vivo. A primeira quarta surreal começará com uma balada. Eu sei que estão pensando, também tenho uma aversão enorme a elas...Eu as detesto, mas não poderia deixar de postar esta...Balada para mim é q nem marula...As mulheres adoram! Vc escuta ela com uma mina que vc já pegou, já comeu, quer comer...As baladas em sua grande maioria são repugnantes, eu não consigo tolera-las...Mas esta em especial me chamou muita a atenção...

Bom, eu vos apresento uma balada diferente. É do Lynyrd Skynyrd e chama-se Free bird. São duas faixas dentro de uma só...Algo incrível...A primeira parte lembra uma balada sulista, repleta de slides viajantes que criam uma boa atmosfera...Vc tem aquela sensação que você está na pele de um motociclista no meio do deserto do Arizona, ou até na pele de um andarilho errante contando sua história.

Passados 6 minutos, as lembranças do andarilho terminam...Começa então uma jam incrivel que nos deixa perplexos - e até nos desperta da atmosfera lenta e maçante da parte anterior. Os outros 5 minutos da musica é só solo! Solo atrás de solo! É tanto solo que você se perde em meio deles. A musica muda radicalmente...Não é mais uma balada e sim uma jam! Você fica perdido, sem saber o que fazer...Só sabe que está sentindo os delírios alcoolicos do nosso andrilho.

Outra musica que é similar a essa - pelo menos na estrutura - é a Hangar 18 do Megadeth. Tanto Hangar 18 e Free Bird tem apenas 2 estrofes e o resto da musica é só solo. É claro que Hangar 18 é bem mais pesado e os estilos de ambas bandas são dispares.

A Hangar 18 tem um significado muito importante para mim...Uma das musicas mais extraordinárias já feitas. Mustaine no começo da musica conta os relatos do Hangar 18, lugar aonde fazem experiencias com extraterrestres no meio do deserto...Você é o mesmo andarilho da musica anterior - agora mais sóbrio - que estava andando pelo sul dos EUA e agora você esta no Novo México, proximo a Roswell e de repente encontra um lugar estranho...Um galpão...Você então consegue entrar nesse galpão e vê um monte de alienigenas criogenados e cientistas fazendo experiencias terríveis a esses seres de outros planetas...Você testemunha tudo o que acontece com os alienigenas enquanto Marty Friedman faz um show a parte.


Se conseguir sair de lá com vida - se o governo ianque não te "neutralizar" - você pode voltar pro Alabama e ouvir um bom Lynyrd Skynyrd!

O metal alemão e os decadentes



Enquanto assistimos passivos  e impotentes a decadência das bandas do folk metal por toda Europa e por todo mundo - salvo algumas exceções - as bandas alemãs nos surpreendem cada vez mais! A exemplo de Falkenbach, que continuou fiel a seu estilo com muito maestria. As musicas continuam com aquele mesmo espirito inovador e extraordinário, tipico de grandes sinfonias germânicas que só Vratyas Vakyas poderia compor. Dentre as bandas germânicas que fazem black metal e pagan metal, a unica q decepcionou foi o Kromlek - adicionando muito teclado a sua musica. É so comparar o seu ultimo lançamento com o Strange Rumors.

Embora algumas bandas saibam usar o teclado para compartilhar ao mundo lindas e maravilhosas melodias, muitas bandas transformaram o seu som numa parodia, numa profanação ao adicionarem cada vez mais efeitos de sintetizadores, efeitos sonoros...

A morte do antigo Turisas ocorreu tão rapido...Uma banda que tinha tudo para ser uma das melhores de folk metal lança ao mundo musicas como rasputin e Stan up and Fight? Estou no minimo perplexo...Se aquilo não é decadência é o que? Como eles podem explicar o que estão fazendo? Um debut excelente, depois um segundo que não foi muito bom e por ultimo esse terceiro...Cada álbum pior que o outro, eis a tendencia do Turisas aqui para frente?
Eluveitie também foi assim. Começou com o primeiro, excelente album. Spirit e Slania são excelentes albuns...E enquanto o quarto? Simplesmente não consegui ouvir nenhum minuto do Omnos...Pqp...Aquilo é Folk metal ou gothic? O que é aquilo? Cadê o Eluveitie que conhecíamos? O eluveitie que conheciamos se dissolveu na nevoa e nos deixou atônitos apenas com a lembrança de seu passado glorioso? O desejo comercial falou mais alto? Não há mais musica quando esta se torna mercadoria e mero objeto de consumo.
Não há revolução neste terceiro album...Não há mais aquelas musicas em que você pode dançar e beber perante a uma fogueira.

O ápice e a decadencia das bandas está ocorrendo rapido demais...Mas é claro que não é licito agir como inquisitor que condenará o Eluveitie ao fogo, pois ainda não ouvi o ultimo album que lançaram, que espero que seja bem melhor que o antecessor.

Ouvi então relatos de meu amigo, Dave o matematico, sobre a decadencia do Thyrfing...Segundo seu relato, esta banda sueca tinha abandonado toda a técnica, ousadia, virtuosidade, para se rebaixar ao nivel do thrash metal mais tosco e até do punk mais baixo...A minha pergunta é a seguinte, o que aconteceu?
O folk metal está se convertendo a mercadoria? Até o Korpiklaani me decepcionou um pouco. O novo album do Moonsorrow é maçante, nada extraordinário. Mas nada se compara ao que o Turisas fez.

Bandas como Asenblut, Arkona, Finsterforst, não tem grande prestigio como as bandas que mencionei, todavia mereciam tanto reconhecimento quanto as bandas que mencionei - falarei dessas bandas mais desconhecidas em outros posts...

sábado, 8 de outubro de 2011

Minha evolução na musica


Para um leigo, que nunca ouviu metal na vida, aconselho o seguinte: em vez de dar relevância ao preconceito que você tem do estilo, faça um esforço para meditar, se foque na instrumental e não no vocal que você julga horrendo e sem talento - a maior reclamação e objeção ao estilo é justamente o vocal gutural...O metal torna você capaz de julgar uma musica de forma mais critica e analitica, pois foca no que a musica verdadeiramente é: uma expressão subjetiva do mundo e não uma mercadoria, um rosto bonito...Despreza-se a ditadura do belo e tudo que está relacionada a ela - a paixão que é exaltada até as ultimas consequências como único tema lirico recorrente em todas as suas musicas (a exemplo do sertanejo universitário ou outros tipos de musica mais baixos).

Minha evolução musical começou aos 12 anos quando eu tinha começado a formar um gosto musical particular. Nesta época foi marcante o papel do Vol.4 do Black Sabbath, o primeiro album de Heavy Metal que ouvi - eu ainda  o admiro muito, principalmente por ser, ao meu ver, o começo das experimentações do Black Sabbath, quando seu som começa a ficar mais psicodélico e se aproximar mais do hard rock - a exemplo do Sabotage e do Technical Ecstasy, que diferente dos primeiros 3 álbuns, eram mais experimentais e psicodélicos. 

Dos 13 aos 14 anos foi uma fase protagonizada por 3 bandas: System of a Donw, Ratos de Porão e Black Sabbath. Foi nesse periodo que conheci o Paranoid - o album que tinha as musicas que eu queria ouvir, como Iron Man e Eletric Funeral...Eletric funeral era uma das musicas que mais ouvia naquele tempo...Ela tinha um valor imensurável, um valor muito singular, valor este que não tem tanta intensidade hoje. A banda mais pessada que ouvira até ali era Ratos de Porão e Sepultura. Tinha ouvido Sepultura num cd pirata de um conhecido meu. Era uma espécime de coletânea, faixas tanto da era Derek Green como dos irmãos Cavalera...Descobri dois anos depois que só tinha me identificado com as faixas da era do Max, o que possibilitou bastante minha adaptação ao thrash e death metal. Paralelamente, enquanto ouvia Ratos, Black Sabbath, Sepultura, lembro também de ter escutado rock pop, e já que isso não contribui para a minha "evolução" musical, não entrarei em mais detalhes, considerando também que naquela epoca eu não rotulava gêneros e nem se esforçava em dividi-los ou identifica-los. Na verdade, era leigo na história das bandas, das várias subdivisões que existia dentro do rock...Era apenas um ingenuo ouvinte e consumidor de musica.

Então chegou o conturbado ano de 2008...Quinze anos...O primeiro semestre de 2008 foi muito confuso. Ouvia de tudo, de Rock clássico a MPB. O que mais ouvi neste primeiro bimestre foi Raul Seixas, Pink Floyd e Gilberto Gil. Uma época em que eu aspirava a liberdade, a desejava - ao mesmo que me se sentia humilhado sem necessidade, mas é claro, era humilhado por causas que irei relatar mais tarde. Waters, Dave Gilmour, Raul Seixas eram meus ídolos. Tinha começado a ler os livros que tinha em casa sobre história e politica...Reli livros que tinha lido inapropriadamente naquela época - minha leitura era bem mais superficial do que é hoje. Começei a andar muito pela minha cidade pois eu tinha o desejo de conhecer o que estava em volta de mim, conhecer as ruas que nunca dantes tinha explorado, as idéias que nunca dantes tinha passado pela minha cabeça.

Então veio o segundo semestre. Ele foi vital para definir meu direcionamento musical e meu pensamento.
Foi uma era em que rompi com o meu moralismo e o respeito que tinha com os professores. Minha opressão se devia a esse respeito irracional e acrítico. Perdi quase todos os anos de escola em submissão a moral do professor, em submissão a vontade de ser um aluno exemplar para os professores quando eles não mereciam nem o meu respeito. Como eles me domesticaram...Eis a função de qual quer moral: a domesticação. A moral tem o poder de domesticar é só você estar conformado a ela. 
Neste segundo semestre que eu rompi com os professores. Minha participação na sala de aula reduziu consideravelmente, pois eu não iria agir mais para ser um bom aluno, mas agiria apenas por espontaneidade. Eis o meu objetivo daquela época - o que não consegui alcançar a plenitude deste objetivo ao terminar o ensino médio no ano passado...O problema foi também que eu não estava apto a admitir que era da natureza humana fazer declarações e concepções generalizantes - algo que irei explorar em outro post - e estando a par disso, podia ter lidado muito melhor com a repressão que sofri naqueles tempos por parte de meus colegas. Era fraco e mediocre, e aquele foi o tempo que despertei de meu coma, de meu conformismo. 

Conheci então, meu único amigo que tenho hoje, Dave Marcondes, o matemático. Ele me mostrou o Deicide e lembro bem a primeira musica que ouvi do Deicide: Homage for Satan! Ao mesmo tempo que rompia com a moral do professor, eu também buscava uma musica diferente daquela que ja tinha ouvido, uma musica mais pesada do que tudo que já tinha visto até então...Procurei por bandas de punk, achando que se assemelha-se ao som do Ratos de Porão, mas descobri o quão medíocre e vil era o punk em geral - só mais tarde descobri que na verdade o Ratos de Porão fazia uma fusão de Metal com punk. Deicide era tudo o que eu procurava naquele mometo...Era tudo que eu necessitava. Ai que eu definitivamente me aprofundei no mundo do metal. Abandonei de tudo de mediocre que ouvia em outrora - Pitty, titãs, MPB - e me interessei pelo Death metal e o black metal. Pena que, o que era para me libertar na verdade me aprisionou - me tornei escravo da moral do trOO, me influenciei pelo extremismo do Black metal. 

No período entre 2009 e 2011 eu me tornei bem mais eclético e me livrei dos dogmas do metal extremo. Tudo isso começou numa bela manhã no primeiro bimestre de 2009 que eu tinha sido acordado pelo Led Zeppelin. Aquele som que eu já não ouvia há um ano praticamente...Tinha desprezado tudo que tinha ouvido até ali, só ouvia black metal e death metal pois eu achava que não podia escutar outra coisa - o dogma me "impedia" de ouvir outra coisa, mas no fundo era o que mais desejava, pois, já estava fadigado pela monotonia e a tosqueira que eram peculiares ao estilo.  Mas quando começei a ouvir aquilo pela primeira vez dentro de 10 meses, como me surpreendi, como fui tolo de ter condenado aquilo...Era muito melhor que Black metal. Aos poucos eu ia redescobrindo o hard rock e descobrindo o blues e jazz. O período se caracterizou pela minha aproximação do Thrash metal. O estilo que mais ouvi por quase dois anos inteiros.

Por ultimo, esta nova fase, que rompi com o thrash metal e me foquei muito mais no folk e death metal, sem falar é claro, do tradicional rock clássico. Meu gosto ficou mais exigente, tanto q o thrash metal perdeu seu valor, pois, algumas obras do estilo focavam apenas na velocidade em vez da virtuosidade. A exemplo de Obssessed by cruelty do Sodom...É a mesma merda o album inteiro, creio q são os mesmos acordes só q algumas pequenas mudanças de uma faixa para outra. Os melhores trabalhos do genero são os mais ousados, como o Rust In peace, que não há musicas que são aquele thrash metal puro e tosco, mas há até fusões eficazes com o hard rock (há exemplo da faixa Lucretia). 
Aprecio muito Death - Chuck Schuldiner conseguiu reduzir o tempo de uma grande sinfonia em apenas 6 minutos na musica Symbolic. Um feito extraordinário para dizer o minimo...É uma musica bem criativa, cheia de riffs que mostram o talento de Schuldiner como musico e compositor. Em outras palavras, gosto do que é virtuoso e ousado. Uma musica que tem algo novo a me mostrar. Eis onde cheguei em minha evolução...Ela deve estar apenas começando!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Primeiro post

Como é a primeira postagem do blog, então eu me concedo a liberdade de me apresentar:
Sou Artur Stinghen Barz, mas pode me chamar de "lenhador", se quiser.

"Mas qual é o motivo de você ter criado um blog?"
Bom eu faço a mesma pergunta a qual quer blogueiro...Diseminação de entreterimento, ideologia, ou uma tentava de se expressar? Meu blog não é tão especial como muitos outros que existem por aí, todavia, senti a necessidade de compartilhar artigos e histórias que escrevi, que apareceram em minha mente e eu não recusei em dar atenção a minha imaginação e criatividade. Compartilhar ao mundo que sou um amante de cinema, filosofia e história, que sou imoral e um bebado que gosta de cortar lenha. Manter esse blog é como admitir que sou um desocupado que manteve tudo que até agora pensou e escreveu em segredo. A cortina do meu anonimato acaba aqui - isso se alguem ler alguma coisa que eu postar.  Mas quem sou eu?

Eu, caro leitor, sou os livros que li, os filmes que vi e as escolhas que fiz e farei. Sem esquecer as musicas que ouvi...Korpiklaani, Led Zeppelin, The Doors, Death...Tenho a tendencia de me indentificar e criar personagens extravagantes e subversivos - aqueles pelos quais é so você olhar e verá que ele não faz questão de submeter a qual quer valor unanime já estabelecido. Você verá meus preconceitos filosoficos falando mais alto, você saberá que sou prisioneiro de um mundo paralelo que eu mesmo criei - afim de me proteger? Não! Ele é apenas divertido e até morbido.

Sem falar também que sou um andarilho e aprecio as paisagens noturnas, ando pela pequena cidade que vivo no Litoral norte de Santa Catarina como um vulto que vaga sem destino. Se fosse mais ousado e não tivesse acorrentado a nada - como familia, casa ou qual quer outra instituição ou impedimento - seria um andarilho completo e feliz - ou livre.

Creio q a sinceridade servirá como forte processo de introspecção e meditação - veja a auto-critica como algo possitivo e não uma afronta. Reconhecer os proprios erros é essencial. Estar ciente da propria mediocridade e não fazer nada para converter sua existencia em experiencias intensas é covardia, medo.
Vos digo - sou um covarde. Será que so conheci covardes como eu?