Filme dirigido por Naum Baumbach, e lançando em 2006, "A Lula e a baleia" mostra, de um peculiar ponto de vista, como ocorre as interações entre pais e filhos, e como é o desenvolvimento dos últimos em sua fase de crescimento. O filme fala sobre a separação de Joan (Laura Linney) e Bernard Berkman (Jeff Deniels), que acaba não sendo só uma mera separação patrimonial, mas também, uma separação entre os seus filhos, Walt (Jesse Eisenberg) e Frank (Owen Kleine). Os dois filhos do casal estão em diferentes estágios de crescimento, estágios até correlatos. Walt, ainda está na busca de sua identidade, estando á sombra de seu pai, e Frank, começa a sua vida sexual muito precocemente... Por ter mais me identificado com o primeiro, irei falar dele com mais afinco.
Walt Berkman, filho mais velho do casal, ainda está na busca de sua identidade, tendo seu pai, escritor decadente, como um horizonte. Walt me lembra muito a mim mesmo quando eu tinha os meus 13, 14, 16 anos...Em verdade, creio que ele é uma metáfora do que ocorre com a maioria de nós. Antes de tudo, você se inspira em seu pai ou sua mãe, e anseia seguir a risca os seus exemplos. Mais tarde, você começa a desenvolver sua própria visão de mundo, não sendo mais um mero títere de suas figuras paternas. E muitas vezes, chegamos a preferir uma figura paterna do que a outra. Essa tendencia edipiana é explorada no filme, com um filho que se inspira no pai e outro na mãe.
Quando Walt fala de livros que não leu, me lembra a mim mesmo quando eu tava na sétima e oitava série, quando eu falava de coisas que não tinha muita compreensão, ou melhor, de coisas que meu pai falava. Meu pai é formado em história pela UFPR, e sempre discutimos muitas coisas, desde politica e a religião, e nessa época eu ousava falar sobre o socialismo sem ter sequer lido Marx...Eu lembro de uma aula de geografia que eu falava um certo acordo entre a Rússia e Alemanha, depois da primeira guerra mundial, de mutua ajuda economia. Eu nem sequer tinha pesquisado mais profundamente sobre o ocorrido, e admito que até hoje eu não sei bem como foi esse tratado de Rapallo...A Alemanha fornecia ferro e aço para a Rússia, e a Rússia fornecia grãos? Enfim, voltemos ao filme...
Assim que os meus conhecimentos de história não eram meus, as opiniões que Walt tinha por um livro ou outro não eram as suas, eram de seu pai.
Frank, o mais novo, está naquela fase em que buscamos conhecer o corpo...Bom, acho que ele faz bem mais que isso ao se masturbar na escola...Ao contrário de seu irmão, Frank cultiva, com a separação, uma forte aversão a seu pai, e tenta estreitar os laços com a mãe. Entendem por que a separação não foi só meramente conjugal? Dividiu uma família ao meio, literalmente!
É um filme bastante simples, sem efeitos especiais, e com pouca trilha sonora. Se não fosso obstante, a mão de Wes Anderson, como produtor, o torna ainda mais interssante...
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