Nos últimos dias o Brasil foi palco de protestos contra o aumento da passagem de ônibus, isso muitas pessoas sabem...O autoritarismo da PM, como também, sua incapacidade de dialogar com os manifestantes, fortaleceu este peculiar movimento. Estamos vivenciando um cenário bastante comum, revoltas que são reprimidas, o idealismo revolucionário que paira no ar, esperanças de um futuro aonde haja uma reforma radical em todas as instituições da sociedade...Mas a peculiaridade deste fenômeno está no fato de estar acontecendo em tempo real, e eu, como um aspirante a historiador, só estou acostumado a ver esses fenômenos quando leio os livros de história....Segundo os manifestantes, eles não protestam só contra o aumento da passagem, mas sim, contra muitas outras coisas as quais o povo brasileiro está sendo privado. A economia melhorou nos últimos anos e conseguiu ficar estável, mesmo com a crise, mas não se vê muitos retornos disto. Aqui eu vejo a história sendo escrita, e para meus netos que talvez estejam lendo isso no futuro, exponho as minhas preocupações e ressalvas.
O movimento, já está começando a crescer pelo país. Se outros segmentos da sociedade o aderirem, e pessoas de diferentes funções deste organismo social decidirem não trabalhar mais até verem melhorias nas instituições publicas, é bem provável que essa experiência cresça em proporções tão grandiosas que uma revolução seja inevitável...E se ela ocorrer na copa? E se ocorrer antes? Não tenho nenhuma censura a estes protestos, mas se é algo que merece minha censura é a revolução tratada como um fim em si mesmo, e parece que muitas pessoas reunidas nesse movimento compartilham com esta postura um tanto insensata. Considerar a revolução em si mesma é uma atitude perigosa, pois é uma atitude que não medita como serão os meios necessários para atingir os fins desejados depois que as ruínas da velha ordem já terem perecido, e novos problemas poderão ocorrer com o vácuo que o sistema deposto preenchia. Quer dizer, os fins já são conhecidos: melhorias na educação, na saúde, e maior segurança. Mas os meios para que estas coisas sejam possíveis são outros quinhentos. O que me preocupa mais ainda são aqueles que propõem meios drásticos e fatalistas para esses problemas. Há muitos entre nós que defende a pena de morte, acreditando que ela seja um meio de diminuir a violência, mas isso não diminui a criminalidade e não intimida psicopatas. Ele continuará matando, mesmo sabendo que pode ser morto, mas isso não vou me alongar muito neste tema, pois não é o objetivo deste post aborda-lo.