sábado, 3 de setembro de 2016

Hora de Aventura Iconoclasta #post100

Como o centéssimo post (não é bem o centéssimo post, mas foda-se), eu poderia estender meu posicionamento sobre a atual crise política aqui em meu blog, num entanto, creio que por ora eu já esteja feliz com a exposição que eu fiz em meu face.

Hoje apresento a vocês uma lista com os principais paradigmas que o Hora da Aventura quebrou em sua trajetória. O que me impeliu a escrever isso foi os dias que passei refletindo e discutindo sobre este desenho, tanto em meu escuro e solitário quarto quanto no pico cinzento e viscoso na frente de minha universidade.

Em "A Terceira Geração do Cartoon Nertwork: Jake Gumball", eu abordei sobre os novos desenhos da Cartoon Network, fazendo um paralelo com os velhos e buscando erigir uma discussão distante da falácia dos tempos de ouro que, amiúde, despreza os novos desenhos em virtude de um culto e sacralização do passado. Pois bem, eu problematizei este passado santificado e sustentei meu argumento que os desenhos do presente, se não são tão bons quanto os de outrora, são melhores. Um deles, é o Hora da Aventura, responsável por ter destruído tantos lugares comuns nos desenhos focados no público infanto-juvenil. Aquele post está incompleto, não fui muito feliz em alguns pontos, e neste post, de número 100, pretendo analisar mais detalhadamente o desenho Hora de Aventura. Compreendo, em ultima instância, que esta análise acarretará também numa inevitavel construção de uma historiografia dos desenhos animados, já que eu entendo o Hora de Aventura não como um corpo isolado, mas sim, como uma produção em sintonia e relação com um universo mais amplo: as produções infanto-juvenis.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Filosofando sobre Episódios - KND, A Turma do Bairro: Operação C.R.I.A

Eis que vos apresento uma análise que fiz acerca de um episódio no minimo intrigante. É verdade que é de um desenho ao qual nunca compartilhei grande apreço, mas devo admitir que este episódio em especial é bem foda. 


O episódio nos permite algumas reflexões no campo da Teoria da História: a forma como se estabelece uma interpretação histórica, uma narrativa e as suas relações com a memória. Se trata de uma narrativa histórica feita pelas crianças a cerca de uma interpretação do passado, uma narrativa que as coloca num lugar da história como as "inventoras" ou "criadoras" dos adultos. Os adultos seriam, nada mais e nada menos, do que determinados pelas demandas que elas criaram. 
Esta narrativa não nos contempla com um tempo cronológico aproximado (40 anos, 400 anos), portanto, podemos supor uma relação com o tempo que é muito diversa da nossa (talvez algo próximo da forma como uma criança interpreta o tempo como uma entidade não-quantitativa). Sabe-se porém, que em algum momento, devido á desigualdade nas condições materiais estabelecidas entre crianças e adultos, na exploração dos segundos sobre os primeiros, os adultos se rebelaram contra o poder e o arbitrio vigente, sendo forçados á se exilarem. 
No exílio, os adultos desenvolveram suas cidades e suas indústrias (o tempo que levou para isso acontecer, novamente, é muito dificil precisar), e conseguiram submeter as crianças aos seus mecanismos de controle (dinheiro, bens de consumo). O desenvolvimento da indústria permitiu que os adultos afirmassem, cada vez mais, seu poder e hegemonia sobre o mundo. Os adultos, ao superarem as crianças em recursos e tecnologias, acabaram que submetendo-as a um sistema social que lhes era hostil. O mundo lúdico dava lugar a um mundo repleto de instituições e burocracia. As crianças foram integradas ao mundo governado pelos adultos através das "familias", que num plano ideológico, era um meio de resolver os conflitos entre estes dois grupos. 

Das inventoras dos adultos, as crianças se converteram em seres dependentes dos adultos e seus mecanismos de controle. É isso que esta narrativa nos permite interpretar se nos detiver-mos exclusivamente nela. Esta narrativa, ao meu ver, possui um potencial didático e metodológico a ser explorado. Em nossa análise, poderia supor algumas meditações, como a operação historiográfica, e de como se efetua toda esta memória. O que esta narrativa nos permite conhecer do passado e o que ela influencia nas ações do presente? Se a história é feita deste conflito entre crianças e adultos, qual seria a sintese para se romper com este ciclo? Esta narrativa, ao meu ver, coloca a criança com uma missão bem clara: "pela história e por nossa memória, devemos nos libertar da opressão dos adultos!" Conclui-se, portanto, que narrativas podem ter fins politicos e messiânicos e que história não é simples coleção de dados: é uma justificativa para lutar.


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Relato de Viagem: Guaratuba e minha loucura Pink Floyd Hawkwind

No período que compreende o dia 2 de 4 julho de 2016, eu percorri 3 cidades de bicicleta: Itapoá, Guaratuba, e Matinhos. Aproveito este espaço para compartilhar o relato que eu fiz desta jornada em meu diário, "Diário do Bardo sem Bandolim, vol. 3". Como pretendo que o conteúdo integral deste diário seja de acesso público daqui alguns anos, não vejo por que razão não compartilhar um capitulo especifico dele. 

Observação: a experiência em si demorou 3 dias, mas demorou mais de um mês para eu escrever todo o relato...Não por que me faltou tempo, mas por que eu simplesmente não tive tesão de redigir a experiência com tanto afinco.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Filosofando sobre episódios - Os milhões do Clarêncio (Clarêncio, o Otimista)

Nesta nova série, eu busco analisar e refletir sobre vários episódios de desenhos animados. A motivação desta empresa se deve ao fato de eu sentir que existe uma demanda quanto á isso, de sentir que ainda não há muita discussão sobre esses desenhos. Antes de buscar significados que não estão lá, eu escrevo isso acreditando que desenhos não são só meros entretenimentos (como fragmentos da cultura e da sociedade, os desenhos estão sujeitos á interpretações e discussões sobre estas entidades concretas que permitem que eles existam). 

Para inaugurar esta nova série, começarei por falar sobre um episódio que me intrigou muito chamado "Os Milhões do Clarêncio". 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Materialismo histórico, C. Lewis, e uma possivel aula

Se um dia tiver seres desafortunados que serão meus alunos e pupilos, pensei em utilizar, um argumento que eu extraí do livro "A Lógica dos Verdadeiros Argumentos" de Alec Fisher. Este livro, ou "Livro Verde" como eu gosto de chamar, me ensinou um pouco que eu sei de lógica básica, e filosofia da ciência...Eu ainda estudo formas e possibilidades de utilizar essa fonte em sala de aula, já que ele trabalha como uma série de argumentos, que vão desde do argumento Malthusiano, argumentos sobre a Guerra Fria, até argumentos mais complexos. Ele é um compilado de argumentos e meio que força você a estudar melhor os textos e as preposições. 


No final deste livro, tem um argumento que eu li, e admito, que me causou um certo desafio...Em verdade, fiquei um bom tempo refletindo sobre ele...É um argumento utilizado por C.S Lewis, em sua obra "Milagres". É um argumento contra a impossibilidade do universo ser regido por causas e razões irracionais e aleatórias, isto é, um argumento contra o naturalismo: