segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Se eu fosse uma filosofia...

...eu teria tais preceitos (que não se importam em serem originais ou não, e nem se importam se são coerentes ou não):

1 - As primeiras impressões não são tão negativas quanto possam parecer. Na verdade, sem os pré-conceitos, daríamos um passo maior que a perna no que se refere ao conhecimento sobre o mundo. Como poderíamos pensar sobre arvores, sobre cidades, prédios, sem desenvolver, antes, conceitos primitivos sobre os mesmos? Aliás, existe algo que precede o conceito, propriamente dito? Lembre-se, estamos falando de pré-conceito, algo que precede o conceito.


A afirmação: "Stratovarius é uma merda", por exemplo. Eu posso até não ter escutado uma musica sequer do Stratovarius, mas eu construo esta afirmação confiando no julgamento e na opinião de terceiros. Nós dizemos que isso é um preconceito, na medida em que eu não tenho conhecimento do que estou afirmando ou condenando, e que o conceito, propriamente dito, seria o conhecimento de um ente qual quer no mundo...Mas vamos dizer que, esta é a primeira vez que ouvi essa palavra "Stratovarius" em minha vida. É uma banda? Que estilo ela é? "Power metal", me respondem. Até ai, eu já formo o conceito de Stratovarius como uma grupo de pessoas com instrumentos musicais, e baseado no que sei sobre o Power Metal, eu já tenho ideia de como são as suas musicas. Em outras palavras, já formei meu primeiro conceito sobre Stratovarius, algo muito mais complexo do que apenas um nome ou um conjunto de 5 silabas que formam esta palavra. Eu já imagino o que Stratovarius é, o que eles tocam, então me arrisco a fazer uma afirmação sobre eles. O que eles podem chamar de preconceito, nada mais é, do que um conceito primitivo que nasceu da fusão de outros conhecimentos sobre o mundo, e até de coisas que herdei da tradição e de valores estabelecidos. Não vou entrar no mérito de discutir se estes conceitos primitivos estão certos ou não, mas eu não estou seguro de chamá-los de pré-conceitos, pois, muitos deles já são conceitos. 


Os conceitos que temos sobre o mundo tendem a mudar, e muitos deles são generalizantes. Mas, volto a repetir, se nunca tivéssemos tido contato com estes conceitos mais generalizantes, rudes e rústicos, poderíamos meditar  sobre o mundo? O que seria de um exímio guitarrista se ele não tivesse aprendido os riffs mais simples e os primeiros acordes? O que seria do filosofo se ele nunca tivesse aprendido ler, ou a escrever, e o que seria de qual quer pessoa se nunca tivesse aprendido como as arvores costumam ser, com seus galhos, folhas e raízes? Os conceitos generalizantes são só a pedra de toque para muitas coisas que virão...São só um alicerce para compreender o mundo.



2 - O senso comum não é, necessariamente, a dimensão perniciosa que alimenta alienados. É o alicerce de nossa compreensão do mundo. O senso comum é a reunião de conceitos generalizantes, primitivos (prefiro chama-los assim ao invés de "pre-conceitos"), e até máximas filosóficas. Com algo que se aproxima do inconsciente coletivo, nós temos a tendencia de admitir e aceitar máximas filosóficas e cientificas inconscientemente. Cabe a filosofia, conscientizar as pessoas das contradições que podem vir a ocorrer neste processo. Por exemplo, as pessoas confessam admitir a fé em Deus e nos dogmas religiosos, e depois afirmam, categoricamente, a inexistência de verdades absolutas. Esse conflito, entre o idealismo religioso, e o relativismo pós-moderno, podem ocorrer com alguma frequência nos indivíduos contemporâneos. A filosofia pode conscientizar as pessoas da existência destas duas visões de mundo, e assim, se questionar se não são, de fato, irreconciliáveis. 



3 - Nossa vida é tentar aprender o que foi aprendido pela humanidade em mais de 10 milênios (eu me pergunto o que seria de nossa sociedade se a maioria das pessoas tivessem um conhecimento básico de filosofia e historia).

4 - Qual é o critério para definir que sua religião é verdadeira e a outra não? Fé? Pode ser, só que fé não é algo falseável, e sendo algo muito subjetivo, não é uma critério objetivo e fidedigno. Então, numa perspectiva fria e objetiva, não há nada que diferencie a religião cristã das outras, e nem que a torna mais especial que as outras. Tudo indica que é um fenômeno cultural.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário