quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Cinema no meio da floresta - A abadia de Saint Vitus

Esse post explica o por que das obras de Tarkovsky e Ingmar Bergman não me interessarem.

Nem toda grande obra precisa ter um bom fim...

"O Espelho" de Tarkovsky...Não foi uma história que me envolveu...Mesmo que meu instinto disse-se: "Esse filme tá chato pra caralho, desinteressante, e cada cena só evidencia o marasmo deste filme", eu continuei a ver o filme até o final, esperando ver aquele final que me deixa-se atônito, com um sentimento que tinha valido a pena aquele pequeno sofrimento, aquele masoquismo que é a experiencia de ver filmes que não te empolgam. Mas nem isso a obra tinha...Em vão esperei por esse final que nunca veio. Algo similar veio a ocorrer quando eu vi "Através do Espelho", só, que neste filme, Ingmar Bergman resolveu fazer um final interessante, que deve ter chocado alguns pelo seu viés existencialista, mas mesmo assim, não me fez gostar do filme...




Ao olhar para estes dois espelhos, aprendi uma coisa, que, neste instante em diante, se transforma numa valiosa lição: "Nem toda grande obra precisa ter um bom fim". Se um filme não conseguiu te entreter, ou até mesmo, te envolver, não procure pelo final mágico que pode nem vir. Amelie Poulain é um exemplo que corrobora minha premissa. O final do filme não nos reserva nada surpreendente, e não revela nada que está subjacente, mas a história é tão fantástica que nós mantem assistindo-o até o final. Quer dizer, ela não salva o mundo contra comunistas, árabes, ou seres extraterrestres que ameaçam a terra (os EUA), mas é capaz de fazer peculiares mudanças no meio em que vive de uma forma muito criativa. O jogo que ela faz com o seu "amante secreto", transformando Paris em cenário para este jogo, é algo muito bonito. O filme tem uma cor...O filme é um filme de cores vibrantes...Você se identifica com a personagem principal, admira o que ela faz com as pessoas do seu pequeno circulo social, e ainda, gosta com o que acontece com ela no final...O mesmo não acontece com o "Espelho" de Tarkovsky...Este filme tem uma história verde escura, algo tão...Tão perdível...Mesmo que ambos filmes tenham propostas diferentes, não posso deixar de dizer que são exemplos extremos, de um filme que conseguiu me envolver, e outro, que esteve muito longe disso, pois nada, ou quase nada, acontecia na história. Tenho a impressão que o erro de Tarkovsky não foi ter criado personagens fortes que fizessem um show a parte. Ainda que o filme de Bergman seja parecido com o de Tarkovsky, com o que diz respeito a seu andamento, que é bem lento e maçante por sinal, Bergman ainda consegue nos chamar atenção para uma das suas personagens, Karin, sempre atormentada por demônios em sua cabeça...Mas eu creio que devo fazer justiça ao "Através do Espelho", pois, este filme tem uma metáfora muito forte...Três homens e uma mulher isolados em uma ilha...A mulher poderia representar muito bem a fé humana, que busca um mundo melhor que aquele mundo enclausurado, o mundo que podemos chamar de "mundo físico".

O filme "Infancia de Ivan", já é um filme mais interessante, mas mesmo assim, eu não gostei muito dele...E depois de ver "Zerkalo" (O espelho) não sei se o que quero é ver mais filmes deste cineasta russo. O mesmo acontece com Bergman...Depois dele ter me decepcionado muitas vezes, eu não faço questão de ver mais filmes dele...

Obs.: O titulo deste post funde um conceito e uma banda de Doom metal. O conceito que temos de Abadia Medieval é aquele lugar bucólico, silencioso, onde a oração e a vida sem luxosos devem reinar. Junto a isso, tem a banda Saint vitus, que, até aonde eu sei, só compôs musica chata pra caralho. Sabendo disso, eu achei que isso daria um titulo que combinaria com a temática do post..."Abadia de Saint Vitus"...

E quem quiser julgar Saint Vitus por si mesmo, eis a oportunidade que lhes ofereço:


Tá bom, talvez Saint Vitus não seja tão chato assim, mas eu prefiro a banda do vocalista do Saint Vitus, Scott Wino, The Obssessed:






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