sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quarta surreal - Homage for Satan e Sacrificial suicide

Uma quarta surreal atrasada pra cacete, mas eu vos apresento uma quarta surreal em homenagem a uma das maiores bandas de death metal que já existiram: Deicide.

Deicide foi uma banda extremamente importante para minha existência. Se não fosse por ela, hoje eu ainda estaria desvalorizando a musica, pois a partir do momento que me tornei fã de Deicide, os portões da musica extrema se abriram diante de meu espirito. Foi a partir do momento que comecei a apreciar o metal que meus ouvidos se tornaram mais críticos e eu comecei a julgar cada musica que eu escutava com mais rigor e atenção. É como ler um ensaio filosófico...Antes eu lia sem rigor nenhum, despreocupado se tinha entendido ou não. Hoje em dia, se não compreendi um paragrafo, eu volto a le-lo de novo. Se eu ainda tenho a impressão que esqueci alguma coisa, eu o leio de novo...Assim por diante...Só fico satisfeito quanto tenho segurança que posso ensinar para alguém o que aprendi. Dai, eu considero que compreendi bem aquele ensaio em questão. 

Com a musica é a mesma coisa...Ou você pode meditá-la com a devida atenção aos mínimos detalhes e nuances, ou você condenará toda a musica que ouvires a uma mera trilha sonora de churrasco, e de fato, muitas musicas merecem este destino, todavia, o metal e o jazz não! A muita coisa ali a ser sentida, analisada sobre um julgamento critico e despretensioso. 

HOMAGE FOR SATAN

Eu tinha 15 anos, meu espirito clamava por emancipação. Eu me perguntava se havia algo mais pessado que Ratos e Sepultura e se haveria bandas tão boas quanto Led Zeppelin, por exemplo.
Então eu vi o maldito homage for Satan. O clipe, que era no minimo satanico e morbido, tinha me fascinando muito - até ali era a coisa mais satanica que tinha escutado, tinha presenciado. A musica era extrema, pessada, brutal, e ao mesmo tempo, também tinha um bom solo melodico. Aquele solo genial tinha me conquistado, senti um sentimento indizivel, estava atonito e supreendido. O solo era tão bom quanto qual quer solo do deep purple ou do Led que eu já tinha escutado. 
Em outras palavras tinha encontrado o que tanto procurava e descoberto um novo mundo que ainda não conhecia: o metal e todos os seus subgeneros.


Hoje eu não escuto muito Deicide, mas devo admitir que foi uma banda muito importante que me levou a me interessar profundamente pelo metal. Eu precisava de algo que me tornasse adepto daquele mundo. 

SACRIFICIAL SUICIDE

Essa musica foi a segunda musica do Deicide que eu escutei em minha vida. Se a Homage for Satan era blasfemica, essa era literalmente satânica. Era uma das musicas que minha mãe mais odiara. Escutava direto.  Era lei escutá-la...Era terapêutica, pois com ela eu exorcizava todos os "demonios" que residiam dentro de minha consciência. Onde eu sacrificava toda a enfermidade e futilidade que recedia dentro de meu espirito. Onde eu pegava a minha adaga e esfolava qual quer futilidade que me atormenta-se.

A musica é bem simples, e até mesmo tosca, mas ela me fez muito bem nesses anos todos...Um verdadeiro sacrifício onde você pode sacrificar até as piores enfermidades em seu ser. 


Aos poucos Deicide perdeu lugar para outras bandas do genero, como Morbid Angel e Death. Por muito tempo eu considerava o Deicide como a "melhor banda de Death Metal"...Bom, agora ela fica atrás de Behemoth, Morbid Angel, mas eu prefiro Deicide do que Cannibal Corpse ou Six Feet Under. Debauchery é outra banda interessante, todavia, me lembra muito SFU. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quarta surreal - Wheels of confusion, War Pigs, Eletric Funeral e Supernaut.

Meu plano era postar alguma musica do primeiro album do Black Sabbath, todavia, eu não sabia qual musica colocar e seria injustiça disertar sobre uma musica e não disertar sobre o album inteiro, pois o album é extraordinário e nenhuma muisca poderia ser desvalorizada ou negligenciada. Por esse motivo, eu decidi postar mais futuramente um post dedicado apenas ao debut da banda de Ozzy, Iommi e cia. 

Escolhi musicas de dois albuns fodidos do Black Sabbath para postar na Quarta Surreal: Paranoid e Vol.4, dois albuns que tiveram uma grande importancia em minha jovem e vil existencia. É claro que o Quarta Surreal veio meu atrasada esta semana, mas foda-se...

Wheels of Confusion - Vol.4

O que dizer da primeira musica de heavy metal que eu ouvi? O volume 4 era o unico cd que meus pais tinham do Black Sabbath, eu me lembro da capa estranha que parecia uma fantasma de manto laranja. Meus pais ouviam esse CD de vez enquando em minha infancia, mas só foi aos 11-12 anos que eu começei a me apegar ao album e me indentificar com ele...Wheels of Confusion era a musica que era o que meu espirito aclamava...Era do que o meu espirito necessitava...Uma musica que sempre teve um significado muito forte para mim...Naquela epoca eu não me focava tanto na parte intrumental da musica, mesmo assim me fascinava pelo fato da musica ser divida em tantas partes diferentes e com riffs interessantes. Ela era muito bem construida e a impressão que dava é que eram 2 musicas dentro de uma só.
Vamos ver...O solo do começo, repleto de bends extraordinários...É um solo que pode proporcionar felicidade para um pessoas desanimada, iludida ou enferma. É até um antidoto para a alma violentada pelo desânimo. A primeira parte tem aquele riff fodido, bem heavy...Depois tem a ponte para a segunda parte, uma contruida por efeitos parelelos ao riff...A terceira parte é uma musica a parte...Um solo mais lento, mas que não decepciona...Em outras palavras, a musica é fodida.
 Essa musica era a minha unica amiga na epoca. A unica forma com que meu espirito conseguia se emancipar por algum momento do universo opresivo pelo qual eu estava rodeado. Mas o que era essa musica afinal? Meu refugio? Meu mundo acolhedor repleto de frases interessantes e riffs fodidos? Só sei que é uma musica muito especial, uma musica que não perde seu valor e que resiste a dura batalha contra o tempo e o esquecimento. Uma musica assim não pode ser ignorada. Iommi não poderia ter composto coisa melhor para abrir o album!


War Pigs - Paranoid

Eu tinha 13 anos...Já não estava satisfeito com o Vol.4 pois eu tinha covicção que o Black Sabbath divia ter produzido um outro album tão bom quanto o Vol. 4, ou até melhor. Convenci os meus pais a comprarem Paranoid. Ouvindo já a primeira musica, eu tinha me convencido que tinha valido cada centavo gasto naquele cd...War Pigs...Era como a Wheels of Confusion, só que mais lenta e com riffs mais simples. Era uma instrumental muito forte e impactante. Eu até tentava cantar junto com Ozzy, todavia meu ingles naquela epoca era uma merda - my english today is a fucking shit too, but...Who cares?
A musica perdeu seu valor ao longo do tempo, mas eu lembro como ela tinha me fascinado naquela epoca. Uma das musicas que ouvi por 2 anos direto. Eu gostava muito dos primeiros versos, com poucos acordes, com uma presença maior do vocal do Ozzy e da bateria de Ward. A introdução é excelente... Um excelente riff de baixo e o dueto da guitarra de Iommi com o canto das sirenes...Algo sublime que serve como retrato daquela epoca onde o mundo assistia indiferente ao que o capitalismo ianque era capaz de fazer para converter o Vietnã em seu servo e escravo economico. Sabemos que os EUA teve que aprender que nem todos os paises do mundo se submeteriam a sua repugnante enfermidade. .


Eletric Funeral - Paranoid

Até ali eu ja tinha ouvido Planet Caravan e Iron Man. A planet Caravan tinha me lembrado Pink Floyd pois era uma musica bem psicodelica, muito viajada - boa musica para se ouvir de noite. Mas o que me supreendeu foi a Iron Man. Eu ja tinha a ouvido antes, mas eu não sabia o seu nome. Foi a procura da musica Iron Man que eu comprei o Paranoid. 
A musica que mais me impresionara foi Eletric Funeral, pois tinha sido - sem exagero nenhum - a musica mais morbida que eu tinha ouvido!
Aquele riff simples e com wah wah dava sempre a impressão que eu estava num cemitério amaldiçoado quando a ouvia.  É literalmente um funeral elétrico, como sugere a musica...Não poderia ter um funeral completo sem ter essa musica em seu repertório!


 Supernaut - Vol.4

Supernaut é aquela musica contagiante, que não se parece nem um pouco com as musicas mais sombrias do Black Sabbath nos dois primeiros albuns. Supernaut é o reflexo da mudança de direcionamento da banda, que a cada vez mais ousava explorar elementos psciodelicos do que morbidos. Nos albuns seguintes se percebeu essa tendencia cada vez mais psicodelica no som da banda (Sabbath Bloody Sabbath, Sabotage e Technical Ecstasy). Eu particularmente gosto de ambas fases da era Ozzy, tanto a morbida quanto a psicodelica. Com a saida de Ozzy e a entrada de Dio, o som do Black Sabbath ficou mais melodico e o som do Black Sabbath permaneceu melodico depois da entrada de Tony Martin (para mim o Headless Cross, album mais famoso com ele, é uma merda...Aquilo não é Black Sabbath, é um Power Metal horrendo, frescurento...). O unico dos vocalistas depois do Ozzy a trazer o Black Sabbath as suas raizes foi Ian Gillian, responsavel pelos vocais em Born Again. Thrashed e Zero The Hero são as minhas favoritas, são duas musicas que são verdadeiras musicas de Hard Rock.

Voltando a nossa musica, devo dizer que é recomendavel ouvi-la quando você viajando num carro...Sinta a liberdade passar pelos seus ouvidos e adentrar no seu espirito...Levante os braços e sinta o vento batendo contra seu corpo. Supernaut fala exatamente disso: liberdade individual. Um ode ao andarilho, que, sem religião ou amigos, vive convicto de suas proprias virtudes, de seu caminho incorruptivel que não fora imposto por nenhuma entidade acima dele mesmo...Supernaut, depois da Wheels of Confusion, é a melhor musica do Volume 4. Altamente recomendado para aqueles que querem ouvir musicas estimulantes e "felizes", ou serem possuidos pela atmosfera "hippie" dessa musica. 




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um anti-ensaio de devaneios

"Enquanto as pessoas querem dinheiro e fama, a unica coisa que eu quero é atravessar um rio e desafiar a mim mesmo. Só a coragem pode me diferenciar dos outros"

AVISO: Então este post é non-sense. É propositalmente sem sentindo e sem pretensões. Não escrevi aqui uma síntese sobre a ontologia de Heidegger ou algum ensaio sobre novelas. Este espaço não é recomendado para padres, cavalos, rinocerontes e centauros comunistas.

Porra, tava procurando uma imagem para postar...Ta aí...

Eu tenho a ideia de construir uma banheira que ande a 60 km por hora e gaste 20km por litro. Isso não vai ficar restrito a minha mente insana. Não será mero delirio, se concretizará, escreva o que eu digo!

Quando me projetei no futuro, eu me vi, com 50 anos...Cabeludo, imoral, sem pudores, professor de filosofia...Um errante andarilho e vagabundo que usa uma bata medieval ou iria para a universidade só com bermuda ou roupão em minha banheira motorizada.

- Porra, meus caros, eu acordei hoje, vesti esse roupão...Sabe quando uma roupa fala com e você acaba indo na conversa da desgraçada? Quer dizer, o roupão e eu se tornamos bons amigos...Bom enfim, foda-se...


Outro anseio é viver em uma sociedade em três ilhas distantes e longinquais em São Francisco do Sul. Até conseguirmos sobreviver apenas da agricultura auto-sustentável, iremos expropriar da sociedade do consumo alguns de seus pertences - tal como alimento. 
Libertarei Itapoá das garras dos veranistas e devolverei a seu povo. Cambiju e a Barra do Saí serão bairros agrícolas e o Paessi será um bairro envolto por uma floresta de pinheiros. Há vantagens em ter esses bairros agrícolas tão próximos de uma zona urbana. Para competir com os produtos agricolas vindo de fora, barateava os preços da produção agrícola local. Resultado: todo o comercio local iria comprar produtos agrícolas locais e ainda trabalhariam nessas comunidades agricolas auto-gestoras pessoas de Itapoá mesmo! Seria uma cidade auto-sustentavel e não seria apenas um motel para os veranistas como ela é hoje. 

O vagabundo do peace and gore no enem

Era uma vez, um homem, que depois de dois anos de peregrinação pelo sul do país, decidiu finalmente tentar a sorte no Enem. Quando ia entrar na sala, ele tinha sido imediatamente censurado pelo fiscal.

- Antes de entrar o senhor deve mostrar o seu RG e o comprovante de ensalamento.
- Eu ja não tenho RG há pelo menos 3 anos e que aconteceu aqui, amigo, é que eu fui escolhido por esta sala. Essa sala me escolheu sem o consentimento de ninguém alem dela mesma - respondeu o eremita.
- Como senhor?
- Veja bem...A sala falou comigo, ela quer que eu entre dentro dela. Se uma mulher lhe tivesse o mesmo desejo, você recusaria?
- Bem, eu...
- Veja, esses alunos vão fazer a prova dentro do útero desta sala de aula. Depois de 5 meses que se passaram em 5 horas, nós nasceremos de novo por essa porta onde nós entramos...Doce porta...Nunca houve vagina tão interessante como essa...Feita de uma bela madeira - disse o eremita acariciando a madeira da porta - Ela gosta que eu a excite...Enfim, essa sala dará muitos filhos, mas poucos serão os verdadeiros eleitos...
- Certo, senhor...Sinto dizer que não poderá fazer a prova...
- Que triste, mas eu não vou contradizer a vontade dessa sala de aula.
- Se o senhor insistir, terei que pedir que se retire.
- Por que tanta formalidade? Só sou um simplório vagabundo.
- Não importa quem você seja, sem documento de ensalamento e RG você não fará a prova.
- O que importa não é a porta, mas essa sala pela qual me apaixonei, sabe? É nessa sala que tá o amor...Estava quase me esquecendo, eu trouxe comigo a minha tequila, você não sabe como foi dificil adquiri-la (depois de ficar 1 ano e 8 meses sem dinheiro nos bolsos ou nas mãos). Ela não é uma fonte de consulta, porem te deixa mais esperto e creio eu que você não irá impedir que um homem deguste de sua bebida num momento como este. 
- Não é permitido bebidas alcoolicas!
- Essa sala de aula não concorda com isso...
- Essas regras foram estipuladas pelo Ministério da educação e não por uma sala de aula que você acha que fala com o senhor.
- Bom, há os fiscais que você acha que existem e as universidades que você acha que levam a virtude. Eu me despeço da minha querida sala, você não mudou muito, caro Guilherme Heinz...
- Como sabe meu nome?
- Todos me conhecem como Tim Rover, mas você deve me conhecer pelo meu nome de batismo academico: Professor Pedro Augusto Oliveira, o "pedrão barbudo". Seu antigo professor de História. Eu lecionava também Filosofia na PUC...Bom, isso antes de eu me emancipar. Mas agora eu quero voltar a lecionar de outra forma, quase como um pregador...Eu só vim aqui rever a sala de aula pela qual eu lecionava no passado.
O fiscal tinha ficado atônito, em nenhum minuto tinha reconhecido seu ex professor.
- Boa prova, seres medíocres que viso moldar num futuro proximo - gritou o eremita antes de se retirar daquela Universidade. 

Para fechar este post com chave de latão enferrujado:
Um dia eu ia postar isto...

ou isto...




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Links de outra dimensão


Os links de outra dimensão era para ser um espaço semanal contendo links de outros sites e blogs, todavia, meu empenho de postar toda a semana e a quantidade não muito fértil de bons links tornou inviavel esta tarefa. 
Ao afirmar isso, eu posso estar sugerindo que: os blogs que acesso são mediocres e que a internet é um mundo paralelo preenchido com futilidades que me entretêm, ou que o blogueiro que vos fala é um vagabundo incopetente que, embora tendo muito tempo livre, diz não estar disposto a manter um quadro que ele dizera que era semanal. Bom, não devo nenhuma fidelidade enquanto a frequencia que será postado os Links de outra dimensão...Não serás um espaço semanal, mensal, anual...Será um espaço sem uma frequência estabelecida. Alguns verão isso como algo revolucionário, outros verão como a obra mediocre de um vagabundo, mas já os presenteio com links que você não encontraria nos blogs mais famosos na blogosfera (campinaremos, não salvo, sedentário hiperativo...) 
Compartilharei com vocês alguns artigos filosoficos que li - ou tentei ler - nesses últimos dias, alem de artigos de temas diversos, ou videos. 

As melhores cenas de improviso
Critica sobre Borat
A banalidade do mal de Hanna Arendt
Heidegger
Herodoto
Leis ianques sobre as mulheres
Metal com acordeon (bom para beber até cair)
G.G Allin
Escritos Historico politicos de Kant
Disputa de profetas
Freud

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A reforma na educação

Quadro negro de um "eximio" professor de portugueis.

Com a nossa economia já estável é o momento de focar nossos esforços para realizar uma reforma radical na educação. A educação publica é alvo de centenas de planos e propostas, mas nenhuma das propostas apresentadas me parecem ser satisfatórias. Não sei se o que escrevo é induzido por uma vontade de vingança, um pretexto para eu manifestar meu desejo de vingança em relação aos professores e educadores, todavia, há certas coisas aqui a serem consideradas caso realmente o nosso objetivo seja implantar um reforma objetiva e eficaz para a educação.

Primeiro de tudo, se pensou na escola como uma etapa que visa a ascensão ao mercado de trabalho, e de fato, é isso que a escola serviu até o momento. Seu único objetivo é formar força de trabalho. O ensino não é possível se for feito apenas com respeito aos valores de mercado. Qual é o sentindo de existir a escola? Formar força de trabalho é um objetivo muito superfulo, a considerar que cursos profissionalizantes e especializados satisfazem essa função. A educação se reduziu a um ensino técnico e superficial e ela ainda é fundamentada nos mesmos parâmetros impostos pelos militares na ditadura. Houve na ditadura, uma verdadeira desvalorização da educação; matérias como filosofia e história deixaram de ter a relevância que tinham. Se a educação de hoje é uma continuação da educação feita na ditadura, já é uma explicação o do por que a escola é fundamentada em valores de mercado. Uma ditadura militar na America Latina não significa apenas opressão e censura, significa também uma submissão ao capitalismo ianque. A educação de hoje é retrato dessa epoca: submissão aos valores de mercado acima de qual quer outra coisa. 

Você pode dizer que a escola tem objetivos bem mais virtuosos do que este, mas um estudante no ensino médio não é movido por objetivos sublimes, mas sim por um desejo de garantir seu sucesso numa profissão burocrata. Que vos digo é que a educação perdeu seu sentindo quando se reduziu ao mero estágio que me permite ter um futuro garantido na vida profissional. O conhecimento só me serve se ele me ajudar a prosperar, a obter lucro...A minha proposta para uma nova educação é que ela seja mais politizada e por politizada, se entende que todos os métodos de ensino estão sujeitos a uma mudança radical. A principio eu também denuncio outra coisa que torna essa reforma na educação necessária: a hierarquia.

Se dividiu os alunos, educadores, professores em diferentes castas e isso não é favorável ao aluno, pois sua posição na hierarquia escolar sempre será desvantajosa. Sempre se verá o aluno como inferior ao professor. O educador, supondo ser superior ao aluno ao que diz respeito a sua posição dentro da hierarquia na escola, concede a si mesmo o direito de condenar os atos dos alunos, partindo da suposição que sua moral deve ser seguida e obedecida. A escola, antes de tudo, deve ser uma instituição de ensino e não doutrinamento. Essa "moral do professor" leva o educador a pensar que qualquer questionamento é uma blasfemia, uma objeção a essa moral. É muito fácil confundir desrespeito com critica, por exemplo[1].
Como pode ter o trafego livre de ideias se o aluno é reduzido pela moral do professor? Abolindo a moral do professor é que alunos e professores não serão mais castas distintas, mas grupos que revezam os seus papeis...O professor ocasionalmente se tornará aluno, enquanto os alunos se tornaram seus professores...Eis a virtude que deve ser considerada.

Outra proposta é a de ensinar a estudar antes de mandar seus alunos estudarem. Do que vale mandar fazer um trabalho, uma pesquisa se eles nem sabem faze-la? Se eu fosse um professor, invez de mandar eles fazerem o trabalho e a apresentação, eu que faria o trabalho e apresentaria para a turma - invertendo o meu papel como professor. Os meus alunos veriam os meus métodos que eu uso para estudar, escrever, como também meus métodos de apresentação. Esse período seria vital para eles aprenderem dicas e conselhos sobre como fazer um trabalho e uma apresentação. Deste periodo é que você poderia manda-los fazerem trabalhos e pesquisas.

Eu falaria aos meus alunos mais ou menos isso:
"Por exemplo, você tem que fazer um trabalho de Geografia sobre a Ucrania. O que vale você decorar que a capital daquela merda de pais é Kiev e que sua população é de 40 milhões? Um grande incentivo para fazer um trabalho é se imaginar como um ucraniano que não sabe porra nenhuma sobre seu país. Se eu fosse um ucraniano que não soube-se porra nenhuma sobre a Ucrania, eu não sei quanto vocês, mas eu seria movido por uma curiosidade enorme de saber o que é a Ucrania, este pais pelo qual eu vivo e não sei porra nenhuma sobre ele, nem seus mais singelos costumes. Várias perguntas iram me intrigar, como: Por que por tanto tempo, eu não compreendi minha cultura? Nem um costume, nem um rito sequer? Eu estava cego, estava surdo? O que me levou a ignorar a Ucrania por tanto tempo?"

bandeira da Ucrania - cortesia de think0

O exemplo do ucraniano serve para mostrar como um trabalho pode ser espontaneo a partir do momento que o estudante consegue se identificar com ele, como fazendo parte dele. Qual é a utilidade de decorar alguns vis detalhes se não interpretarmos a história da Ucrânia de uma forma critica? O que era a Ucrânia e o Ucraniano na União Soviética? O que foi a Ucrânia antes e depois da União Soviética? São essas perguntas que movem o ser humano a rumar por uma caminho de descobertas. Perguntar é o que nos torna humanos, é a unica faculdade que nos diferencia de qual quer animal, e por isso que esta faculdade não pode ser desprezada, mas sim focada, principalmente quando nosso objetivo é ensinar e não doutrinar.

Quando for professor, eu irei desenvolver métodos como de identificação do aluno ao tema que lhe for apresentado.  Como professor, eu devo me aproximar aos alunos ao invés de distanciar cada vez mais deles e reduzi-los a uma casta que eu tenho que moldar e doutrinar.

[1] Uma vez eu apresentei um trabalho de inglês com o tema "o que é o inglês para mim". Eu tinha dito que o ingles era o idioma do imperialismo. Meu professor, ao inves de interpretar aquilo como uma critica ao sistema imperialista, todavia, ele interprentou aquilo como uma ofença a sua matéria e converteu esta ofença a sua materia a uma ofença pessoal. Não sei como ele chegou a esse resultado, mas creio que não for por meios racionais.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quarta surreal - Twlight of the ravens e Visioner pa Isen.

Essa quarta surreal veio atrasada - pois esta quarta eu fiquei o dia inteiro peregrinando, depois de tanto tempo imerso em extremo sedentarismo. Enfim, apreciem esta quarta surreal, que hoje é protagonizada por duas grandes musicas do Pagan Metal. Musicas de bandas de países muito distintos: Suécia e Brasil.


Twlight of the ravens - Iron Woods

Sabe aquela musica que te transporta para outros lugares? Digo, aquela musica tão rica, tão fascinante que é capaz de te levar a outros lugares sem você precisar ingerir ou inalar alguma droga? Aquela musica que consegue proporcionar ao seu ouvinte uma experiencia tão inspiradora e fascinante, se não dizer transcendetal?  A banda de Pagan Metal do interior paulista, Iron Woods, conseguiu essa façanha com maestria.
A musica é uma verdadeira viagem, pela qual, eu não poderia deixar de divulgar aqui. O álbum inteiro dessa banda é excelente, o que conclui que ela merecia muito mais reconhecimento...Enquanto no Brasil se pensou em Sepultura e Angra, eu vos declaro que tem algo a mais...O iron woods é uma banda que supera este dogma reducionista que diz que o metal brasileiro se baseia nessas duas bandas citadas. Tanto a musica quanto a proposta do grupo são muito dispares da "elite" Sepultura e Angra. Enquanto que Sepultura no inicio de seu trajeto falou de satanismo e depois rumou para falar de temas mais políticos, o Angra continua com os mesmo temas fantásticos. 
A proposta do grupo é um pagan metal, tão bom, tão fodido como qual quer pagan metal europeu. É como se Odin olhasse para estes brasileiros e os inspirasse. Talvez nem seja Odin que os inspira, mas a floresta pelo qual buscam viver...
O álbum inteiro soa como um elogio ao druidismo, ao paganismo, um ode a vida que se opõe a existencia vil e  sedentária perante a tela de um computador - porra, acabei de me definir agora...
Entre experiencias que vão desde de puro extase até comoção e admiração, recomendo este album a todos que ainda tem a capacidade de ouvir alguma coisa que transcenda o dogma "ANGRA-SEPULTURA". És o momento de ter ouvidos novos para uma nova musica, eis as palavras que definem estes novos tempos.


Visioner på Isen - Manegarm. 

Visões do gelo é uma musica maravilhosa, para dizer o minimo. Ouvi-la para "passar o tempo" ou para amenizar o tédio beira ao sacrilégio. Se eu estivesse numa nevasca, prestes a morrer fadigado pelo frio, antes que o gelo levasse minha alma, Visioner på Isen seria o meu requiem...
É uma musica melódica, triste e com muitas partes intrigantes. A melhor banda da suécia - atrás apenas de Bathory, é claro - não decepcionou nenhum pagão, andarilho e lenhador neste universo de florestas de pedra e de carvalho. O andarilho se identifica com esta musica como se ele fizesse parte dela...Tão bela como o canto das valquírias. 
A musica é uma verdadeira viagem numa terra nórdica fria e desolada. A beleza desta musica é muito peculiar, algo que você se surpreende sempre ao ouvir. O violino, os riffs melodicos e bonitos, o vocal limpo e o gutural...Só posso dizer que é uma das melhores musicas do Manegarm. 


Talvez na próxima quarta surreal tenha mais folk. Mas não se preocupem, não é só de folk metal que a Quarta Surreal será composta...Só se eu decidir, é claro, criar a terça folk...Para ser mais original, chamerei ela de Tyrsdag Folk (tyrsdag é o equivalente a terça-feira no calendário nórdico).