sábado, 23 de fevereiro de 2013

Cinema no meio da floresta 5 - Argo

Vi um filme que não me chamara a atenção apenas por sua tensidade ou história, mas também pelas meditações que ele me sucitou. O tema do filme é bem simples: um agente da CIA, afim de tirar alguns refugiados americanos que estavam escondidos no consulado canadense em Teerã (depois que a embaixada ianque no Teerã foi ocupada por insuretos islamicos) faz um estranho plano para tirá-los de lá: ele inventa um filme falso, conseguindo o apoio de um produtor de verdade, utilizando um script para que o ardil fosse ainda mais convincente. E por ultimo, tentar convencer os revolucionários iranianos que os refugiados faziam parte da equipe de filmagem e que foram a Teerã para ver os sets de filmagem, e assim, voltar para seu pais de origem, o Canadá. Se Teerã era uma terra hostil para os ocidentais e principalmente para os ianques naquela epoca, não sei se é uma terra que seria receptiva aos mesmos hoje, tendo em consideração que as cenas que foram passadas em Teerã foram filmadas em Istambul devido ao forte conflito que ainda permanece entre as duas nações, e é claro, os EUA não tentariam filmar um filme em território iraniano de novo depois dessa dramatica experiencia (Ben Affleck não seria tão ousado).


 Affleck me surpreendeu por fazer um papel que Keanu Reabes faria (aquele do homem sério, pouco alegre, cheio de problemas a resolver, como Constatine por exemplo, ou o papel que ele faz com o advogado do diabo). O primeiro, diferente do segundo, não se destacou, até o momento, em fazer anti-herois, mas se saiu muito bem como um...É um homem com um fardo, não é o heroi feliz. Mas é um homem determinado a completar a missão. Eu não o reconheci com a barba e pela sua expressão fidedigna, então creio, que sua atuação foi acima da média.





Affleck registrou momentos muito peculiares no filme, como a parte em que ele mescla a festa, aberta a imprensa, do que seria o inicio das filmagens do pseudo-filme e as falas de uma iraniana na tv, acusando os EUA de serem os verdadeiros terroristas. A ação que ocorre em tempo real em diferentes lugares no mundo maraca a tensão que se intensifica nos ulitmos 30 há 20 minutos de filme.

Se eles de fato não filmaram nenhum filme em Teerã, o agente da cia e os refugiados que prometeu proteção, foram protagonistas de uma peça de teatro, que tinha diante de si, uma plateia hostil. 


O intervencionismo americano e os subversivos

A postura do governo dos EUA, que neste seculo e no século passado arrogou para si o título de "policia do mundo", não o fizeram em prol do que chamam de liberdade, mas o fizeram afim de governar o mundo e ter as nações em seus bolsos. Não vou me preocupar em criar um juizo de valor sobre o que estão fazendo, nem irei condená-los por sua politica. Só sei que ela foi eficaz. Eles estão de acordo com uma máxima estabelecida por Maquiavel que diz que se um príncipe deseja preservar seu poder e seu domínio em terras conquistadas, ele deve sempre prestigiar os lideres mais debéis, pois o principe é um titere, e como tal, precisa de um fantoche para controlar. Se prestigiar lideres tão influentes como ele, isso poderá significar sua ruina. Agora vamos trazer esse principio não só a realidade iraniana como a de todos os paises em desenvolvimento, se focando primeiro no caso do Irã:
Primerio, teve o governo democrático que nacionalizou o petroleo...Nacionalizar o petroleo é, segundo os valores ianques, um crime. O petroleo tem que ser americano, não importa daonde ele venha...Isso foi o suficiente para que eles fizessem o golpe de estado e colocassem o Xá Pahlevi no poder. Antes um déspota do que um presidente que nacionaliza o petroleo, pois se assim o fizesse, o Irã se tornaria um pais prospero e rico e os EUA não querem competidores. As nações em desenvolvimento tem que crescer até este ponto, é essa virtude ianque. Se as nações ficarem em guerra entre si, ou estiverem sobre influencia das corporações americanas, elas jamais apresentarão ameaça ao poder estabelecido por esta potencia; e se o Irã hoje já é considerado uma ameaça para o mundo ocidental, imagina se não houvesem feito o golpe em 1953? Mas o que me desperta sincera indignação é que, se os EUA não intervessem colocando o Xá Pahlevi no poder, muito provavelmente não haveria uma revolução pró-islamica no Irã e não haveria uma ditadura tão amarga naquele país. No Brasil, como em muitos lugares, ocorreu a mesma coisa. Pelo pouco que eu sei, um dos pretextos para derrubar Goulart e findar a ditadura em nosso país foi por causa que este queria fazer algumas reformas, reformas que eu particularmente não considero que tivessem carater socialista, mas que partindo da ótica Macarthista (que foi capaz de condenar Charles Chaplin de subversivo comunista) Goulart era uma manifestadão de uma ameaça que estava por vir, assim, era necessário intervir.
Me é intrigante o fato que aqueles que defendem veemente a intervenção americana sejam os mesmos que conservam grande aversão a palavra "intervencionismo". Intervencionismo estatal é um crime para eles, todavia, não se o fim justificar esse meio. O fim seria a famosa supressão ideal de todo comunismo no mundo.
Essa politica intervencionista foi levada a cabo por uma nefasta impulsividade, que, não meditando muito sobre os povos, culturas, e que sem ponderar sobre as consequencias de seus atos, apoiou exércitos fundamentalistas que se tornariam seus futuros inimigos. O que o Estados Unidos semeia, ele também colhe...

Nenhum comentário:

Postar um comentário