domingo, 23 de dezembro de 2012

Cinema do meio da floresta 3 - filmes cults

 Por muito tempo os preconceitos que eu nutria pelo cinema europeu serviram como uma carapuça diante de meus olhos. Eu via estes filmes cults como o cego de nascença admira um por-do-sol. Nos ultimos tempos, começei a admirar estes filmes, que não dão respostas prontas e de facil similação. Depois de muito tempo, acostumado aos filmes de Hollywood, me surpreendi pelo experimentalismo do cinema europeu, experimentalismo este que torna impossivel erigir um cinema homogeneo e com formulas previsiveis no velho continente. 

Sobre os dois filmes que apresento a vocês, me limito a dizer, por enquanto, que foram filmados na França com diretores que não eram franceses.

Há spoilers nessa merda, mas eu me esforço para que eles não sejam tão grotescos. Mas por sorte, minha descrição dos filmes é tão vazia, que creio que você não achará spoilers "nocivos"...


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Quarta surreal - At dawn they sleep e Crypts of eternity

 Depois de muito tempo acometido pelo desanimo, decido ouvir o Hell Awaits que tem duas musicas muito importantes para mim. Lembro que, nos tempos em que eu conseguia se concentrar nas musicas que eu ouvia, eu simplesmente era levado para as profundezas do inferno com as musicas que irei compartilhar com vocês agora, meus caros anonimos seres que espreitam pelas padarias virtuais. 

At dawn they sleep

"The last thing what you´ll see is the hunger in my eyes"

Não me lembro muito bem da reação que eu tive ao ouvir essa musica pela primeira vez, só sei que eu fiquei boqueaberto. Devo ter pensando algo do tipo: caralho, essa musica é morbida pra cacete! 
 Não era como o thrash metal que eu estava acostumado a ouvir: rapido, simples e direto. Era musica lenta, muito morbida, e que criava uma atmosfera totalmente obscura e satanica. 
A primeira coisa q veio a minha mente foi a imagem de um monte de pessoas acorentadas descendo por um corredor até o abismo preenchido por rios de lava e sangue. A introdução e o riff principal lembram uma escada, uma descida ao desconhecido e ao obscuro. Vejo chamas e escuridão. Dos 3 minutos em diante, a atmosfera da musica muda para revelar o seu apcie. Então, aos 4:18 nos deparamos com este orgasmo patologico e doentio: conhecemos o riff que nos leva as profundezas da mente insana desta musica. Eu vejo corpos de indigentes e hereges sendo mutilados sem dó e piedade por um demonio. Dá pra compreender isto? Acredito que não, mas o mundo que eu criei inspirado por essa musica é extremamente desagradavel, o q me proporcionou uma experiencia no minimo interessante. Se você ouvir as tres primeiras musicas do Slayer, eu garanto que a loucura irá acomete-lo. Não tenho duvida disso! As duas musicas que antecedem essa, mantem o carater morbido e fascinante deste album.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Devaneio nos livros - Cesar Borgia, o Mafioso

O Principe, livro este que foi escrito nos ultimos anos de vida de Nicolau Maquiavel, conhecido como o marco bibliográfico da ciência politica (e não há considerações exageradas quanto a este fato), nos revela argumentos muito bons e máximas que, de fato, foram corroborados pela experiencia histórica. Se Sun Tzu escreveu um eficaz manual de como ser um comandante bem sucedido num campo de batalha, Maquiavel escreveu o manual de como ser um “bom governante” (sendo que tanto o governante quanto o comandante podem ser a mesma pessoa). Para Maquiavel, existe uma moral politica, que diferente da moral cristã, não condena os atos em si mesmos, considerando que um ato violento pode ser benéfico para uma nação/reino em determinado contexto...
Se tem alguém, que para Maquiavel, servia como modelo de governante, esse alguém era Cesár Borgia, filho do Papa Alexandre VI. Ao contrário de alguns príncipes, que mesmo tendo a sorte de terem nascido numa família real e a envergonharam por suas ações, Cesár Borgia sabia muito bem usar da influencia de seu pai, como também, poderia continuar a governar a Romanha, mesmo com a morte de seu progenitor e com a eleição de um papa que lhe fosse hostil. Na verdade, faltou muito pouco para que Cesár Borgia construi-se um grande império...Para Maquiavel, só um homem como Cesár Borgia seria capaz de unificar e governar a Italia.

O cinema no meio da floresta 2 - filmes com Christopher Waltz

No Cinema no meio da floresta desta semana, eu apresento a vocês a minha opnião sobre dois filmes com Christopher Waltz, ator austriaco que apareceu a pouco tempo em filmes de grande repercursão e ja surpreendeu o mundo com sua atuação em Bastardos Inglórios (que lhe rendeu o oscar de ator coadjuvante e o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes) e, mais recentemente, no Deus da Carnificna.


AVISO: Há spoilers nessa merda...Pode haver um...Cuidado...


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Novos rumos para o blog

Antes de eu ficar sem internet por 4 dias, meditei nos meios de tornar esse blog num organismo mais organizado e pragmático, desta forma, salvando-o do ostracismo e de sua morte.

O blog será organizado em séries, conjunto de posts com o temas singulares, afim de manter a constancia nas postagens, e se possivel, postagens semanais. O blog já completou seu primeiro ano há uns meses atrás, e até agora, não consegui parcerias...Conseguir algumas parcerias que estejam dispostas a trabalharem em cima de alguma série no blog será um dos meus objetivos dentro do planejamento que estabeleci para o proximo ano.

Eis aqui, a lista das séries:

Cinema no meio da floresta: resenhas e opniões sobre filmes.

Devaneios nos livros: inchertos, textos, e reflexões sobre coisas que eu recentemente li e achei conveniente compartilhar com vocês, anonimos virtuais...

Quarta-feira Surreal: meditação sobre algumas musicas no minimo interessantes...

História Musical: Histórias inspiradas por musicas que eu ouvi

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Historia musical: Laws of Scourge - Sarcofago


O album que vos apresento agora é a morte do Sarcofago tosco e infeliz do primeiro album. Ele representa uma evolução muito interessante do Rotting, a saber, que as musicas estão mais bem trabalhadas, contendo passagens melodicas que se encaixam bem nas musicas, alem de fraseados peculiares nunca usados pelo Sarcofago antes. Um album mais melodico, virtuoso e tecnico. Três adjetivos que são importantes de citar.

O homem, oprimido pelas convenções que segue para sobreviver, se indetificará com a Laws of Scourge, a primeira faixa do album. A letra, muito inspiradora, ficou em meu subconsciente por muito tempo, principalmente quando nos meus tempos de ensino médio...

"Only school to enter
Only linguage to learn 
Nobody scape
FROM THE LAWS OF SCOURAGE"

Quem elaborou as leis que seguimos? Quer dizer, as leis e convenções que nos foram impostas em nenhum momento foram elaboradas por nós, mas por pessoas totalmente desconhecidas que talvez nem tivessem nenhum apreço por nós...


Então, das ruinas de uma sociedade enferma, liderada por valores impostos pela escoria da humanidade que visa preservar seus valores da decadencia, nós somos transportados para dentro de uma mente doentia e psicotica. O assassino em questão faz rituais com facas, adagas e outros objetos cortantes. Seu unico objetivo é estuprar e matar mulheres jovens perfurando seus corpos frageis e inocentes - o Sarcofago insistia em recorrer a temas morbidos, principalmente, suicidio e estupro. Focam também em relatar histórias infelizes de prostitutas, o que veremos em breve neste mesmo post.
A musica Piercings ainda tem uma excelente bateria e um excelente entrosamento com o baixo. A estrutura da musica é bem peculiar, contendo diversas frases interessantes que me fascinaram. Há uma passagem em peculiar que aprecio muito, quando a bateria está na primeira marcha e engata a quinta direto...Um verdadeiro "transe"...Sempre fico hipnotizado com esta parte. Parece interpretar um convulsão psicótica esta parte...

Do sangue e das tripas daquelas inocentes jovens, nós somos transportados agora para a parte mais suja da cidade, acometida pelo lixo e pelo esquecimento, aonde uma jovem prostituta declara seu proprio funeral, se despedindo deste mundo não consiguindo superar a grande tristeza que a acomete, muito menos o desgoto em continuar existindo. Conhecemos sua dura jornada, crescendo numa familia pobre e religiosa, fugindo da casa da familia para viver com o namorado drogado. Não vendo como sustentar a si mesma, ela não vê outra alternativa a não ser se prostituir...O desgosto pavimenta um caminho sem volta e ela corta os pulsos com uma navalha afiada. Então, de seu sangue imundo, se formam as seguintes palavras:

Midnight Queen, alone in the night
Always dreaming with better days, 
Midnight Queen, I´m sorry for your life
Your sorrow, for your Fate

 Assim morre mais uma pessoa que ninguem sentirá falta...Como um mendigo ou indigente no mundo. Como se já tivesse nacido postuma. 

O seu namorado, a vê-la mutilada e morta, decide se drogar mais uma vez. Depois de se drogar, ele decide ir correr a toda velocidade na cidade com seus 8 cilindros. Nada mais importava para ele, que desempregado e viciado, não se importava mais em morrer na estrada. Dirigindo sem prudencia nenhuma, ele bate contra um caminhão e suas tripas se espalham por todo o asfalto. Decapitado e mutilado, seu suicidio é consumado.

 

Prelude to a Suicide...Outra musica bonita e que intepreta o desespero mais latente que um individuo possa sentir...A musica não é tão empolgante como as outras, mas é um death/doom eficaz...

Secret of a Window consegue manter o clima morbido no album. Particularmente, não é uma das musicas que me empolgaram tanto.

Little Julie...Esta musica conta a história de uma menina de 11 anos que é estuprada e sacrificada por um maniaco.

"Eternity of torture to me
But I don't care if your body is so cold now

I dont need to carry this fucking cross
I´m not trying to be a new messiah
What is moral in this stupid world
You die for me, won´t do the same for you"

Por ultimo, para fechar o album, a musica Crush, Kill, destroy...
Uma musica para incentiva a se valer da violencia e da carneficina...Uma puramente agresiva, e não morbida e sombria como as faixas que a precedem. O chorus é um tipico chorus de thrash metal...Contagiante, que fica apontando o dedo para tudo e para todos, condenado tudo a sua frente...

"Show me your lust
Show me your hate
Give us the power
To desecrate

Gods of cruelty
Gods of sin
Show us the way
To win

Crush, kill, destroy
Crush - the envy
Kill - your enemies
Destroy - the bounds"

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Svartesmeden og Lundamyrstrollet - Quarta Surreal

Eu estava inspirado, então, viz essa quarta surreal na sexta mesmo...
Eis aqui a minha interpretação sobre essa grande musica!






O ferreiro e o troll de Lundamyr

 Numa cidade viking, nas margens de um fiorde noruegues, a maioria dos homens do vilarejo, partem com seus barcos para irem lutar em terras distantes. Os trolls, então, aproveitam a chance para citiar e dominar a cidade, levando escravos consigo. Os poucos que conseguem fugir do saque dos trolls, organizam a resistencia para retomar a cidade. O pequeno exército insurgente, no caso, é constituido por mulheres e adolescentes, alem de alguns poucos homens liderados por um ferreiro que, ja tendo lutado em algumas batalhas, usa sua experiencia em combate para treiná-los. Depois de um mês de preparativos, eles decidem atacar o vilarejo dominado pelos trolls, e assim reconquistar a cidade. Eles atacam pelo cair da noite, surpreendendo os trolls, forçando-os a se retirar do vilarejo. Com a reconquista da cidade, os prisioneiros que são libertados logo se juntam ao exército de resistencia, tendo em mente que outro ataque troll seria iminente. Nesse meio tempo, o ferreiro e o carpinteiro do vilarejo trabalharam em dobro em prol dos esforços de guerra, conveccionando espadas, arcos e flechas, e armadruas. O ferreiro também treinava o seu exército improvisado o quanto podia, ajudando também nas barricadas feitas para repelir os Trolls.

 Um Drakkar...

Depois de dois dias de preparativos, os trolls finalmente atacam, todavia, com uma força muito maior do que no primeiro ataque. Graças as armadilhas, emboscadas e pela inteligente estratégia elaborada pelo ferreiro, os vikings conseguem fazer os trolls recuarem até a floresta de onde vieram. Mesmo com a vitória, mais da metade daqueles que lutaram na batalha pereceram, o que preocupou o ferreiro que logo convocou uma reunião com todos do vilarejo que tinham restado para decidir o que fariam: continuar resistindo até os soldados retornarem de batalha, ou sair da cidade, procurando abrigo em outra, e eventualmente, fazendo uma aliança militar contra os trolls. Eles sabiam que não resistiriam muito tempo ao cerco empreendido pelos trolls, e já estava faltando comida na cidade. A segunda alternativa era a mais razoavel, todavia, a outra cidade ficava muito distante e eles teriam que cruzar um território dominado pelos trolls, ou seja, eles poderiam ser exterminados no caminho.


Eles então preferem arriscar a segunda alternativa, deixando a cidade dois dias depois da batalha. Mulheres, crianças, e idosos, marcham por aquele trecho perigoso, levando consigo apenas o que conseguisem carregar. No segundo dia de caminhada, eles são surpreendidos por uma emboscada, onde quase todos os soldados remanescntes da batalha que ocorrera 4 dias atrás, são mortos ou levados como prisioneiros. O ferreiro tenta fugir com sua filha, até um rio ali perto. Porem, ele se vê diante de um troll, que tenta intercepta-lo. Ele o esfaqueia com a espada, e continua fugindo até que tem que lutar com outro troll que corre em sua direção. A luta é veroz, porem, o ferreiro é vencido. O troll finca sua espada em sua barriga, e chama o resto do batalhão para comemorar a morte do lider da resistencia. Sua esposa corre até seu corpo, mas é impedida por um troll que a agarra. Sua mulher, histérica, gritava de tanta tristeza e se depatia nos braços do troll. A comemoração dos trolls é interrompida por uma coisa que eles mau conseguiam acreditar: o espirito de Gunnar estava subindo lento e vagarosamente para o alto. Todos ali pararam as pirraças, as humilhações aos derrotados e apenas assitiam aquilo admirados. Se a cena não fosse impressionante o bastante,  ao chegar numa certa altura do solo, o espirito do ferreiro é visto sendo levado pelas Valquirias até os portões de Valhalla. Os trolls, perplexos, deixam as armas cairem no chão, surpreendidos. Então, todos os Trolls ficam de joelhos ao homem que foi aceito por Odin em Asgard.

O peculiar acontecimento foi o suficiente para convencer o chefe dos Trolls a fazer um funeral digno da honra do homem que tinham acabado de matar. No dia seguinte, eles o cremam num barco, e neste mesmo dia, os guerreiros do vilarejo voltaram da batalha e se depararam com uma cena curiosa: os trolls fazendo um pacto de não-agressão com o vilarejo, como também, um pacto de colaboração em tempos de guerra. O fato de ter um navio em chamas também chamou bastante atenção deles, até que um dos guerreiros perguntou: "Quem foi o homem que foi pra Valhalla?". Um dos Trolls respondera: "Aquele que uniu os trolls aos homens, o homem que mostrou que há um guerreiro dentro de cada mulher e de cada criança. Seu espirito já foi aceito pelos deuses, basta a nós apenas dar um funeral digno".

Cronologia de eventos:

0:30 - Algumas esposas do vilarejo insistem aos seus maridos a não irem lutar, pois tinham um mal presentimento que algo ruim iria acontecer...Eles são irredutiveis e não a dão ouvidos.
0:57 - Ultimos preparativos para a embarcarem no Drakkar que os espera.
1:30 - Muitos homens do vilarejo partem de Lundamyr pela manhã, para se reunir com outros clãs aliados numa guerra no sul.
1:47 - Ataque supressa dos Trolls á cidade 12 horas depois que os guerreiros do vilarejo partiram. 
2:00 - Fuga dos sobreviventes liderados pelo ferreiro Gunnar Balstrom. 
2:26 - Os trolls são surpreendidos pelo exército composto por adolescentes e mulheres de Gunnar, e batem em retirada. 
2:40 - Preparativos para um ataque troll iminente. Armadilhas são feitas ao longo da floresta, estacas de madeiras são colocadas ao longo dos limites da pequena cidade. 
2:50 - Os trolls tentam retomar a cidade, mas sem êxito. Houve muitas perdas para ambos os lados. 
3:17 - Final da batalha e os sobreviventes do vilarejo se reunem para decidir se continuam resistindo as constante pilhagens empreendidas pelos trolls, ou caminham pela perigosa floresta que os separa por milhas de cidades de tribos aliadas. 
3:43 - Inicio da longa marcha pela floresta.
4:10 - Eles começam a andar por um trecho bem perigoso da floresta, e Gunnar começa a disconfiar que algo irá acontecer...
4:48 - Emboscada dos Trolls. Uma luta violenta toma conta daquela parte da floresta. 
6:00 - Gunnar é morto. 
6:31 - O espirito de Gunnar começa a levitar no ar.
7:07 - As valquirias começam a leva-lo para a Valhala. Os trolls e os sobreviventes do vilarejos ficam hipnotizados sem acreditar no que vêem.
7:53 - Os trolls, demonstrando respeito pelo morto, carregam seu corpo até o vilarejo e constroem um barco para ele.
8:20 - No dia depois de sua morte, ocorre o seu funeral no fiorde de Lundamyr. 
8:30 - De longe, os drakkars surgiam no horizonte. Os guerreiros estavam voltando para casa, e admirados, vêem aquele barco em chamas há algumas centenas de metros do vilarejo.


 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O cinema no meio da floresta

O intuito do meu blog era que ele fosse um blog bastante diversificado, que falasse sobre politica, história, filosofia, cinema, musica...Porem, o blog foi dominado por um mesmo tema, talvez pela minha incopetencia e ignorancia para falar de outros assuntos, e também, por que estou nesta canoa furada e prestes a afundar, sozinho. Enfim, apresento a vocês, um filme que a tanto merecia uma resenha aqui (Desventuras em Série), e outro, que me impressionou muito e que vi bem recentemente (Identidade).

Aviso: essa porra pode ter SPOILERS. .

Desventuras em Série

O filme fala sobre crianças que vivem num mundo de adultos. No mundo inescrepuloso de adultos e seus valores decrépitos. Daria uma boa saga esse filme (considerando que foram escritos doze livros dessa série), todavia, só fizeram um filme, e bem resumido. Eu não li os livros da saga, mas fico atentado a isso...


Enfim, é neste mundo ardiloso e hostil, criado pelos adultos e suas convenções, que os irmãos Boudelaire tentam sobreviver, e se não fosse bastante, todos são cumplices da dementia de Conde Olaff, aquele que visa elimina-los o quanto antes, pois, são as unicas crianças no filme, e esse fato os torna hereges que merecem ser perseguidos. Mas qual é a metafora por de trás de Conde Olaff? Ele representa todos os valores que as pessoas aceitam, valores esses que visam suprimir os pensadores e reduzi-los a condição de hereges? Ou ele não passa de um homem de meia idade demente mesmo? A estética do filme nos revela um mundo escuro e cinzento, revelando a metafora que vivemos em tempos sombrios? 

Indentidade


O filme passa basicamente em apenas dois ambientes e em duas situações dispares: numa sala num tribunal, onde há uma audiencia, reunindo 3 advogados, um juíz e um psicologo, e num motel de beira de estrada cheia de desconhecidos. O motel e suas dependencias se tornam uma prisão, já que os envolvidos não podem sair de lá, tendo em vista que todas as pistas que saem daquele lugar estão bloqueadas ou intrasponiveis graças a chuva e as enchentes. E se não fosse o bastante, os personagens estão presos com um assassino, que começa a matar um a um...Durante o filme, várias hipotses vieram a minha cabeça de quem poderia ser o assassino, mas não demorou muito para eu perceber que não seria uma tarefa facil e que o assassino poderia ser qual quer daqueles "prisioneiros".


No final do filme, descobrimos que aquilo era uma prisão onde todas as personalidades de um mesmo homem estavam presas, a prisão, em suma, é sua mente que abriga outros sujetios, personalidades dispares. Como e por que ele criou essa realidade para si se confundindo com as suas criaturas? Se pensarmos bem, isso é uma caracteristica bem comum no homem, pois ele cria algo e depois se confunde na coisa que criou, se tornando até a sua criatura, se tornado dependente do que criou. Dos valores mais louvaveis que encontramos em nós mesmos, por exemplo, nós exaltamos esses valores e o trasnformamos numa idéia de ser supremo, de artifice que reina em um mundo supra-sensivel, quando esse ser supremo não passa de uma abstração humana que ousou elevar as qualidades humanas mais louvaveis na condição de um Deus.

O filme é uma amostra interessante como a mente humana tem um capacidade criativa impressionante e ele também reserva questões pertinentes a filosofia da mente e a psicanalise, compensando o minimalismo formal do filme: dois cenários, que se passam no mesmo dia, um na mente do prisioneiro e outra na sala no tribunal...
 Admiro a habilidade do diretor em nos surpreender até os ultimos minutos do filme, o que é uma qualidade louvavel e dificil de se conseguir, tendo em mente a quantidade de filmes que você pode adivinhar a sua história logo nos primeiros minutos. Ele não é um filme convencional, e nos surpreende, que o final seja tão ensolarado, "feliz", e ao mesmo tempo, guardar uma chocante revelação.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quarta surreal - Black Horsemen

Eis aqui o epilogo do segundo album do King Diamond: Abigail!

Depois de todas as desventuras sombrias e macabras que acompanham Miriam e Jonathan La Fey por todo o album, King Diamond apenas diz: "A historia acabou e é hora de dizer boa noite".
É quase como se agente descobrisse que tudo isso não passasse de uma história de ninar, em que nós, ouvintes, fomos, esse tempo todo, a infelizarda criança que ouviu toda essa história amaldiçoada e maldita, uma história que saiu de uma pai doentio e sádico.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quarta Surreal - Perennial quest

A utlima musica do Symbolic! Perennial quest, como grande epilogo deste album, tinha a tarefa de se igular as musicas que o precederam de uma forma sublime...Schuldiner então compos o epilogo que só ajudou a melhorar a reputação do album. Enfim, vamos falar da musica isoladamente e as impressões que tirei dela...


A principio, são 8 epicos minutos...O que ja significa alguma coisa...A musica expressa muito sentimento e nos encanta com vossa beleza, mas, mais do que isso, creio que conte também uma história. É uma musica que fala de uma jornada eterna realizada por agentes mortais. "Mesmo que não irei viver o suficiente para ver os efeitos de todos os meus trabalhos e realizações, meus antecessores poderão vislumbrar o porvir que criei"...Eis a idéia que a musica quer expressar? Pois bem, em um mundo efemero, o homem se apega a coisas transcendentais e eternas (deste apego que nasce a metafisica?); e um trabalho realizado primeiramente por um ou vários homens se estenderá por séculos e milênios...
A jornada perene seria a jornada pelo conhecimento? "Abdique das vis volições e instintos que o prendem a ignorancia e os preconceitos, e pavimente seu caminho numa estrada eterna"...Essa máxima citada anteriormente me parece muito influenciada pelo ideal ascético, já discutido anteriormente aqui.
Talvez a musica fale dos caminhos árduos que as pessoas devem percorrer quando negam valores que muitos não ousam questionar ou meditar. Riffs que lembram uma escalada em montanhas severas, peregrinações em desertos de gelo e areia...Esta musica está recheada de desafios e obstaculos a serem superados. Parece também interpretar conflitos internos...Estamos dentro da mente daquele que tem que lutar contra si mesmo e o mundo em prol de uma pretensa jornada perene? No final da musica, ao que me parece, quando apenas dá para se ouvir o arpeggio, o noviço que agora se tornou um velho moribundo, se despede do mundo e confia aos filhos a tarefa de continuar com a jornada perene.
Mas ainda me pergunto, o que seria essa jornada perene? 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Finsterforst - Zum tod Him

Apresento a vocês uma banda que conheci a pouco, que, todavia, já se tornara uma das bandas que mais aprecio neste mundo facisnante que conhecemos como Pagan Metal. No inverno que nasce nas padarias do sul, nada poderia ser mais bem vindo do que Finsterforst!

A grande pecularidade da banda é o acordeon e a flauta, que enriquecem as musicas e as melodias. As musicas longas e contemplativas são outro fator que é interessante salientar alem da parte acustica que não decepciona. É uma obra imperdivel para andarilhos que peregrinam entre montanhas e vales nos dias mais frios do inverno. São musicas inspiradoras, e isso, já merece o nosso respeito e admiração.
Faça uma fogueira, pegue o galão o de vinho e vamos lá!

O album começa com a contagiante Urquell. Tem aquele tradiconal começo épico que não poderia faltar em uma musica de folk metal. Então vem aquele riff de polka e os alemães começam a beber e dançar perante as chamas da grande fogueira. Uma alegre festa na floresta acomete o ouvinte...A musica é um ode a vida dionisiaca, tanto que tem até o nome de um cerveja (Pilsner Urquell).


Das Grosse Erwachen, que no bom portugues significa "O grande despertar", parece ter sido composta para este proposito: de despertar o ouvinte, de proporcionar a ele uma musica a altura daquele momento sublime quando o sol começa a nascer no horizonte. A musica muda de ambiente e humor muitas vezes, de um black metal rapido para um lual entre amigos...Aqueles lual que só tem gente doida, bebada, e que, pasmem, cursaram filosofia, história ou fisica.

Seines Glückes Schmied - Essa musica tem o começo mais energico do album, com uma bateria bem forte e tudo, todavia, depois do primeiro riff a musica volta a ter a atmosfera comum de todas as outras musicas que o antecederam. 
O solo acustico é um dos mais belos que já ouvi...É o momento em que todos, no lual, no meio do mato, começam a viajar...Ninguem faz nada a não ser ouvir o solo lazarento de sublime. Seu unico reves é que se torna maçante em alguns momentos, mas o solo vele a apena.

Sturmes Ernte - Talvez seja a musica mais bonita do album...Dificil decidir entre ela e a Grosse Erwachen. É triste em alguns momentos, empolgante em outros. Percebo uma influencia de Moonsorrow dos dois primeiros albuns em seu som.

Untergang - Vinte minutos? Caraio, será que é bom? Uma introdução bem longa - aquele arpeggio de final de tarde que agrada a qual quer um - e de pois aquele solo acustico que também convem...Enfim, só alguem alienado pelos produtos sintéticos da Industria musical (como musica tech) não iria apreciar uma introdução como essa...Depois de 5 minutos a musica promete começar realmente...Digo, começar a andar ou viajar para algum lugar, por que ao meu ver, essas musicas de pagan metal caminham entre florestas e vales. Mas a musica continua com o mesmo astral das outras, de novo com fortes influencias de Moonsorrow e tudo...Essa musica é boa pra ouvir no apcie da noite, quando so resta as brasas do que ja foi uma grande fogueira.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quarta surreal - Paco de Lucia

Depois de tanto tempo sem postar uma quarta surreal, decidi fazer uma quarta diferente...Nesta quarta surreal vos apresento um icone da musica flamenga e latina: Paco de Lucia!
Que me impressionou em Paco de Lucia foi sua tecnica e virtuosismo incriveis...
Nesta musica, em especial, ele faz um dueto, com o não menos talentoso, Al DiMeola. Acredito, também, que poderiam fazer uma versão desta musica com uma bateria com pedal duplo...Parece insensato, mas essa idéia não me é tão absurda...Enfim, aproveitem meus caros anonimos virtuais!


Bonus: La Barrosa

Fascinante essa musica é esses espanhois tentando acompanhar os solos de paco...


terça-feira, 31 de julho de 2012

Propostas para uma discusão - religião

Lembro que as discusões que eu tinha com crentes eram no minimo onerosas - as lembranças dessas nefastas discusões permanecem latentes em minha mente até hoje. 
As poucas discusões que eu tive nos ultimos tempos não foram tão onerosas, na verdade, eu estou começando a gostar disso. Infelizmente, como possuo uma vida social restrita a poucas pessoas, não tive a oportunidade de discutir sobre religião com a frequencia que eu desejava, assim, me deu tempo de elaborar várias questões que eu pretendo colocar em minhas discusões futuras.
A experiencia de simular, em minha mente, uma conversa entre eu e um crente hipotético, também me foi um tanto quanto interessante.
Eis aqui conceitos e temas que eu busco propor numa discusão sobre religião. Não espere um "Manual como humilhar crentes", pois este não é o meu objetivo. O meu objetivo é criar condições para uma discusão que tenha o prazer em discutir sem que o arrependimento e lembraças amargas retornem a meu subsconsciente ao longo dos anos; memorias como "por que eu não falei isso para ele? Divia ter dito aquilo e não aquilo"...Enfim, coisas que fazem eu ter o desejo de ter uma maquina do tempo.


1º Conceito: Deus, uma criação humana.
Vc está naquela conversa informal entre conhecidos (não digo amigos por que eles são raros), e de repente, o assunto se volta aos olhos para religião. Então escuto as primeiras objeções a minha pessoa (são meus conhecidos, eles lembram de minha ingenua declaração quando eu tinha 16 anos: "eu sou ateu"), e eu, os surpreendo dizendo: "Bom, mas quem disse que eu não acredito em Deus? Ele existe, pois ele é uma criação humana". Assim, exponho minha primeira condição para o debate: "Minha unica condição para este debate é a reflexão deste argumento. Se não estiverem dispostos a meditar sobre ele, não prosseguirei com a discusão e as objeções futuras serão ignoradas: Zeus, Wilacocha, Odin foram deuses que eram reflexos dos povos que o criaram e imaginaram. Como pensar em Afrodite sem pensar, ao mesmo tempo, nos gregos? Enfim, por que com Jeová é diferente? Por que o Deus cristão é especial? O que o torna uma excessão?"
A unica vez que fiz essa pergunta foi a um contato. Fim de ano, ele me tinha me desejado uma boa aventurança aos braços de seu Deus. Eu começei, propositalmente, com a discusão...Ao fazer esta pergunta, ele me deu uma resposta no minimo insatisfatória. Não lembro muito bem o que ele respondeu, mas acho que foi algo como isto: "Por que ele é a palavra, foi mostrado ao homem, ele é o senhor, a verdade foi revelada...". Então respondi: "Good...Vc não respondeu a minha pergunta..."
Quando o crente se recusou a meditar sobre o argumento e responder minha pergunta a nossa discusão não foi muito longe.

2ºConceito: Metaforas
Uma pergunta que ainda não fiz a um crente: "Por que não interpretamos as passagens biblicas metaforicamente?". Ele talvez diga: "Está na Biblia, ela é a verdade". Tal afirmação revela uma estranha e irracional confiança a um livro que ele julga conter verdade absoluta e incorruptivel, quando, na verdade, foi extremamente modificado e mal interpretado por mãos humanas. Modificado mais por interesses humanos do que divinos, diga-se de passagem. Mudaram um trecho ali ou aqui para, ora justificar o comportamento do clero, ora para condenar um povo ou uma nação. Claro, não é só um materialista que está afirmando isso, mas os proprios teologos, com destaque Bart Ehrman, que depois de anos estudando o livro, percebeu contradições latentes nas passagens da biblia, como também, que o critério que os seus atores se propuseram a si mesmos foi de escrever o Novo Testamento em conformidade com o Antigo, mas não em conformidade com os fatos históricos.
Todavia, um teista anticlerical me faria a seguinte objeção: "Mas isso foi o trabalho dos homens que não souberam interpretar a palavra de Jesus. Jesus nunca seria a favor da Igreja e de tudo que fizeram na idade média"...Muito bem, até uns tempos para cá essa me parecia uma objeção bem razoavel, todavia, hoje eu proponho a seguinte resposta a esta objeção anti-clerical em prol do genio de Jesus: "Jesus foi uma metafora para tornar verosímil a nova religião que surgia. Sem ele o cristianismo não teria razão de ser. Os cristãos primitivos pricisavam de um martir, de um salvador para persuadirem as pessoas que ansiavam converter. Os que escreveram a biblia não estavam numa posição imparcial de simples escribas com o objetivo de redigir o que aconteceu. Esses cristãos primitivos já almejavam a potencia, como dizia Nietzsche, como também, o rompimento com a cultura a qual se originram. Usaram Jesus como pretexto e principal meio para este fim. Ou seja, os que criaram Jesus foram os padres do amanhã. Não haveria igrejas, templos, sacerdotes sem esta eloquente metafora de um salvador crucificado".

3º Conceito: Conceitos filosoficos
Uma proposta interessante, que eu irei aplicar nas futuras discusões, será deixar a pessoa a qual eu estou discutindo a par de alguns temas filosoficos relacionados (no caso de estar discutindo com uma pessoa simples e comum, que provavelmente, ignora ou pouco entende de filosofia).
Eu poderia fazer um "resumão":
"É muito interessante colocar aqui que os ideias cristãos já eram defendidos por Platão há pelomenos uns 400 anos antes do surgimento do cristianismo.  Ele que concebeu a idéia que deviamos renegar este mundo em prol de outro, um mundo supra-sensivel que ele chamou de mundo das ideias, aonde, ela é regida pelo bem, sendo o bem a causa-em-si. Em muito a filosofia platonica se assemelha com o ideal cristão, e por isso, os cristãos não tiveram dificuldade de cristianiza-lo. Platão, criou também o que chamamos de idealismo, concepção filosofica que diz que a idéia precede a existencia, ou seja, antes de você existir neste mundo, você era um ser imaterial, como as idéias. Depois de sua morte neste mundo você voltará a ter uma substancia imaterial. Seu corpo perecerá, mas seu espirito não. O idealismo prevaleceu por mais de 2 mil anos, até que, no século 18 surge uma nova escola filosofica: o empirismo. O empirismo se o opõe ao idealismo dizendo que não há ideias inatas, e quando nascemos, nossa mente é um livro em branco que será preenchido ao longo do tempo. O materialismo diz que a metafisica, o mundo supra-sensível e seu ambito, nada mais são do que uma miragem do mundo material. Como um espelho que reflete as coisas que vemos e as tranformam em fenomenos sobrenaturais e metafisicos, isto é, distorce as coisas que tocam os nossos sentidos e estão no terreno de nossas experiencias.
E é claro, não deixaria também de fazer algum comentário sobre conceitos estabelecidos por Nietzsche, conceitos que eu ja falei com atenção neste post: O mundo aos pés do padre
O existencialismo, diz que se existem principios a priori, se existe Deus, se existe mundo supra-terreno,  isso não interfere em nossa existencia. O mundo continua a existir mesmo com a existencia ou inexistencia dessas coisas...



4ºConceito: Beleza e podridão
Não é raro encontrar pessoas que dizem ser descrentes devido a fatores como: "Quando meu pai morreu, eu deixei de crer em Deus", ou até "Como pode existir Deus com tanta gente morrendo de fome?". E também não é raro teistas afirmarem que a beleza no mundo é uma prova mais do que convincente que Deus existe. Eu não creio que, ora a beleza, ora a podridão, sejam qualidades que corroborem com a existencia ou inexistencia de Deus. O argumento que defendem é este: "Há muita beleza no mundo, logo, Deus existe" e "Há muita violencia, guerras no mundo; logo, Deus não existe".
As premissas estabelecem as conclusões "Deus existe" e  "Deus não existe"?
Ao que concerne ao primeiro argumento, o teísta irá reconhecer que há guerras no mundo, mas elas só são provocadas por distorções que os homens fazem das palavras de Deus. Eu, diria que há muitos fatores materiais que levam paises a entrar em guerra, como também, por motivos pretensamente religiosos. Ao que concerne ao segundo grupo, se chega a inexistencia de Deus por causa da miséria, da fome, das guerras, e o argumento ainda reserva uma premissa oculta que diz: "Se Deus existir, ele é indiferente aos problemas na África, na Ásia e na America do Sul, em outras palavras, ele é indiferente ao nosso tormento, nosso sofrimento, e diz que nós devemos obedece-lo cegamente".
Em ambos os argumentos, estamos estabelecendo que qualidades instrisecas ao nosso mundo definem se Deus existe ou não. E aliás, qualidades como estas definem a existencia de alguma coisa? Arvores existem por que são belas? Arvores deixaram de existir por que são feias e comem a gente? Arvores existem pois tem uma missão, um fim? Eu não vejo nenhum meio lógico para estabelecer essas conclusões com estas premissas. Isso me lembra um episodio um tanto curioso, em que eu estava conversando com um pescador ancião, um nativo de minha cidade. Ele disse para mim que eu iria começar a acreditar em Deus depois de perder algum ente querido. Bom, então o argumento dele se reduz a isso: "Seu pai vai morrer, logo, você acreditará em Deus". Depois que meu pai morrer ele poderá dizer algo assim: "Se serve de consolo, Deus te ama".
Deus, neste caso, tem um carater de um mero consolo. Mas é claro, não poderia desprezar este consolo, pois ele é capaz de fazer muitas pessoas superarem crises existenciais e uma vida problematica cheia de vicios. Mas, no final, quem superou esses problemas foram elas mesmas, não foi Deus que as guiou neste caminho mas a "idéia de Deus", a idéia que deveriam ser, de alguma maneira, subservientes a um ser imaterial, que na verdade, não passa de um conceito criado por homens.

5ºConceito: Dogmatismo
As pessoas sempre viram as ideias religiosas como coisas benfazejas, mas eu, ao contrário, sempre vi como virtudes dogmáticas, que não admitem discusão e um livre intercambio de ideias. A ótica religiosa reduziu tudo a demoniaco ou divino. Tudo que é desconhecido é imediatamente batizado pelos véus obscuros do preconceito religioso. Sempre ouvi as pessoas elaborando frases no minimo contraditórias: "Eu respeito a sua crença, mas VOCÊ TEM QUE ACREDITAR EM JESUSSSSSS SEU FILHO DA PUTA, ARGHHHHHH!"
Lembro, que um conhecido meu tinha dito: "Voce vai para o inferno e vai sofrer...", me é peculiar como há hordas de individuos que ainda se persuadem com esta ideia de Deus punitivo e medieval. O que eu respondo para um sujeito desses? Apenas responderia: "É bom saber que você deseja um bom porvir para mim, mesmo que ele seje metafisico. Muito obrigado e tenha uma boa noite". 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O problema da musica - o mundo desconhecido

Eu já escrevi um artigo com tema similar antes no "Pequeno Ensaio sobre a Musica", todavia, o artigo que compartilho com vocês hoje é de carater mais pessoal e inspirado pela leitura de Adorno, filosofo alemão da Escola de Frankfurt que meditava sobre a musica e seus problemas.


A musica, para muitos, é uma mercadoria, e como tal, vive num mundo onde o novo pode se tornar obsoleto com extrema velocidade, e mais tarde, se tornar sensação novamente para depois se tornar obsoleto e assim por diante. É um ciclo e a Industria Cultural sobrevive por causa deste ciclo. É certo que ela produziu "generos" e "estilos" extremamente questionaveis para um ouvido atento, todavia, por que são tão populares? Oras, como já dito, a musica é uma mercadoria, então, as pessoas não estão focadas em ouvir musica, e sim, consumi-la. Se você ainda não está convencido que a musica que escutas foi reduzida ao patamar de mercadoria, é bom notar que as musicas fabricadas hoje em dia seguem padrões de fabricação, bem como "critérios de qualidade" estipulados pela Industria Musical. O processo de produção tem que ser rapido e facil, para facilitar a venda e ainda atingir um publico vasto já acostumado a ouvir e se entreter com os produtos que a Industria Musical fabrica. As "novas sensações" que esta fomenta, como já dito, não passam de um reciclagem do que já foi feito, ou uma mutação de um estilo musical já existente, como o sertanejo que foi distorcido e violentado; e esta distorção foi chamada por símios ocientais de "Sertanejo universitário".

Mas não se desesperem meus caros, a "musica como mercadoria" é só uma infima e insignificante fração de um universo muito maior. Não é por que essa infima fração é a mais conhecida que significa que a musica se resume a isto. Não, meus caros...E o que existe além desta infima fração? Muitos morrerão sem fazer essa pergunta e sem ao menos ousar ultrapassar os limites estabelecidos pela Industria Musical, pois esta garante segurança e abrigo ante um mundo escuro e desconhecido que conhecemos como musica. Limitados a condição de vis consumidores, as pessoas não buscarão a contemplação, mas reduzirão as musicas a sapatos, a camisas, e a objetos.

Mas comigo foi diferente...

Mesmo vivendo num ambiente afastado do Mercado imposto pela Industria Musical, no sentindo de não consumir o que ela fabricava, eu estava limitado ao que os meus pais ouviam: MPB, Rock Classico e Rock Nacional.
Antes de conhecer o metal, já tinha curiosidade em conhecer algo mais pessado e apaixonante que Pink Floyd e Ratos de Porão. O metal me parecia um mundo supra-sensivel que não se podia conhecer e muito menos se pensar sobre ele.
O descobrimento do metal foi um choque, um fenomeno que me manteve perplexo por 6 meses. Tive que superar os dogmas do metal extremo para prosseguir em minha jornada, consciente que havia ainda muitas coisas para descobrir neste vasto universo e que tais dogmas seriam um verdadeiro obstaculo em minha jornada. Me aprofundei cada fez mais naquele mundo desconhecido, e então decobri musicas que eram pessoas, musicas que eram mundos inteiros...A impressão era que o compositor tinha criado um mundo novo do zero, como se as montanhas fossem melodias e as mudanças adruptas de tempo representassem as mais severas tempestades. Em outras palavras, a musica tinha se tornado um instrumento de contemplação e admiração do mundo ao meu redor...É ela a minha unica companheira quando ando pelas sebes, entre as arvores e entre os rios. Não me passa na minha cabeça que, um pagodeiro ao andar pelas sebes diga: "Porra, aqui seria um bom lugar para ouvir sorriso maroto"...Quer dizer, a proposta de tal grupo musical está muito longe da contemplação de um universo de arvores, rios, montanhas...O folk metal, no caso, foi feito inspirado na contemplação deste universo. A musica dentro do ambito estabelecido pelo mercado da Industria Musical se inspira num estilo de vida banal, que não inspira maiores coisas alem de conservar o falso romantismo e o tenaz impulso de consumir.

Ao digitar este vil artigo, deves estar pensando que eu sou um homem que sempre buscou transpor limites dentro do universo musical, não? Aliás, é esta a virtude que propus. Mas não estaria, eu, preso numa limitação que eu proprio estabeleci, e sob a qual, não tenho consciencia dela? Seria eu um homem fechado e pouco eclético como dizem? Bom, deixo essas perguntas no ar a titulo de redigir um final que pareça épico e poético, já que nós, escritores incopetentes e vagabundos, somos especialistas na arte de ludibriar o leitor com finais eloquentes e que propõem algumas questões pretensamente filosoficas.

Até breve e tenham um bom inverno!

sábado, 7 de julho de 2012

Comunicado medicore

Fiz uma lista dos objetivos e metas para esse mês, pois, percebi que o mês de junho foi um mês perdido em que passei o tempo me entretendo com futilidades e li bem pouco, então meu intento é que este mês seja diferente: aliás, é o mês que eu completo 19 anos, então ele deve ser especial, não?

*Postar no minimo 4 postagens que ainda estão nos racunhos até o final deste mês.
*Ler no minimo 4 artigos que eu não li ainda e terminar uns dois que não terminei.
*Ver os albuns que ficaram no computador (Prazo 20 dias)
*Se habituar com a nova rotina de leitura: 2 livros por dia no mesmo periodo ou em periodos diferentes.
*Ver quais midias pornograficas (fotos, videos) que eu vou manter no computador (Prazo 20 dias)

Ao que concerne ao primeiro item da lista, eu me lembro do momento que eu tinha terminado com um post sobre a musica At dawn they sleep, do Slayer...O post tinha ficado do caraio, eu estava orgulhoso de mim mesmo, então, quando fui clicar em PUBLICAR, eu não vi o post sendo publicado e ainda não o vi nos rascunhos...Em outras palavras, ele desapareceu, sumiu...O blogger, em vez de PUBLICAR AQUELA PORRA, deletou tudo o que eu escrevi sem mais e nem menos...Um bug filha da puta não? Isso me deixou feliz pra caraio...

Sobre o terceiro item: embora tendo muitos livros para ler e muito tempo de sobra, o mês passado eu cai numa preguiça intelectual fodida. Inerente a esta exigencia que fiz a mim mesmo, pretendo terminar ainda nesse mês 4 livros: Genealogia da Moral (Nietzsche), Cidades Medievais (Henri Pirrene) e A logica dos verdadeiros argumentos (Alec Fisher), e Discurso do Metodo do nosso querido Descartes.

Sobre o ultimo item: percebendo que já tinha um material pornográfico muito vasto, decidi parar de frequentar sites eroticos até definir o que fica no computador. Na verdade, é bom parar de acessar esses sites por que eu tava acessando-os todos os dias e isso se torna uma coisa bem alienante, se é que vocês me entendem...O saudavel de pornografia é feito num ritimo bem lento, visando a contemplação desta arte..Porem, isto estava se tornando um vicio, então decidi parar por um tempo...

Half life 2



Dos jogos que eu joguei até o momento, o Half Life 2 é o melhor, não só pela jogabilidade e pelos graficos, mas também pelo contexto e pela história do jogo. A principio, o contexto do jogo é intrigante e complexo: o jogador é inserido num realidade anomala e estranho até para o personagem que ele controla...Somos inseridos numa Europa Oriental que ainda presencia materialmente os vestigios do dominio soviético e vive num totalitarismo, não empreendido por um governo comunista, mas por uma nação alienigena que tem um ditador fantoche na terra. O que é peculiar é que há uma variedade enorme de filmes, histórias, romances de ficção cientifica que se focam na invasão alienigena em si, já a historia do jogo não é sobre uma invasão alienigena, mas sim, a humanidade vivendo sobre o jugo de uma raça alienigena. A exploração deste conceito novo é que me chamou atenção.
A seguir, irei expor conceitos que tirei do jogo:

O governo ditadorial de Wallace Breen

Breen é o equivalente ao que foi Petain na França ocupada: um lider fantoche e colaboracionista, subjugado pela vontade e inteções das forças de ocupação. O governo de Breen é uma especie de facismo e possui todas as qualidades de um governo totalitário: repressão e censura férrea, supressão de qual quer demonstração de rebelião, alem da constante perseguição e tortura promovida contra os civis. No começo do jogo, podemos ver frequentemente pessoas sendo pressas, interrogadas, e até mortas pelos Metrocops. A unica diferença do governo totalitário de Breen com os outros que o antecederam no mundo é que ele é extremamente impopular. Eu não sei se ele tem alguma razão de existir sem o apoio popular...Os grandes totalitarismos eram governos extremamente populares, as pessoas idolatravam seus lideres despotas e facistas já que eles tinham colocado em suas mentes uma promessa de um grande futuro: a Europa dominada pelos Alemães e pelos Italianos, seus senhores por direito. Já na ditadura de Breen não há nenhum cidadão que simpatize com seu governo e ele só tem o apoio de suas forças coercitivas. Tendo só o apoio das forças coercitivas, ele contradiz o principio estabelecido por Gramsci que diz que um ditador, por mais que detenha o poder sobre os meios de repressão, não conseguirá, contudo, estabelecer uma hegemonia politica e cultural duradoura pois, ele poderia se valer de seu controle sobre as massas, visando colocar as pessoas contra os rebeldes. E, de fato, é isso que os ditadores fazem: dizem que os rebeldes são assissinos terroristas e a população inevitavelmente se volta contra aqueles que querem "liberta-los". É claro, Breen se vale dessa estratégia quando ele fala por televisores espalhados por toda a cidade, mensagens como: "Foi confirmado a aparição de um insureto. Seu personagem é sinonimo dos desejos mais obscuros do instinto, da ignorancia e da decadencia. Ele é um dos piores excessos do incidente em Black Mesa. Devo lembrá-los dos perigos do pensamento mágico". O que é peculiar é que essas mensagens não ocassionam os efeitos esperados: os cidadãos não são persuadidos pelas mensagens de Breen, o que indica que ele fracassou em estabelecer sua hegemonia cultural e sua aceitação entre os cidadãos.

A oposição aos instintos

Como pregado por Wallace Breen, o verdadeiro inimigo da humanidade não são os invasores extraterrestres, e sim, os instintos. Os combines tem, como suposto objetivo, auxiliar a humanidade a se unir ao resto do universo controlado por eles (ao que Breen chama de "Universal Union"), e para que isso seja possivel, é necessário suprimir os instintos, em especial, a reprodução, pois ela é particular dos seres primitivos e fracos. Este ideal se assemelha muito ao ideal ascetico, aquele que é tão difundido nas religiões, que estabelece a existencia de um outro mundo, como também, a negação deste e de tudo que lhe é inerente (paixões, desejos, volições, instintos...). A unica diferença é que o fim em si, estabelecido pela religião cristã, por exemplo, é o "Reino de Deus", e o fim de Breen é essa pretensa "união universal". Para piorar, Breen diz que sua doutrina é cientifica, quando mais se parece com uma doutrina religiosa e extremista que anseia suprimir a raça humana.


Os papeis se invertem

Com o fim do campo de supresão e o recente fechamento dos portais para o universo combine, agora a resistencia já possui uma vantagem: sua população tende agora a crescer e terá que eliminar o exército combine remanescente que ja não tem aonde ir e nem como receber mais reforços de seu mundo já que perderam contato com ele; mesmo assim, o exército combine continua superior no que se refere ao poder bélico, alem de um vasto contingente ainda remanescente. As forças transhumanas se encontram numa situação analoga do exército alemão, nos ultimos anos da Segunda Guerra Mundial: continuam a ser um exército forte, bem preparado, e que continuam lutando, e mesmo sofrendo amargas derrotas, eles também sabem impor contra-ataques e repressálias significativas. Mas é claro, ao contrário da situação em 1943, que tanto o exército Alemão quanto o exércio Vermelho estavam equiparados, a situação no jogo é diferente, pois, os exércitos combine, mesmo pela derrota que sofreram no final do episodio 2 (com o fechamento dos portais) continuam a ser uma força muito mais poderosa do que de seus oponentes: o exército da resistencia humana. É uma batalha entre um exército e um grupo de guerrilheiros, entre transhumanos e humanos. Como será o desfecho dessa batalha? E me pergunto, será que os combines também não estão ocupados tentando suprimir outras revoltas em outros planetas que eles controlam?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Links de outra dimensão

 Para quem estava com saudade desta porra de blog (se é que alguem acessa essa merda), aqui está mais um links de outra dimensão, links externos que eu estava coletando há alguns meses e so decidi postar agora pois não tinha nada melhor para postar.  

 Como eu admiro essa beldade... Jenya D, meus caros senhores!


Tipos peculiares de cervejas

Por que Stairway to Heaven é a melhor musica do mundo

Como fazer cinema por Alejandro Jodorowsky

A origem das cidades

As primeiras comunidades cristãs

Resenha: Lunar Aurora

RockBitch 

Entrevista com Frank Zappa

Beldade: Jenya D

Quem mudou a Biblia e por que?

Quem você levaria para um ilha deserta?

Super seios

Sedução ruiva

Sobre a beldade na foto:

Well...What I can say about her? Depois de ter visto uns ensaios dela em que ela fazia uma cigana, eu estava persuadido que ela era uma espanhola ou uma italiana (ao menos um latina no meio de tantas eslavas do met-art, não que as eslavas não sejam gostosas, é claro). Descobri, bem recentemente, que na verdade ela é ucraniana, o que me surpreendeu um pouco, por que ela não parece ser eslava...Enfim, ao contrário de Little Caprice, seus ensaios são mais "eroticos" do que pornograficos. Mesmo não apelando para mil posições diferentes (posições que algumas feministas considerariam "humilhantes") Jenya nos encanta com o seu corpo escultural e belo, alem do seus seios fartos que é impossivel não admirar.
Jenya e Ariel, são, sem duvida, o tipo de mulher que eu tanto admiro: tem corpos esbeltos, não tem aqueles balões artificais no lugar dos peito, tem belos seios naturais...Em outras palavras, são gostosas!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quarta Surreal - Tverd

Apresento a vocês, hoje, nesta querida quarta-feira surreal (que deveria ser um quadro semanal, mas não é) falarei sobre duas musicas, uma inseparavel da outra. Duas belas irmãs criadas pela banda russa de Pagan Metal, Pagan Reign.

TVERD - VRAG U VOROT

Uma timida flauta é um suave e monumental prelúdio para o que promete vir. Os instrumentos folclores possuem uma significativa importancia no conjunto da obra, enriquecendo a musica de tal maneira que nos surpreende a naturalidade que ela se funde aos riffs emanados da distorção das guitarras. A intrumental da obra é impressionante, a esturutura da musica também. Não é do tipo de musica que tem apenas 2 riffs que se repetem o tempo todo...Há muito riffs, tantos que a impressão que dá é que a musica é como uma longa caminhada entre bosques e montanhas. Depois desta caminhada, chegamos a grande cidade fortificada no Tverd, aonde somos bem recebido com comida, bebida e festa. A musica até os 4 minutos foi uma viagem cansativa, é o momento de descansarmos e bebermos um pouco enquanto vemos os cidadãos de Tverd dançando e se divertindo. Até que são avisados de uma batalha iminente, assim a musica volta a ter ao seu ritimo de antes e o povo começa a se mobilizar, como os guerreiros a pegar as suas armas para proteger a cidade.


TVERD - POSLEDNAYA BITVA

A grande batalha então ocorre contra um inimigo que vem do leste. Como na musica anterior, a Domra (intrumento russo de 3 cordas) tem uma presença memorável no conjunto da obra. A flauta, finalmente, anuncia a tão sofrida vitória e o povo de Tverd volta a dormir tranquilo, seguro de um porvir garantido atrás das grandes fortalezas da cidade, que parece, até aqui, impenetraveis. 


quarta-feira, 4 de abril de 2012

A condenação verde


O vegetarianismo se tornou uma febre, uma enfermidade que acometeu muitas pessoas. Não vi muitos artigos contra esta enfermidade, então, resolvi escrever este. 

Sempre que faço uma costela de chão, é impossível não pensar sobre a questão dos vegetarianos e o que eles julgam como crueldade.
A facilidade com que condenam a caça e o abate de animais me impressiona, pois não estão só condenando o trabalhado do agricultor e do criador de animais, como também, uma das atividades que foram essênciais para o desenvolvimento do homem.

Com a caça, o humano desenvolveu noções primitivas de cooperação em grupo, pois foi necessário desenvolver essas noções, já que para caçar um grande animal - que poderia garantir a sobrevivencia de pequenos grupos humanos - era necessário a mobilização de todos os indivíduos destes grupos para a realização de tal tarefa. Isso representa um dos estágios do desenvolvimento das sociedades primitivas, representa também, o progresso da humanidade durante a história.
Eu não consigo ver o abate de animais e a caça como uma coisa negativa pois estas atividades, estes grandes empreendimentos, foram extremamente importantes e até vitais para a preservação do homem, como também, para as sociedades humanas. Hoje, ja não caçamos mas saciamos a demanda por carne fazendo grandes criações de animais. Isso se deve ao fato do homem ter evoluido o suficiente para criar aniamais, assim, garantindo provisões aos grupos, sociedades e comunidades a qual pertencia.
O humano não só conseguiu sobreviver e se adaptar ao seu meio, como também, foi o primeiro e o unico animal a domesticar outros animais e criá-los, com objetivo de obter carne, ovos e leite. Eu encaro isso como uma grande conquista e não como crueldade. O homem ter chegado a isso já é merecedor de honra e consideração, e não de desprezo e negação de sua propria humanidade.

Bom que argumento eles tem para condenar o abate e a caça? Sentimentalismo vil?

Bom, termino este post expondo meu argumento que recorre a história para julgar este problema:

A caça, o abate de animais e sua criação representaram dois fatores que fizeram a civilização crescer e prosperar. 
Todos os homens de um povoado primitivo, por exemplo, se mobilizavam para caçar um animal. Esta mobilização é que permitiu que o homem desenvolve-se noções básicas de coletividade e trabalho em grupo.
Mais tarde, com a agricultura, o homem começou a criar os animais em vez de caça-los, o que permitiu que ele garantisse provisões, como leite, pele e comida para os habitantes das cidades que começavam a se desenvolver. 
Tanto a caça e a criação de animais representaram momentos de progresso e desenvolvimento da humanidade, logo, concluimos que ambos representaram beneficios para a humanidade. 


sexta-feira, 23 de março de 2012

O mundo aos pés do padre

"O que aconteceu nesses ultimos dois mil anos?" pergunta uma voz fraca, dificil de ouvir. Aqueles que tem algum bom senso ainda a conseguem ouvir em meio dos gritos de padres e sacerdotes que ecoam pelos milenios.

E ela continua: "O que aconteceu com a humanidade, que em outrora bebia e festejava e que agora é uma catedral do sofrimento? Chegou-se a negar esta vida em prol de uma vida que é meramente prometida pelos lapios nefasto de um padre. O que aconteceu?" 


Nietzsche nos mostra, no aforisma 49 do Anti-cristo, como o homem foi reduzido a vil condição de servo do padre: "É preciso tornar o homem infeliz, esta foi até agora a logica do padre. O pecado, a idéia de culpabilidade e de punição, toda a ordem moral foram inventadas contra a ciencia, contra a emancipação do homem nas mãos do padre. O homem não deve olhar para si mesmo, não deve ver as coisas com razão e prudencia para aprender, não deve ver absolutamente nada: deve sofrer e deve sofrer de modo a ter sempre necessidade do padre". 
A propria metafora da maçã da arvore proibida, (compreendendo a biblia como uma fabula repleta de metaforas) é uma metafora que revala o carater anti-cientifico da religião cristã. Nada ao homem é proibido alem da ciencia e o conhecimento. Do homem buscar a ciencia é que ele mereceu o sofrimento eterno na terra e ainda teve que provar para Deus que ele era "bom" e "obediente".

O aforisma 26 do mesmo livro se foca mais profundamente nesta questão do padre...Ali ele coloca algo que achei deveras intrigante que é uma coisa que só acontece quando temos uma unica visão de mundo e esta visão de mundo é a visão cristã de mundo. O cristianismo mediu os povos e as epocas de acordo que foram uteis ou que resistiram a corrupção sacerdotal. Os povos e as epocas foram, por muito tempo, julgados por essa máxima extremamente reducionista...Eis uma grande fatalidade que acometeu o mundo.

Outra coisa que ele coloca que é bem peculiar é a vontade de Deus como sendo a mesma coisa que a vontade do padre. Quero dizer, que a classe sacerdotal usou essa pretensa vontade divina como pretexto de seus interesses e de sua prosperidade durante os milênios. Era também, é claro, para saciar a vontade de Deus, que o padre se torna-se necessário em qual quer lugar e em qual quer canto. Desde de para oficializar casamentos e até para ser mediador de enterros e funerais. O padre estava no começo, no meio e no final da vida de cada individuo. O clero reinava e gozava de sua onipresença. Não interpretemos uma heresia como uma profanação a palavra de Deus, mas antes, um protesto contra tudo aquilo que deprecia a vida e a reduz a um mero "estágio" para outro lugar...

Como chegamos a conclusão que o homem é impio e tudo que é natural idem? Não foi por vias racionais, acredito. Não há motivos suficientes para negar as paixões e os desejos. Nietzsche demonstra, ao longo de suas obras, que o pecado, a falta, foram meios que o padre encontrou para atingir a potencia. É um erro pensar que a igreja lutou contra pecado...Na verdade, o padre sempre precisou do pecado.

E como era a humanidade antes dessa grande corrupção que conhecemos como cristianismo? Bom, Nietzsche diz que havia uma sociedade dionisiaca em que até a dor era sagrada:
"Fui o primeiro que pela compreensão desse antigo instinto grego, rico e até exuberante, tomei a sério aquele maravilhoso fenomeno que leva o nome de Dionisio. Apenas na psicologia do estado dioniasiaco se manifesta o fato fundamental do instinto helenico: sua vontade de viver. O que o heleno garantia a si mesmo com o estado dionisiaco? A vida eterna, o eterno retorno á vida, o porvir prometido e santificado no passado, a afirmação da vida sobre a morte, a vida exaltada pela procriação, mediante os mistérios da sexualidade. Por isso, o simbolo sexual era para os gregos o signo veneravel por excelencia, o verdadeiro sentido profundo de todo o orgulho antigo. As particularidades do ato da geração, da gravidez, do nascimento, despertavam neles pensamentos elevados e solenes. Na ciencia dos mistérios, a dor é santificada; o esforço do parto torna a dor sagrada; tudo o que é devir e crescimento, tudo o que garante o porvir requer dor. Para que exista a alegria eterna da criação, para que a vontade de viver se afirme eternamente por si mesma, é necessário também que existam as dores do parto. A palavra Dionisio significa tudo isso. Não conheço simbolismo mais elevado que esse simbolismo grego das festas dionisiacas" (Crepusculos dos Idolos, O que devo aos antigos, af.4).


O problema que coloco aqui é que só sobrou ao homem - aquele que foi domesticado pelo cristianismo - sofrer e nada mais do que isso, quer dizer, sofrer e obedecer milhares de restrições diferentes. E onde tudo isso começou? Como o cristianismo pode ter prosperado no mundo romano, um povo que era a continuação natural da cultura helenica? Nietzsche nos surpreende de novo dizendo que Roma continuaria a existir por mais mil anos se não fosse o cristianismo, e ainda diz que o cristianismo é basicamente a invenção e a idealização de dois homens, a saber São Paulo e Platão. Platão, criou o terreno aonde o cristianismo poderia agir e prosperar ao idealizar a dicotomia entre o mundo aparente e o mundo inteligivel. Não foi dificil para os cristãos "cristianizarem" a filosofia de platão, pois ela ja contia elementos muitos similares ao que o cristianismo pregava, desda da exaltação do ideal e de um mundo que não vemos e não podemos sentir. Em Platão, chegavamos a esse mundo supra-sensivel atraves do pensamento...Para o cristianismo, chegamos a um mundo supra-sensivel atraves de uma subordinação total e incondicional ao que a igreja chamou de "vontade de Deus", que como vimos anteriormente, era na verdade, a "vontade do padre".
Tanto em Platão quanto em São Paulo, a idéia é atingir um outro mundo com poucos eleitos. O mundo em que vivemos é uma ilusão, os sentidos nos iludem o tempo todo...Só há um unico mundo verdadeiro...O reino de Deus...Este reino que é estavel, absoluto, imutavel. Por essa idéia de negação deste mundo para um outro, que não é instavel com este, é que Nietzsche, com muita propriedade, diz que o cristianismo representou uma profanação a inocencia do devir; em suma, de tudo que muda e que se transforma.
Nietszche ousa, mais uma vez...Declara que o cristianismo foi praticamente uma invenção de São Paulo, que movido por um ódio e um ressentimento hiperbolico, concebeu esta nova religião. Esta religião que se levanta em prol dos pobres e oprimidos e quer subjugar a ordem estabelecida...Divergindo da tradicional visão aristocrática de Nietzsche, acredito que apoiar e exaltar os pobres foi outro meio que o padre encontrou para chegar ao poder, já que ele tinha o numero e apoio de uma horda de pessoas. Não é claro, que o padre tivesse algum apreço pelos camponeses e plebeus, mas por que precisava deles para se glorificar. (Se você quiser ver mais sobre essa visão "elitista" de nietzsche, veja neste post).

Para finalizar esse post e não me alongar muito, me limito a dizer que estas foram as minhas considerações acumuladas nestes dias de estudo e leitura dos textos de Nietzsche, aonde li e reli várias vezes os livros o Anti-cristo e o Crepusculo dos Idolos. Claro, não me limitei a ler só Nietszche, li também Kant, Descartes, e Sartre, mas ainda não é oportuno escrever e dissertar sobre eles aqui.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quarta surreal - ode a triplice aliança

Sendo a primeira Quarta Surreal do ano, falarei de duas musicas muito especiais que conheci a pouco tempo atrás. O led Zeppelin está entre as três bandas que mais admiro no mundo. Se tivesse que escutar pelo resto de minha vida 3 bandas, elas seriam o Bathory, Death, e o Led Zeppelin. Não que não existam bandas excelentes alem destas, mas as primordias, as essenciais ao meu ver são estas 3. São estas que me completam e são estas que escuto com mais frequencia. Talvez eu chegue no momento em minha vida que estarei feliz em só escutar essas 3 bandas. Estas 3 bandas compõem os fundamentos do meu ser musical. O que seria de mim sem Bathory, Death ou Led Zeppelin? Um pagodeiro talvez, mas vamos a musica sem mais delongas...

OVER THE HILLS AND FAR AWAY


O andarilho está deixando novamente outra cidade que o recebeu com tanta hospitalidade e olha para as montanhas ao longe...O horizonte o chama e ele não o desobedeçe pois seu unico amo e senhor é O destino que faz os seus pés sairem do lugar. A musica o motiva a andar por 30 milhas e a subir aos tortuosos caminhos que levam ao topo da grande montanha. De lá era possivel ver uma grande floresta no pé da montanha e ao longe o oceano. Por 5 dias perigna sozinho por aquela floresta escura já muito longe da cidade que deixara pra trás.

THE OCEAN



Depois de 5 dias sobrevivendo apenas de pão e charque, o andarilho chega a praia e o oceano parece maior do que era quando o admirava no topo da montanha.  Ele decidiu que os dias de andarilho errante tinham terminado e decidiu se tornar um pirata. Juntou a sua tripulação e navegou pelos 7 mares até desaparecer. Desde daquele dia que deixou o porto ninguem mais ouviu falar dele.