O intuito do meu blog era que ele fosse um blog bastante diversificado, que falasse sobre politica, história, filosofia, cinema, musica...Porem, o blog foi dominado por um mesmo tema, talvez pela minha incopetencia e ignorancia para falar de outros assuntos, e também, por que estou nesta canoa furada e prestes a afundar, sozinho. Enfim, apresento a vocês, um filme que a tanto merecia uma resenha aqui (Desventuras em Série), e outro, que me impressionou muito e que vi bem recentemente (Identidade).
Aviso: essa porra pode ter SPOILERS. .
Desventuras em Série
O filme fala sobre crianças que vivem num mundo de adultos. No mundo inescrepuloso de adultos e seus valores decrépitos. Daria uma boa saga esse filme (considerando que foram escritos doze livros dessa série), todavia, só fizeram um filme, e bem resumido. Eu não li os livros da saga, mas fico atentado a isso...
Enfim, é neste mundo ardiloso e hostil, criado pelos adultos e suas convenções, que os irmãos Boudelaire tentam sobreviver, e se não fosse bastante, todos são cumplices da dementia de Conde Olaff, aquele que visa elimina-los o quanto antes, pois, são as unicas crianças no filme, e esse fato os torna hereges que merecem ser perseguidos. Mas qual é a metafora por de trás de Conde Olaff? Ele representa todos os valores que as pessoas aceitam, valores esses que visam suprimir os pensadores e reduzi-los a condição de hereges? Ou ele não passa de um homem de meia idade demente mesmo? A estética do filme nos revela um mundo escuro e cinzento, revelando a metafora que vivemos em tempos sombrios?
Indentidade
O filme passa basicamente em apenas dois ambientes e em duas situações dispares: numa sala num tribunal, onde há uma audiencia, reunindo 3 advogados, um juíz e um psicologo, e num motel de beira de estrada cheia de desconhecidos. O motel e suas dependencias se tornam uma prisão, já que os envolvidos não podem sair de lá, tendo em vista que todas as pistas que saem daquele lugar estão bloqueadas ou intrasponiveis graças a chuva e as enchentes. E se não fosse o bastante, os personagens estão presos com um assassino, que começa a matar um a um...Durante o filme, várias hipotses vieram a minha cabeça de quem poderia ser o assassino, mas não demorou muito para eu perceber que não seria uma tarefa facil e que o assassino poderia ser qual quer daqueles "prisioneiros".
No final do filme, descobrimos que aquilo era uma prisão onde todas as personalidades de um mesmo homem estavam presas, a prisão, em suma, é sua mente que abriga outros sujetios, personalidades dispares. Como e por que ele criou essa realidade para si se confundindo com as suas criaturas? Se pensarmos bem, isso é uma caracteristica bem comum no homem, pois ele cria algo e depois se confunde na coisa que criou, se tornando até a sua criatura, se tornado dependente do que criou. Dos valores mais louvaveis que encontramos em nós mesmos, por exemplo, nós exaltamos esses valores e o trasnformamos numa idéia de ser supremo, de artifice que reina em um mundo supra-sensivel, quando esse ser supremo não passa de uma abstração humana que ousou elevar as qualidades humanas mais louvaveis na condição de um Deus.
O filme é uma amostra interessante como a mente humana tem um capacidade criativa impressionante e ele também reserva questões pertinentes a filosofia da mente e a psicanalise, compensando o minimalismo formal do filme: dois cenários, que se passam no mesmo dia, um na mente do prisioneiro e outra na sala no tribunal...
O filme é uma amostra interessante como a mente humana tem um capacidade criativa impressionante e ele também reserva questões pertinentes a filosofia da mente e a psicanalise, compensando o minimalismo formal do filme: dois cenários, que se passam no mesmo dia, um na mente do prisioneiro e outra na sala no tribunal...
Admiro a habilidade do diretor em nos surpreender até os ultimos minutos do filme, o que é uma qualidade louvavel e dificil de se conseguir, tendo em mente a quantidade de filmes que você pode adivinhar a sua história logo nos primeiros minutos. Ele não é um filme convencional, e nos surpreende, que o final seja tão ensolarado, "feliz", e ao mesmo tempo, guardar uma chocante revelação.
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