quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A reforma na educação

Quadro negro de um "eximio" professor de portugueis.

Com a nossa economia já estável é o momento de focar nossos esforços para realizar uma reforma radical na educação. A educação publica é alvo de centenas de planos e propostas, mas nenhuma das propostas apresentadas me parecem ser satisfatórias. Não sei se o que escrevo é induzido por uma vontade de vingança, um pretexto para eu manifestar meu desejo de vingança em relação aos professores e educadores, todavia, há certas coisas aqui a serem consideradas caso realmente o nosso objetivo seja implantar um reforma objetiva e eficaz para a educação.

Primeiro de tudo, se pensou na escola como uma etapa que visa a ascensão ao mercado de trabalho, e de fato, é isso que a escola serviu até o momento. Seu único objetivo é formar força de trabalho. O ensino não é possível se for feito apenas com respeito aos valores de mercado. Qual é o sentindo de existir a escola? Formar força de trabalho é um objetivo muito superfulo, a considerar que cursos profissionalizantes e especializados satisfazem essa função. A educação se reduziu a um ensino técnico e superficial e ela ainda é fundamentada nos mesmos parâmetros impostos pelos militares na ditadura. Houve na ditadura, uma verdadeira desvalorização da educação; matérias como filosofia e história deixaram de ter a relevância que tinham. Se a educação de hoje é uma continuação da educação feita na ditadura, já é uma explicação o do por que a escola é fundamentada em valores de mercado. Uma ditadura militar na America Latina não significa apenas opressão e censura, significa também uma submissão ao capitalismo ianque. A educação de hoje é retrato dessa epoca: submissão aos valores de mercado acima de qual quer outra coisa. 

Você pode dizer que a escola tem objetivos bem mais virtuosos do que este, mas um estudante no ensino médio não é movido por objetivos sublimes, mas sim por um desejo de garantir seu sucesso numa profissão burocrata. Que vos digo é que a educação perdeu seu sentindo quando se reduziu ao mero estágio que me permite ter um futuro garantido na vida profissional. O conhecimento só me serve se ele me ajudar a prosperar, a obter lucro...A minha proposta para uma nova educação é que ela seja mais politizada e por politizada, se entende que todos os métodos de ensino estão sujeitos a uma mudança radical. A principio eu também denuncio outra coisa que torna essa reforma na educação necessária: a hierarquia.

Se dividiu os alunos, educadores, professores em diferentes castas e isso não é favorável ao aluno, pois sua posição na hierarquia escolar sempre será desvantajosa. Sempre se verá o aluno como inferior ao professor. O educador, supondo ser superior ao aluno ao que diz respeito a sua posição dentro da hierarquia na escola, concede a si mesmo o direito de condenar os atos dos alunos, partindo da suposição que sua moral deve ser seguida e obedecida. A escola, antes de tudo, deve ser uma instituição de ensino e não doutrinamento. Essa "moral do professor" leva o educador a pensar que qualquer questionamento é uma blasfemia, uma objeção a essa moral. É muito fácil confundir desrespeito com critica, por exemplo[1].
Como pode ter o trafego livre de ideias se o aluno é reduzido pela moral do professor? Abolindo a moral do professor é que alunos e professores não serão mais castas distintas, mas grupos que revezam os seus papeis...O professor ocasionalmente se tornará aluno, enquanto os alunos se tornaram seus professores...Eis a virtude que deve ser considerada.

Outra proposta é a de ensinar a estudar antes de mandar seus alunos estudarem. Do que vale mandar fazer um trabalho, uma pesquisa se eles nem sabem faze-la? Se eu fosse um professor, invez de mandar eles fazerem o trabalho e a apresentação, eu que faria o trabalho e apresentaria para a turma - invertendo o meu papel como professor. Os meus alunos veriam os meus métodos que eu uso para estudar, escrever, como também meus métodos de apresentação. Esse período seria vital para eles aprenderem dicas e conselhos sobre como fazer um trabalho e uma apresentação. Deste periodo é que você poderia manda-los fazerem trabalhos e pesquisas.

Eu falaria aos meus alunos mais ou menos isso:
"Por exemplo, você tem que fazer um trabalho de Geografia sobre a Ucrania. O que vale você decorar que a capital daquela merda de pais é Kiev e que sua população é de 40 milhões? Um grande incentivo para fazer um trabalho é se imaginar como um ucraniano que não sabe porra nenhuma sobre seu país. Se eu fosse um ucraniano que não soube-se porra nenhuma sobre a Ucrania, eu não sei quanto vocês, mas eu seria movido por uma curiosidade enorme de saber o que é a Ucrania, este pais pelo qual eu vivo e não sei porra nenhuma sobre ele, nem seus mais singelos costumes. Várias perguntas iram me intrigar, como: Por que por tanto tempo, eu não compreendi minha cultura? Nem um costume, nem um rito sequer? Eu estava cego, estava surdo? O que me levou a ignorar a Ucrania por tanto tempo?"

bandeira da Ucrania - cortesia de think0

O exemplo do ucraniano serve para mostrar como um trabalho pode ser espontaneo a partir do momento que o estudante consegue se identificar com ele, como fazendo parte dele. Qual é a utilidade de decorar alguns vis detalhes se não interpretarmos a história da Ucrânia de uma forma critica? O que era a Ucrânia e o Ucraniano na União Soviética? O que foi a Ucrânia antes e depois da União Soviética? São essas perguntas que movem o ser humano a rumar por uma caminho de descobertas. Perguntar é o que nos torna humanos, é a unica faculdade que nos diferencia de qual quer animal, e por isso que esta faculdade não pode ser desprezada, mas sim focada, principalmente quando nosso objetivo é ensinar e não doutrinar.

Quando for professor, eu irei desenvolver métodos como de identificação do aluno ao tema que lhe for apresentado.  Como professor, eu devo me aproximar aos alunos ao invés de distanciar cada vez mais deles e reduzi-los a uma casta que eu tenho que moldar e doutrinar.

[1] Uma vez eu apresentei um trabalho de inglês com o tema "o que é o inglês para mim". Eu tinha dito que o ingles era o idioma do imperialismo. Meu professor, ao inves de interpretar aquilo como uma critica ao sistema imperialista, todavia, ele interprentou aquilo como uma ofença a sua matéria e converteu esta ofença a sua materia a uma ofença pessoal. Não sei como ele chegou a esse resultado, mas creio que não for por meios racionais.

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