Faz algum tempo que eu deixei este blog á sua própria sorte, pois o facebook me parecia uma plataforma muito mais atraente para expor meus pensamentos...Num entanto, chegou o momento que eu senti a vontade de compor, semear e colher um texto mais longo que necessitaria de um fundo azul escuro e de letras brancas.
Sabendo que, de alguma forma, o conjunto dos conhecimentos e saberes que temos do mundo é raramente baseado em coisas que realmente estudamos com profundidade (afirmo isso sem me basear num estudo cuidadoso), eu queria escrever algo que me servi-se aos meus propósitos introspectivos: descobrir, na medida do possível, os limites de meus saberes, quais são os saberes mais refinados, e quais deles são mais obscuros que advém apenas de opiniões que aceitei do meio.
Esse post servirá mais como uma referência para mim mesmo do que um ensaio, um artigo, ou uma publicação que tem a intenção de atingir algum público.
Do primeiro universo que posso arrogar ter transcendido, ao menos superficialmente, dos discursos que herdamos da tradição e do meio social, é do caráter da religião cristã. Nas aulas que eu estou tendo no meu curso de história, volte e meia, meus professores e colegas voltam a repetir afirmações desta natureza: "O cristianismo é a religião dos pobres, dos escravos, dos humildes...Pela primeira vez, esses grupos marginais tinham alguma voz e esperança, estando eles dentro de uma cosmovisão que os incluía". Antes mesmo de ingressar numa universidade, eu já meditava sobre esse caráter peculiar da religião cristã primitiva ao ler Nietzsche. Meu conhecimento da bíblia, num entanto, é limitado ao que eu pude conhecer do senso comum...Nela, até onde posso especular, tem algo como: "o reino e de Deus pertencerá aos humildes, aos fracos de espirito, aos pobres..." e toda a espécie de pessoas que não atraiam o espirito deste filosofo alemão.
Nem sempre consigo meditar em um contra-argumento quanto ao discurso que diz: "A moral e a ética não existem fora da religião, por que os valores são imutáveis ou anteriores a existência do mundo material", o que equivale a dizer que as normas morais são coisas divinas, pensadas e estipuladas por Deus. Talvez, essas mesmas pessoas que afirmem isso, sejam ousadas o suficiente que esses mesmos valores imutáveis, divinos, são mutáveis e feitos por homens. Enfim, eu conseguiria, com o pouco que eu conheço de história, demonstrar a transformação de certos valores e costumes...
Quanto ao evolucionismo, meu conhecimento sobre esta teoria ainda é muito limitada por especialistas e formadores de opinião formados nessa área (biólogos, geneticistas, e cientistas, como Pirulla e Eli Viera, por exemplo). De textos escritos que poderam me dar alguma luz sobre essa teoria, li um peculiar artigo do Walter Neves[1], e o livro de Richard Dawkings "Deus: um delírio". Me dei a liberdade, é claro, de explorar um pouco dos detratores desta teoria, os infames defensores do Desing Inteligente, isso desde de sites até uma cartilha pentecostal (pasmem). Minha compreensão desta teoria continua muito simplória. Tenho uma ideia superficial de como características podem ser propagadas geneticamente, e que como mudanças no ambiente podem afetar a sobrevivência e a transmutação de alguns seres. Não me é muito claro ainda a diferença entre espécie, grupo, família, e afins, e com a possibilidade de trabalhar o artigo de Walter Neves em sala de aula, me ocorre que terei que meditar melhor essa questão. Sei que, com o processo de safanização, que acometeu a África há pelo menos 2 milhões de anos atrás, nossos ancestrais tiveram que se adaptar a esse novo ambiente, que ficava cada vez mais pobre em nutrientes vegetais. Ai temos um problema...Com a seleção natural, supõe-se que só aqueles que conseguiam desenvolver alguma habilidade rudimentar ligado á caça e a predação conseguiam sobreviver, e consequentemente, disseminar seu material genético...As novas gerações iram adquirir as características que se mostraram mais adaptativas no curso da evolução, e mais características iriam se sobrepor ás outras...
Pintura rupestre na Serra da Capivara, Piauí.
Quanto ao método cientifico, as fontes que utilizei são quase as mesmas para compreender o evolucionismo: formadores de opinião especializados. Vi um pouco sobre teoria da ciência no livro "A Lógica dos Verdadeiros Argumentos" de Alec Fisher. Compreendo, através das exposições deste livro, e de alguns video do Pirulla, que o conceito de falseabilidade, proposto por Popper (que provavelmente é seguido por Pirulla), se baseia no conceito que todo paradigma, discurso e argumento cientifico tem que ser falseado, ou seja, provado falso. O discurso cientifico ele não pode ser imutável e verdade absoluta, mas sim, algo que está sujeito a ser falseado (isso da maneira como eu compreendo). Recentemente eu conheci um pouco a anti-tese deste postulado (Fayreband, por exemplo), mas meu conhecimento é tão superficial sobre isso que nem merece menção.
Sei, bem superficialmente, que se não fosse por equações e formulas obscuras no mundo da matemática, não teríamos computador, tablet, internet, e outros aparatos tecnológicos transudos. Num entanto, não sei por onde começar na busca de entender isso por mim mesmo...
Muito entretido com o joguinho lazarento, o Plague Inc., onde o objetivo é simplesmente exterminar toda a humanidade com um microorganismo, senti a necessidade de compreender o que são vírus e bactérias, e o que diferenciaria um do outro.
Politica e Sociologia
Eu não sei em que medida podemos relacionar pobreza com violência, apesar de eu estar inclinado a fazê-lo...Eu não sei muito bem o que seria a luta de classes e os conceitos de mais-valia utilizados por Karl Marx...O que sei dele, basicamente, é o que eu li em "O que é alienação", e nas palavras de meu pai, formado em história. Pelo que compreendo, o capitalismo não é algo "natural", que sempre existiu (como gostaria alguns liberalecos extremistas), é antes de tudo, um modo de produção surgido muito recentemente com a revolução industrial.
Relativo ao poder, a partir de algumas leituras que eu fiz sobre o anarquismo, a autogestão me pareceu, num primeiro momento, algo inspirador. Eu não saberia dizer agora, com precisão, como cheguei a ter conhecimento da autogestão, mas me lembro que eu já tinha ciência deste conceito desde do ensino médio. Eu ficava me perguntando o por que não poderíamos superar nossa democracia representativa, que cria estas gigantescas lacunas entre as pessoas e políticos eleitos, e que limita tanto a participação do individuo comum a vida politica. Por fim, a leitura do livro "O que é Poder", de Gerard Lebrun, foi bastante aproveitosa...Nesse livro, Lebrun analisa o caráter do poder representativo em nossos dias, alegando que simplesmente as pessoas estão muito ocupadas e constrangidas com suas funções dentro de um organismo social complexo para se dedicarem totalmente a responsabilidade de decidirem e deliberarem os rumos da pólis...Isso, por si só, foi algo muito impactate para mim, não como uma critica a terceiros, mas até como uma auto-critica quando me identifiquei dentro deste enunciado. Eu mesmo estou muito mais preocupado com meu microcosmos, com o meu mundo, do que o mundo exterior, a ponto de ter apenas uma vil e superfula compreensão dos mecanismos e meios com que a politica representativa se efetua.
História
Deve ser o campo de conhecimentos que mais tenho dominio, isso pelo menos no campo factual, mas mesmo em seu âmbito sinto algumas lacunas que gostaria de preencher o quanto antes...Não estudei ainda as Guerras Napoleônicas como gostaria, ou a história do Brasil e da América Latina.
Deve ser o campo de conhecimentos que mais tenho dominio, isso pelo menos no campo factual, mas mesmo em seu âmbito sinto algumas lacunas que gostaria de preencher o quanto antes...Não estudei ainda as Guerras Napoleônicas como gostaria, ou a história do Brasil e da América Latina.
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