Depois de viajar muito ouvindo as tres primeiras musicas do Physical Graffti (Custer Pie, The Rover, e In the name of dying) elas me inspiraram para escrever a história que vocês lerão. Esta história é divida em 3 partes: Juventude (Custard Pie), Uma viagem pelo passado (The rover) e o Funeral (In the time of Dying).
Era para todas essas histórias estarem juntas no mesmo post, mas segui os conselhos de Celo Silva do Espectador Voraz de colocar cada parte em postagens separadas, pois, assim, o post não ficaria demasiado longo.
Era para todas essas histórias estarem juntas no mesmo post, mas segui os conselhos de Celo Silva do Espectador Voraz de colocar cada parte em postagens separadas, pois, assim, o post não ficaria demasiado longo.
A juventude (Custard Pie)
Um grupo de hippies, Joe, Suzie, Pamela e Marlon, decidem comprar uma combe velha e fodida para viajarem sem destino pelo sul dos Estados Unidos. Todos vieram de Little Rock, no Arkansas, e eram amigos desde do jardim de infancia. Passaram a adolescencia ouvindo Chuck Berry, Muddy Waters, e mais recentemente, desde de 1966, escutam Jimi Hendrix e Janis Joplin.
A grande peregrinação já era um sonho antigo...Eles tiveram essa idéia no tempo em que cada um tinha o seus 13 há 14 anos. Toda a escola os considerava loucos e alguns o chamavam de "bastardos maconheiros". Joe, a personalidade mais forte do grupo, assim, adotou este nome pejorativo e batizou o grupo de "Eletric Bastards".
Todos, com excessão de Pamela e Marlon, não tiravam boas notas e acabaram desistindo do ensino médio, enquanto que o casal (Pamela e Marlon) conseguiram até entrar na universidade local. Desde de 1964 (Quando Pamela tinha 16 anos) ela fugiu da casa dos pais e decidiu viver sozinha na pequena casa aonde o Eletric Bastards vivia na periferia de Little Rock. Sem os limites impostos pelos pais severos e autoritários, eles sustentavam a casa fodida como podiam, pois era o unico reduto que os oferecia liberdade para se expressarem e ouvirem suas musicas sem ser questionados ou esteriotipados como loucos ou drogados degenerados; e é claro, nenhum deles fazia questão de voltar para a casa dos pais. Até tentaram formar uma banda, só que não tinham dinheiro para comprar instrumentos e todo dinheiro que consiguiam era para comprar comida e pagar o aluguel.
Joe, via essa experiencia como nociva, e se eles continuassem do jeito que estavam, poderiam renunciar a juventude em função das obrigações que tinham que cumprir, como universidade, aluguel..."O sedentarismo irá corroer nossos espiritos. Se continuarmos como estamos, escravos de um mundo governado por sanguinários moralistas, o porvir que nos espera é apenas a mediocridade que nossos pais tanto idolatram. Seremos como nossos pais se não fizermos nada de espontaneo e vivo neste momento. Quer dizer, quando ficar velho, posso até me tornar o que meu pai é hoje, mas não podemos deixar que o sedentarismo nos violente neste momento em que somos jovens e poderemos contar a nossos filhos que fizemos uma grande e espetacular viagem pelo sul do país, que vimos desertos, praias, montanhas...Não ficamos apenas fumando maconha e nos iludindo que vivemos no melhor país do mundo!" disse Joe em uma das muitas "conferencias" feitas na casa.
O ano é 1968, todos já com seus 20 e 22 anos decidem partir, deixando para trás a casa em que viveram por 4 anos, levando apenas dois violões, uma flauta, e 300 dolares.
Aos poucos deixavam para trás uma cidade que os destou para rumar por um caminho incerto.
Percorrendo milhares de quilometros, eles visitaram as cidades de Atlanta, Nova Orleans, San Antonio, Houston, Dallas, Denver, Los Angeles, Las Vegas, San Diego, até chegarem a São Francisco.
Eles ficaram um ano inteiro viajando pelo sul dos EUA, e com o dinheiro que acumularam tocando ao vivo nos bares de estrada, conseguiram se sustentar.
Neste periodo de um ano a casa deles foi a estrada e a kombie. Foi a primeira e a ultima grande peregrinação deles.
Dois anos depois da viagem, os dois casais (Joe e Suzie, Marlon e Pamela) se separaram. Joe e Suzie permaneceram em São Francisco e não demorou muito para que se separassem. Marlon e Pamela decidiram então voltar a Little Rock e terminar os estudos. Desde de então, eles nunca voltaram a se reunir novamente.
Percorrendo milhares de quilometros, eles visitaram as cidades de Atlanta, Nova Orleans, San Antonio, Houston, Dallas, Denver, Los Angeles, Las Vegas, San Diego, até chegarem a São Francisco.
Eles ficaram um ano inteiro viajando pelo sul dos EUA, e com o dinheiro que acumularam tocando ao vivo nos bares de estrada, conseguiram se sustentar.
Neste periodo de um ano a casa deles foi a estrada e a kombie. Foi a primeira e a ultima grande peregrinação deles.
Dois anos depois da viagem, os dois casais (Joe e Suzie, Marlon e Pamela) se separaram. Joe e Suzie permaneceram em São Francisco e não demorou muito para que se separassem. Marlon e Pamela decidiram então voltar a Little Rock e terminar os estudos. Desde de então, eles nunca voltaram a se reunir novamente.
O desgosto pela existencia mediocre
"Um homem que vive diante do televisor fascinado pelo tédio dos genocidios divulgados pelos noticiários não tem consciencia do que está perdendo lá fora, muito alem do quintal da sua casa aonde as estradas levam até lugares que ele nem imagina". Essas palavras que Joe tinha dito há 30 anos atrás nunca tinham feito tanto sentido para Marlon do que agora, que ele estava torturando a si mesmo perante um televisor.
O ano é 1995, Marlon, então com 47 anos, é pai de dois filhos com Pamela: Martha (17 anos) e Palmer (15 anos). Marlon fracassou em incentivar os filhos a apreciar as musicas que tanto ouvia (Jimi Hendrix, Deep Purple, Pink Floyd, Frank Zappa, Led Zeppelin) e eles não se interessavam pelos discos e cds que ele tinha. Quando crianças, eles gostavam de ouvir as histórias das suas viagens, mas a medida que cresceram, se e se desinteressaram ainda mais pelo seu pai, aquele homem cabeludo que ouvia musicas estranhas e não falava muito. Marlon trabalhava como professor de História, em um liceu no centro de Little Rock e Pamela, trabalhava como corretora de imoveis. Desiludido com a existencia mediocre e alienante, ele decide se abdicar de todo o veneno que consumira até então como remedio amargo que é viver em sociedade. Na madrugada de 5 de março, de 1995, Marlon pegou sua jaqueta, 300 dolares, e para não acordar ninguem, carrega sua Harley Davidson da garagem até a rua. Na rua ele anda mais alguns metros, até decidir ingatar a primeira e abandonar tudo que tinha construido.
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