terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cinema no meio da floresta 4 - Pulp Fiction

No cinema do meio da floresta 2, aonde eu declarei que o Bastardos Inglorios era o unico filme de Tarantino que me agradava, enquanto que os outros só se baseavam numa violencia sem sentido. Bom, ao ver Pulp Fiction pela primeira vez, descobri então que foi um grande equivoco da minha parte afirmar isso. Podem me censurar por nunca ter visto Pulp Fiction até o segundo dia do ano de 2013, como também me censurar por meu equivoco herdado pelas impressões que ficaram quando eu vi Grindhouse (que é um filme que eu acho uma merda, mas vai ver que se eu ver de novo eu mude de opnião).

Pulp Fiction é tão bom quanto o Bastados Inglorios...Acho que também a raiz do meu preconceito aos filmes do Tarantino seja as impressões deixadas em mim pelo filme Kill Bill (que eu não vi inteiro e só em fragmentos, outra falta por mim cometida que merece censura). 

Que este post sirva como minha reconciliação aos filmes de Tarantino e represente minhas sinceras desculpas. 



Pulp Fiction

É impressionante colocar aqui que o começo do filme é o final, mas que na verdade não representa o desfecho da história, pois o desfecho de toda história está no meio do filme...Entendeu? Não entendi muito também, mas é mais ou menos assim, pois não estamos lidando com um filme com uma linearidade pré-estabelecida, é por isso que é normal que ele nos deixe um pouco confusos, o que é muito bom (filmes não foram feitos para serem auto-explicativos).

Pulp Fiction, é também, um prelúdio para o Kill Bill, já que há algumas nuances que Tarantino deixou lá já dão uma ideia de como seria seu próximo filme. A cena em que Vicent Vega e a esposa do mafioso Marcelus Walace estão falando sobre o papel que ela fazia num programa piloto, por exemplo. O papel era de uma espiã especializada em atirar facas...Algo que remete a personagem que a Uma Thurman faria no Kill Bill.


Eu destaco a cena final, que me sucintou algumas meditações (cena final que não é, necessariamente, o final da história): quando Butch encontra uma espada naquela loja de penhores...Outro prelúdio ao Kill Bill.
É importante destacar também, que Tarantino se vale muito do conceito de vingança nos seus filmes, mas vemos, no desfecho da história da Pulp Fiction, o mafioso sendo capaz de perdoar um homem que ele estava jurando de morte. O perdão é algo raro em seus filmes, e principalmente quando ele vem de um mafioso que quer derramar o sangue dos que fazem acordo com ele e não cumprem com esse acordo, como é o caso de Butch.



Tomo então a liberdade de destacar as meditações contidas na ultima cena do filme, que não é necessariamente o final do filme, mas o começo, ou seria o meio? (É dificil se localizar temporalmente nessa obra):

- Você lê a biblia, Ringo?
- Normalmente não.
- Há uma passagem que eu sei de cabeça. Ezequiel 25:17: "O caminho do homem justo está bloqueado em todas as direções pelas iniquidades dos egoistas e a tirania dos perversos. Bendito aquele que em nome da caridade e da boa vontade é pastor dos humildes pelo vale das sombras. Ele é guardião de seus irmãos e o salvador dos perdidos. Excercerei sobre eles uma vingança terrivel e furiosos castigos aos que tentarem destruir meus irmãos. E ficarão sabendo que eu sou o senhor, quando eu executar minha vingança sobre eles". Há anos digo essa merda. E se prestou atenção, significa que você vai morrer. Nunca pensei no que significava. Gostava de dizer isso quando queria encher um cara de balas, mas hoje eu vi algo que me vez pensar duas vezes. Agora eu estou pensando, talvez signifique que você é o perverso e eu sou o justo; e este senhor Don 9 mm é o pastor que protege a minha pessoa justa das sombras. Ou talvez signifique que você é o justo e eu sou o pastor; e que é o mundo que é egoista e perverso. Dessa versão eu gosto, mas não é verdade. A verdade é que você é o fraco e eu sou a tirania do perverso. Mas estou tentando Ringo. Estou tentando fazer um grande esforço para ser o pastor. 

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